Como Marrocos mudou de patamar atraindo talentos que poderiam estar em seleções europeias
Semifinalista na última Copa do Mundo, o Marrocos se tornou uma das grandes seleções graças a seu trabalho de captação

Não é de hoje que Marrocos se tornou uma das seleções mais fortes da África — para não dizer a melhor. Para isso, os Leões do Atlas — como a seleção é conhecida — voltou suas atenções para o trabalho de captação de atletas.
Semifinalista da Copa do Mundo de 2022 — a melhor campanha de um país africano na competição –, a seleção marroquina mudou de patamar atraindo diversos craques que poderiam defender nações europeias.
No Mundial do Catar, o Marrocos tinha 14 dos 26 jogadores naturalizados. E a fórmula do sucesso continua sendo implementada, já que os Leões do Atlas seguem apostando em jovens promessas com dupla-nacionalidade.
Confira abaixo a lista dos atletas naturalizados que levaram a seleção marroquina ao 4º lugar da última Copa.
Bélgica
- Anass Zaroury
- Bilal El Khannous
- Ilias Chair
- Selim Amallah
Holanda
- Hakim Ziyech
- Noussair Mazraoui
- Sofyan Amrabat
- Zakaria Aboukhlal
Espanha
- Achraf Hakimi
- Munir Mohamedi
França
- Romain Saïss
- Sofiane Boufal
Canadá
- Yassine Bounou
Itália
- Walid Cheddira
Como Marrocos convenceu joias a se naturalizar?
O primeiro passo da Federação Marroquina de Futebol foi identificar jovens promessas que possuem raízes familiares no país africano. Na sequência, os dirigentes começam o trabalho de convencimento para garantir a naturalização.
Hakimi, por exemplo, é um dos melhores laterais-direitos do planeta. Ele nasceu na região industrial de Madri. Filho de imigrantes marroquinos, o jogador do PSG foi procurado ainda na adolescência pela Real Federação Espanhola de Futebol para representar o país europeu.
Contudo, Achraf Hakimi escolheu os Leões do Atlas pela forte ligação familiar com a nação africana. Outro caso é o de Brahim Díaz, que chegou a defender as seleções de base da Espanha, mas decidiu jogar por Marrocos.
O meia do Real Madrid passou pelos times sub-17, sub-19 e sub-21 de La Roja. Em 2021, foi chamado por Luis Enrique para a seleção espanhola principal, porém, não entrou em campo — abrindo uma brecha para a seleção marroquina.

Brahim nasceu em Málaga, mas seu pai é natural do país africano. Procurado insistentemente pela Federação Marroquina, o meia foi convencido pelo projeto esportivo dos Leões do Atlas, onde teria mais oportunidades.
Aliás, a falta de espaço nas seleções principais da Europa acaba afastando diversas promessas. Mais do que isso, o planejamento a longo prazo de Marrocos para o futebol anima qualquer jogador que tenha o sonho de disputar um Mundial.
Com ótimos jogadores à disposição, a seleção marroquina busca cada vez mais fortalecer seu nome no esporte. Em 2025, o país irá sediar a Copa Africana de Nações. Já em 2030, a nação receberá jogos da Copa do Mundo.
A soma desses fatores ajuda a entender porque joias nascidas na Europa escolhem se naturalizar pelos Leões do Atlas. Como resultado final, Marrocos está cada vez mais forte. E não é de se duvidar que a seleção vira uma protagonista do futebol mundial no futuro.