Xabi Alonso tem o substituto ideal para Boniface — e ele está no elenco do Leverkusen

A ida do atacante Victor Boniface para defender a Seleção Nigeriana na Copa Africana de Nações já seria ao problema ao Bayer Leverkusen ao longo do mês de janeiro e talvez até o início de fevereiro. No entanto, o centroavante sofreu uma lesão na virilha e será desfalque por pelo menos seis semanas no time treinado por Xabi Alonso, dor de cabeça ainda maior. O ótimo nigeriano é essencial no que é um dos melhores times da Europa na temporada: forte, rápido, ótimo na finalização e com técnica para driblar adversários, ele marcou 16 gols e distribuiu oito assistências até aqui. Mas o técnico espanhol pode olhar para seu elenco e encontrar a alternativa em outro atacante que voltou de uma grave lesão recentemente.

Trata-se do centroavante tcheco Patrik Schick, que ficou fora entre fevereiro e outubro do ano passado por uma grave lesão na virilha. O período parado o fez até pensar em desistir do futebol, mas ele voltou, superou outro problema físico já no primeiro mês de retorno, dessa vez na panturrilha, e mostrou ser aquele artilheiro que o mundo conheceu na disputa da Eurocopa 2020.

Especialmente frente ao Bochum, em 20 de dezembro, última partida antes da paralisação do inverno, o atacante de 27 anos respondeu em campo quem questionava se tinha condições de atuar no time mais intenso da Alemanha. Entregou um hat-trick em 15 minutos e marcando de diferentes formas. No primeiro gol, disparou nas costas da defesa adversária para sair cara a cara com o goleiro e driblá-lo antes de sofrer a penalidade, convertida por Schick. Na sequência, acompanhou, por dentro, o rápido Jeremie Frimpong até concluir o cruzamento com um toque de categoria. Finalizou o show com cabeceio após escanteio, subindo mais do que o defensor adversário.

O primeiro gol de Schick após o longo período afastado foi pela Liga Europa, frente ao modesto Häcken, em uma finalização de perna direita (a perna ruim). Voltaria a marcar contra Molde, um golaço limpando um marcador e batendo rasteiro de fora da área, e Paderborn, outro como se fosse um destro para colocar a bola nas redes. No total, são seis gols em nove jogos na temporada 2023/24.

Durante a pausa de inverno, o Leverkusen fez um amistoso contra o Venezia e venceu por 4 x 1. Schick cravou mais um, de cabeça em escanteio, e saiu no intervalo.

Claro, quatro anos mais jovem e vivendo um momento mágico, Boniface é a melhor opção para o comando do Leverkusen hoje. Mas Schick não deve comprometer e, se manter o bom nível que mostrou nos últimos jogos, tende a manter a boa fase do ataque. O tcheco tem força para fazer o pivô e ser um caminho no jogo aéreo pelos seus 1,91m. Ele também é técnico com a bola no pé e veloz para fazer o “facão” nas costas da defesa adversária e receber assistências do mágico Florian Wirtz, outro destaque desse Leverkusen.

A equipe de Xabi Alonso volta a atuar pela Bundesliga, competição que lidera com quatro pontos de vantagem sobre o Bayern de Munique, neste sábado (13). O Augsburg, fora de casa, será o adversário e mais uma chance para o centroavante tcheco mostrar que pode substituir à altura o colega nigeriano.

Schick era tratado como craque, mas nunca virou tal, reencontrando bom futebol no Leverkusen após ótima Eurocopa

Revelado pelo Sparta Praga, Schick fez sua primeira grande temporada no Bohemians Praga, onde estava emprestado e fez nove gols em 27 jogos com apenas 21 anos. O bom desempenho o levou a Sampdoria. Na Itália, viu-se que o atacante poderia ser um grande jogador, mostrando uma rápida adaptação a um novo país, cravando 13 vezes, além de três assistências. A Juventus abriu os olhos, publicamente Pavel Nedved, dirigente da Velha Senhora, elogiou o então jovem e comparou até a Zlatan Ibrahimovic.

– Patrik teve uma temporada maravilhosa. Schick tem um ótimo futuro à sua frente. Agora ele não tem muitos músculos, mas você pode imaginá-lo em dois ou três anos. Ele me lembra Zlatan Ibrahimovic, porque ele era assim quando veio para a Juve. Schick é esse tipo de atacante, pernas grandes e rápidas. Se continuar a melhorar, também poderá tornar-se num atacante de nível mundial – afirmou, em 2017, Nedved ao jornal Denik.

A Juve iria pagar a multa rescisória de 42 milhões de euros do atacante se não fosse constatado um problema cardíaco nos exames médicos que melou o negócio. Depois, descobriu que, na verdade, a questão de saúde não traria problemas para carreira do jovem, que então mudou-se para Roma. No entanto, na capital italiana não se encontrou em duas temporadas, em parte por sua culpa, por problemas de lesões e a forte concorrência com Edin Dzeko no comando de ataque.

Um empréstimo ao RB Leipzig mostrou o potencial de Schick novamente em 2019/20, levando o centroavante ao Leverkusen por 26,5 milhões de euros. Não brilhou na primeira temporada na BayArena e viajou para Itália com a Seleção da Tchéquia para a Eurocopa de 2020 (disputada em 2021 pela pandemia da covid-19), onde mostrou novamente seu talento. Empatado com Cristiano Ronaldo, terminou como o artilheiro com cinco gols, incluindo uma pintura do meio-campo, sendo eliminado apenas nas quartas de final para a sensação Dinamarca após eliminar a Holanda nas oitavas.

Impressionante! Será este o golo do Euro 2020? ⚽
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Patrik Schick rematou da linha de meio-campo e marcou o segundo golo da República Checa.
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— CNN Portugal (@cnnportugal) June 14, 2021

A temporada de 2021/22 mostrou aos fãs do Bayer Leverkusen aquele Schick talentoso da Sampdoria. O centroavante canhoto terminou a Bundesliga com 24 gols, atrás apenas do absurdo Robert Lewandowski e na frente de Erling Haaland. Números essenciais para que o time fosse à Champions League do ano seguinte.

No entanto, três lesões o assombraram em 22/23, entregando apenas 23 partidas (16 como titular) na temporada, com quatro gols, tendo média de 66 minutos em campo.

Além dos gols, os problemas físicos marcam sua passagem no clube de Leverkusen. Segundo o site Transfermarkt, são nove lesões diferentes, que o tiraram de 65 jogos e 467 dias em pouco mais de três anos no Bayer.