Parreira quer ver atacantes marcando
BRASÍLIA – Um fez os três gols de seu time na primeira rodada do Italiano. O outro fez um dos dois do seu e deu a assistência para o segundo. Ainda assim, nem Ronaldo nem Adriano ocupam o centro das atenções na seleção brasileira, e um dos dois, ou até mesmo os dois, pode perder o lugar no time.
Para Carlos Alberto Parreira, tudo indica, há quatro vagas para cinco jogadores. Em cada momento, até agora, algum fator o impediu de escalar ou Kaká, ou Ronaldo, ou Adriano ou Ronaldinho. No próximo jogo do Brasil pelas eliminatórias, no entanto, Gaúcho estará à disposição e, salve o caso de alguma contusão ou suspensão, os outros quatro –já que Robinho agora entrou para o grupo— também. E aí, quem sai do time?
O treinador dá a dica: “Se eles não ajudarem [na marcação], o time fica vulnerável e não vamos ganhar de ninguém”, afirma sobre os dois avantes. Se espera marcação de Adriano e Ronaldo, o que não esperará de Kaká e Robinho, que, em tese, são meias.
O critério marcação pode definir a preferência de Parreira por um ou outro jogador, e aí, quem leva vantagem? Ao que tudo indica, ninguém. Nenhum dos cinco tem característica de marcação, e todos eles, quando tentam marcar, não só não marcam como fazem muitas faltas e deixam de fazer o que sabem, que é atacar.
Na última vez em que Adriano e Ronaldo foram titulares pelas eliminatórias, o time jogava com um só meia ofensivo, naquela partida, Ronaldinho. Embora o adversário fosse a fraca Bolívia, última colocada nas eliminatórias, foi fácil: 3 a 1, com gols dos três homens de frente –Ronaldo abriu o placar com menos de um minuto de jogo. Naquela partida, no entanto, a equipe enfrentou um adversário com um só atacante e tinha em campo, além dos dois zagueiros, cinco jogadores com características defensivas: Beletti, Roberto Carlos, Gilberto Silva e Edu.
Na partida de domingo, corre o risco de encontrar um Chile com dois atacantes, sendo um deles o perigoso, embora irregular, Marcelo Salas, contra um Brasil com só dois jogadores que defendem: Roberto Carlos e Emerson.