Top 10: Corinthians, 100 anos

A história de um clube não é feita somente de glórias. As derrotas fazem parte do aprendizado e fortalecem as suas estruturas. Assim como um time de futebol não vive somente de gols, mas também de sua torcida, eventos, comemorações. E tentar contar 100 anos de um clube como o Sport Club Corinthians Paulista é uma tarefa que levaria, pelo menos, mais uns 100 anos…
A Trivela, então, preparou um Top 10 com os momentos mais marcantes da história alvinegra – e, além das palavras, as imagens para contar a história. E, para não esquecermos dos outros centenários, vai uma lista anexa com outros dez clubes que celebram dez décadas de vida em 2010.
10 – Queda e glória, da Série B à Série A
Foi tudo muito rápido. Primeiro a campanha desastrosa na Série A em 2007 e a saída de Alberto Dualib da presidência. Um momento para ser esquecido na história do clube, fruto de uma péssima administração, problemas de corrupção e péssimas “amizades”. Veio a reestruturação, um novo pensamento, a torcida junto o tempo todo. Surgiu o “Eu nunca vou te abandonar”. Uma campanha perfeita na Série B, passagem meteórica e histórica pela segunda divisão. Até que, em um único jogo, o Coringão voltou.
9 – Marcos defende a cobrança de Marcelinho
Pergunte para qualquer torcedor que não seja corinthiano qual foi o maior jogo de futebol que ele viu e a maioria das respostas, certamente, apontará para aquele Corinthians e Palmeiras na semifinal da Libertadores em 6 de junho de 2000. A vantagem corinthiana obtida no primeiro jogo. Euller abre o placar, Luizão empata e Edílson vira. O craque Alex deixa tudo igual de novo. O gol de Galeano… nos pênaltis, a tensão tomou conta de todo país. O chute de Marcelinho, defendido por Marcos, marcou para sempre a vida de muito corinthianos e a própria história do clube. O sonho da Libertadores permanece vivo, e nesse dia ganhou mais um pouco de maturidade. Como já dito, nem só de vitórias vive um clube. É preciso sofrer para torcer.
8 – Primeiro tricampeonato paulista (1922/23/24)
Há cinco anos o Corinthians não vencia um título. O jejum já começava a incomodar, mas a quebra disso veio com a histórica conquista de 1922, ano do centenário da Independência do Brasil. No ano seguinte, outro título estadual, e em 1924, o inédito tricampeonato estava garantido. Mais uma vez, o grande nome do clube foi o artilheiro Neco.
7 – Primeiro título estadual, contra os “profissionais” paulistas
Fundado em 1910, o Corinthians era com visto com desdém pelos rivais, mesmo assim os clubes profissionais aceitaram a inclusão daquele time, quase varzeano, no Campeonato Paulista. Em dez partidas, dez vitórias corinthianas. O surgimento do primeiro ídolo, Neco, artilheiro do time com 12 gols. Foi a primeira conquista de muitas que marcariam a gloriosa história alvinegra.
6 – Gols de Paulo Borges e Flávio, fim do tabu contra o Santos
Os corinthianos mais antigos não podem nem ouvir o nome de Pelé. O maior jogador de todos os tempos sempre teve um “carinho” especial com o Corinthians. Escolheu o alvinegro para ser sua maior vítima, e isso resulto em 11 anos sem vitórias corinthianas sobre o Santos. Até que no dia 6 de março de 1968 o Pacaembu sediou a histórica partida. Aos 13 minutos do segundo tempo, Paulo Borges abriu o placar para a festa das arquibancadas. Pouco depois, aos 31, Flávio decretou o fim do tabu.
5 – Carrinho do Tupãzinho
Não ter um Campeonato Brasileiro entre suas conquistas era algo que incomodava os corinthianos. Mas nem mesmo os mais otimistas acreditavam que aquele time com o craque Neto teria chances de faturar o título de 1990. Na verdade isso é uma mentira, porque o corinthiano acredita sempre. Pois bem, depois de uma campanha mediada, o time cresceu nas fases finais e chegou à final contra o São Paulo. No jogo decisivo, em 16 de dezembro, aos nove minutos, o talismã Tupãzinho se atirou, de carrinho, na bola, e deu ao time do Parque São Jorge seu primeiro título nacional.
4 – Democracia Corinthiana e Diretas Já
Tudo começou em 1982, com a saída de Vicente Matheus da presidências do clube e a chegada de Waldemar Pires. Com ele, o sociólogo Adílson Monteiro Alves assume como diretor de futebol. Com um time liderado por Sócrates, Zenon e Wladimir, dentro e fora de campo, o Corinthians inova ao impor um sistema de votação para tomar importantes decisões no time. Com Washington Olivetto no marketing, surge a Democracia Corinthiana. Foram dois títulos estaduais seguidos e a participação do clube e seus jogadores no histórico movimento civil de reivindicação por eleições presidenciais diretas no país.
3 – Invasão do Maracanã
Em 5 de dezembro de 1976, o Brasil presenciou o maior deslocamento de uma torcida para acompanhar um jogo de futebol em todos os tempos. Mais de 70 mil corinthianos lotaram ônibus, carros, kombis, aviões e dividiram o Maracanã ao meio com a torcida do Fluminense. Era a semifinal do Campeonato Brasileiro, jogo único. No tempo normal empate em 1 a 1, e na disputa de pênaltis vitória alvinegra por 4 a 1. Mas o placar, em si, poucos lembram, porque a invasão corinthiana marcou para sempre a vida de todos que estiveram lá.
2 – Pênalti cobrado para fora do Edmundo
O Maracanã presenciou uma mini invasão, com 25 mil corinthianos nas arquibancadas (limite imposto pela Fifa para cada torcida). Em campo, o Vasco foi um adversário duro, que levou a decisão do Mundial para os pênaltis. Rincón cobrou e fez. Romário Empatou. Fernando Baiano e Alex Oliveira mantiveram tudo igual. Luisão colocou o Timão na frente e o chute de Gilberto foi defendido por Dida. O jovem Edu ampliou e o ex-ídolo Viola diminuiu. Marcelinho podia dar o título, mas Hélton defendeu. Na sequência, Edmundo colocou seu nome na história corinthiana.
1 – Gol do Basílio
A data era 13 de outubro de 1977. Quase 23 anos sem títulos. Morumbi lotado, terceiro jogo das finais, contra um time muito forte da Ponte Preta. Até que aos 36 minutos do segundo tempo, com o 0 a 0 no placar, o maior momento da história corinthiana, narrada por Osmar Santos: “Correndo pro pedaço Zé Maria, confusão na boca do gol, tentou Basílio de cabeça, volta pra Vaguinho que chuta na trave, tentou Vladimir, bateu no zagueiro, entrou Basílio e que goooooooool”.
Muitos talvez não entendam como um título paulista pode estar acima de um Mundial, tantos Brasileiros, Copas do Brasil. Mas somente os corinthianos sentem a importância dessa conquista, que acabou com um incômodo jejum e voltou a dar alegria a uma sofrida e apaixonada torcida.