AlemanhaEuropa

Alemanha venceu, mas é a Escócia quem tem o que comemorar

Estrear nas Eliminatórias da Eurocopa contra a Alemanha em Dortmund não seria mesmo uma missão fácil. Era esperado que a Escócia sofresse uma derrota em território alemão. A previsão foi cumprida, mas a Escócia ainda tem o que comemorar. O time mostrou organização, aguentou a pressão da Alemanha e foi à frente sempre que teve espaço. Teve oportunidade para empatar o jogo, mas não conseguiu. Mesmo assim, deixou o gramado derrotada por 2 a 1, mas consciente que o time fez um bom papele, mais do que isso, dando esperanças aos torcedores escoceses que foram até a Alemanha que o time tem muito a oferecer na competição.

LEIA TAMBÉM: Espanha esquece amistosos caça-níqueis e prioriza grandes da Europa

Os campeões do mundo dominaram o jogo no seu estilo, com posse de bola, troca de passes constantes e agressividade no ataque. Sem um centroavante típico, a linha de frente foi montada com Thomas Müller, Marco Reus, André Schürrle e Mario Götze. Todos eles tiveram chances de finalizar, mas foi Müller quem conseguiu abrir o placar em um cruzamento de Sebastian Rudy para o atacante do Bayern de Munique, que cabeceou para as redes. Foi o único gol do primeiro tempo.

A Alemanha parecia dona do jogo, com mais de 75% de posse de bola no primeiro tempo. Mesmo assim, a Escócia começou a ameaçar no segundo tempo. Ameaçou empatar duas vezes com Naismith, em chances claras. Mas foi depois que o técnico Gordon Strachan fez alterações que o time melhorou de vez. Saíram Barry Bannan e Darren Fletcher para as entradas de Steven Fletcher e James McArthur. Foi Steven Fletcher que armou a jogada do gol de empate, em um contra-ataque iniciado com um passe errado de Götze. Ikechi Anya foi lançado em velocidade nas costas da defesa, avançou e empatou, tocando no canto de Manuel Neuer.

O segundo gol alemão veio em um escanteio que a defesa escocesa titubeou para cortar, Höwedes entrou solando tudo, a bola sobrou para Müller, que encheu o pé para marcar. Um gol que deu a vitória à Alemanha, mas que deixou nos seus torcedores a sensação que poderia ter feito muito mais. Ou, ao menos que deveria ter feito mais. Os escoceses terminaram o jogo no ataque, tentando o gol de empate e dando um calor nos alemães. Tanto que o time conseguiu um escanteio em cobrança de falta, já depois dos acréscimos indicados pelo árbitro, e reclamou do árbitro não ter permitido a cobrança do tiro de canto. De fato, o tempo já estava esgotado e o árbitro podia encerrar o jogo, mas a sensação do time de Gordon Strachan é que o time pode ir além.

LEIA TAMBÉM: Regra dos gols fora de casa pode estar com os dias contados na Uefa

A Alemanha, claro, é a grande favorita e deve ficar com o primeiro lugar do Grupo D, mas não jogou uma boa partida e ainda perdeu Marco Reus, que saiu machucado e com muitas dores. Logo ele, que perdeu a Copa por lesão, pareceu ter novamente algo sério, mas só durante a semana será possível saber o que aconteceu.

A Escócia mostrou um bom jogo e terá que brigar com a Irlanda, que estreou vencendo a Geórgia por 2 a 1 fora de casa. Além deles, ainda há a Polônia, que estreou goleando Gibraltar por 7 a 0. O pequeno país, estreando em competições oficiais, deve fazer só figuração no grupo. Se mantiver o bom nível apresentado contra a Alemanha, os escoceses podem, sim, sonhar com o segundo lugar do grupo e, assim, se classificar para a Eurocopa. Como a competição terá 24 equipes, os dois primeiros colocados de cada um dos nove grupos, além do melhor terceiro colocado, se classificam diretamente à Euro. Os demais terceiros jogam a repescagem pelas outras cinco vagas.

A Escócia jogou duas vezes a Eurocopa, em 1992 e em 1996. Espera chegar novamente ao europeu de seleções em 2016, agora com Naismith, e Ikechi Anya como destaques. Pelas boas atuações, tem futebol para isso. Veremos na próxima rodada, no dia 11 de outubro, contra a Geórgia, se a Escócia é o que mostrou contra a Alemanha, que, por sua vez, enfrentará a Polônia fora de casa. A Irlanda jogará com Gibraltar.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo