Alemanha

Nagelsmann explica Kai Havertz na lateral esquerda e indica que continuará experimento

Mais que uma improvisação ou experimente, o técnico da Alemanha vê a mudança como uma oportunidade para Havertz ganhar mais tempo de jogo

Todo mundo precisou de um segundo para entender a escalação da Alemanha para o amistoso contra a Turquia no último sábado. Kai Havertz de lateral esquerdo? É isso mesmo? É isso mesmo, e não parece que foi uma improvisação emergencial ou uma situação única porque o técnico da seleção alemã, Julian Nagelsmann, indicou que pretende continuar com o experimento.

Antes da partida, Nagelsmann disse que Havertz não seria “apenas o clássico lateral esquerdo” e o escolheu para a posição por causa da sua habilidade e força no jogo aéreo. Ele abriu o placar na derrota por 3 a 2 aos cinco minutos. A sua atuação no geral agradou Nagelsmann, que acredita que a nova posição pode ser uma oportunidade para ele ganhar mais tempo de jogo.

– Kai disse que queria fazer isso (jogar na lateral), queria tentar. Eu não vejo como um risco para ele, mas uma oportunidade muito, muito grande de ter um papel chave na Eurocopa. Pela primeira vez em uma posição pouco familiar, ele foi extremamente bem e provavelmente foi nosso melhor jogador – afirmou Nagelsmann.

Havertz foi reserva na Copa do Mundo, mas ganhou uma sequência como titular nos amistosos (como país-sede, a Alemanha não disputou as Eliminatórias da Eurocopa) disputados entre março e setembro. No entanto, havia feito apenas 28 minutos nas duas primeiras partidas de Nagelsmann, contra Estados Unidos e México em outubro.

A verdade é que, se lateral esquerdo parece um pouquinho coisa de professor Pardal, faz tempo que não sabemos qual é a melhor posição de Havertz. Deixou o Bayer Leverkusen como um meia ofensivo ou segundo atacante que criava e marcava gols. Foi mais utilizado como o único centroavante ou pelos lados no Chelsea e está sendo meia central com Mikel Arteta no Arsenal. Em nenhum dos clubes ingleses evoluiu como se esperava.

A declaração do jovem técnico não deve ter sido muito agradável para os principais especialistas alemães da posição, como David Raum e Robin Gosens.

“Faltou emoção”

A vida da Alemanha não está fácil. A derrota para a Turquia foi a quinta desde a segunda eliminação consecutiva na fase de grupos da Copa do Mundo, em dezembro do ano passado. Foi apenas o terceiro jogo de Nagelsmann à frente da seleção e ele queria ter visto um “nível emocional” mais alto.

– O primeiro gol que concedemos foi muito simples. Defendemos um pouco agressivamente demais. Facilitamos para eles. Alguns não atingiram o nível emocional necessário para vencer um jogo como este e não foram ao seu limite. Se tivéssemos matado o jogo nos primeiros dez minutos, o resultado teria sido diferente. Você não pode culpar o time por não ter querido vencer. Cada jogador precisa pelo menos atingir o nível emocional do oponente. Apenas assim a qualidade maior prevalecerá na maioria dos jogos – completou.

A Alemanha volta a campo na terça-feira para mais um amistoso, contra a Áustria.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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