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Brahim Díaz escolhe jogar por Marrocos e geração fica cada vez mais forte

Veja motivos que fizeram com que Brahim Díaz, meia do Real Madrid, prefira atuar por Marrocos do que pela seleção da Espanha

Quarta colocada da última Copa do Mundo, a seleção de Marrocos ganhará mais um grande reforço para a edição de 2026, caso se classifique para o Mundial que acontecerá nos Estados Unidos, Canadá e México. Isso porque Brahim Díaz, meia do Real Madrid, optou por jogar pelos Leões de Atlas ao invés da Espanha.

Nascido em Málaga, no sul da Espanha, o meia é filho de pai marroquino, sendo o motivo que o daria a possibilidade de também jogar pela seleção africana. Após começar nas categorias de base do time com o mesmo nome de sua cidade-natal, ele foi para o Manchester City ainda muito jovem, com 15 anos, onde debutou como jogador profissional, em 2016. Três anos depois, ele foi comprado por 17 milhões de euros pelo Real Madrid, mas depois de um longo empréstimo de 3 anos para o Milan, só de fato ganhou oportunidades na equipe merengue na última temporada, com a saída de Marco Asensio para o Paris Saint-Germain.

Mesmo assim, em todo esse tempo, Brahim Díaz era nome constante na seleção espanhola. O jogador atuou pelas equipes sub-27, sub-19 e sub-21. Em 2021, o técnico Luis Enrique chegou a convocá-lo para atuar pela equipe adulta para jogos contra Grécia e Suécia. Entretanto, o meia não atuou em nenhum desses jogos, o que deu a possibilidade de trocar de seleção. E conforme o jornal Marca, o primeiro que revelou a decisão do meia, dois motivos pesaram para a escolha de Brahim Díaz.

Por que escolher Marrocos?

O primeiro foram os ‘nãos' da seleção de seu país natal. Além de nunca ter sido chamado pelo técnico Luis de la Fuente, Díaz sequer ouviu uma palavra dele ao longo dos últimos anos. Não que fosse uma obrigação do atual treinador da Espanha, mas essa falta de contato e de chances foi essencial para ele tomasse a decisão definitiva de não seguir com a Roja. Pode parecer pouco, mas neste meio tempo, Brahim viu outros compatriotas serem contactados por funcionários da seleção como Abel Ruiz, Lamine Yamal, Ansu Fati e Nico Williams, por exemplo.

O outro motivo, claro, foi a insistência da federação marroquina. Ele recebia convites desde que era jovem, mas o ponto principal foi um projeto que mostrou as enormes possibilidades dele disputar a Copa Africana de Nações de 2025 (no Marrocos) e também as Copas do Mundo de 2026 e 2030. O projeto a curto, médio e longo prazo foram essenciais para que Brahim Díaz, que atualmente tem 24 anos, tomasse a definitiva decisão de jogar pelos Leões de Atlas.

A decisão também foi comentada por Luis de la Fuente nesta segunda-feira (11). Atual treinador do time adulto da Espanha, ele também comandou Brahim nas categorias de base da Roja. Mesmo desejando sorte ao meia, ele ressaltou que pressões não o fazem escolher ou deixar algum atleta de fora de sua lista de convocados.

— Respeito totalmente a postura dele. Cada um deve tomar suas próprias decisões. Mas sempre digo também que há 3 máximas na hora de ser convocado. Um, que possa jogar pela seleção; dois, que queira jogar; e três, que o técnico convoque o jogador. Mas o mais importante é querer, sem exigências e sem condições, em direitos iguais e de obrigações com todos os outros. Sempre estarei com esses pontos de partida.

Brahim Díaz é um de vários nos Leões de Atlas

Se na Espanha os motivos são para lamentação, definitivamente não se pode dizer o mesmo em Marrocos. A decisão de Brahim Díaz oferece mais qualidade técnica e também mais uma opção ofensiva para o técnico Walid Regragui. Porém, o meia canhoto que pode jogar tanto centralizado como aberto pelo lado direito terá uma concorrência difícil nos Leões de Atlas. Hakim Ziyech, do Galatasaray, é a principal referência técnica da equipe e ocupa a ponta. E além dele, Amine Adli, francês que estreou pelo Marrocos no ano passado, também é outro atleta que joga no mesmo lugar, e que vem brilhando no Bayer Leverkusen de Xabi Alonso.

E não foram apenas Brahim Díaz e Adli que recentemente se juntaram aos Leões de Atlas e poderão ser nomes cada vez mais conhecidos pela torcida africana. Também nascidos na Espanha, o defensor Chadli Riad, do Betis, e o meia Ismael Saïbari, do PSV Eindhoven, estrearam pela seleção marroquina e inclusive foram convocados para a Copa Africana de Nações disputada no início deste ano. Os volantes Oussama El Azzouzi (nascido na Holanda), Amir Richardson (nascido na França) também optaram por atuar pela seleção de suas famílias.

Novo nome na pista

Brahim Díaz é o mais recente, mas não será o único novo espanhol a estrear por Marrocos nos próximos jogos. Nascido na Catalunha e revelado pelo Barcelona, Ilias Akhomach também jogou por quase todas as seleções de base da Espanha. Entretanto, o atacante de 19 anos, que vem sendo titular absoluto do Villarreal, já tomou a decisão de atuar pela equipe africana nos próximos anos. Ele chegou a estar na lista de pré-convocados para a Copa Africana, mas acabou não ficando entre os 26 chamados para o torneio deste ano.

Porém, se seguir se destacando no Submarino Amarelo, e entre os 11 iniciais, a chance de ver mais um espanhol de nascença atuando por Marrocos é enorme. Melhor para a seleção africana, que está sabendo se aproveitar e trazendo de volta atletas que mesmo sem serem nascidos no território do norte da África, têm laços estreitos e umbilicais ao local.

Foto de Vanderson Pimentel

Vanderson PimentelRedator de esportes

Jornalista formado em 2013, e apaixonado por futebol desde a infância. Em redações, também passou por Estadão e UOL.
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