“Minha inteligência ajudou”

Logo na sua primeira experiência europeia o meio-campista Cícero, ex-Fluminense, tem surpreendido e já é um dos elementos mais imprescindíveis no Hertha Berlin, da Alemanha. Antes de voltar ao Rio de Janeiro para passar os últimos dias de férias, o jogador de 24 anos bateu um rápido papo conosco para falar do bom momento na Bundesliga – onde seu clube está em 3º lugar. O dono da camisa 7 do time da capital alemã também confessa que a derrota para a LDU, do Equador, na final da Taça Libertadores, ainda não cicatrizou.
Desde que chegou ao Hertha Berlim, da Alemanha, você conseguiu espaço rápido e tem jogado com freqüência. Já esperava começar a todo vapor a Bundesliga 2008/9?
Por enquanto está indo tudo bem, tem cinco meses que estou lá, todos estão falando bem de mim. Só a língua e o frio que são difíceis, mas temos intérprete.
Não sentiu nenhuma dificuldade dentro de campo?
A velocidade da bola e do jogo, é tudo mais rápido, mas com minha inteligência eu consegui me firmar.
O time tem vários brasileiros, o Kaká, o Rodnei, o Lúcio, e o Rafael. Isso tem ajudado, não?
Com certeza, nós fazemos muitas coisas juntos e facilita a minha adaptação, principalmente convivendo com eles, que já estavam jogando na Europa.
Você começou a temporada atuando mais centralizado no meio-campo, depois o técnico Lucien Favre o deslocou para atuar aberto na meia-esquerda. Conte-nos como isso tudo aconteceu e como se sente sendo utilizado em várias posições?
Eu gosto de atuar como segundo volante e comecei jogando assim, mas tivemos algumas lesões e o treinador foi obrigado a me escalar aberto no meio-campo, onde marquei alguns gols. No centro eu atuei ao lado do Kacar (Gojko Kacar, meio-campista sérvio de 21 anos) e outras com o Dárdai (Pál Dárdai, veterano meio-campista húngaro, há 11 anos no clube). Eles são diferentes, o Kacar sobe mais, o Dárdai é mais contido.
Em confrontos com as principais forças do campeonato como Bayern de Munique, Werder Bremen e Schalke 04, o time perdeu. Essas derrotas aconteceram devido aos limites do Hertha ou a equipe respeitou demais?
Acho que respeitamos demais, é claro que são times de ponta na Alemanha, mas poderíamos ter saído com um placar melhor. Tínhamos que impor nosso jogo, mas demos mole, tomamos gols bobos e isso não pode acontecer.
Os elementos mais ofensivos do time, Voronin e Pantelic, são de muito bom nível e experientes no futebol alemão. É fácil atuar com eles e servi-los?
São dois grandes jogadores, o Pantelic joga mais enfiado trombando com os zagueiros e o Voronin busca mais a bola, são dois caras que são uma das razões para nossa boa campanha.
O São Paulo contratou três jogadores do Fluminense, o lateral-esquerdo Júnior César, o volante Arouca e o atacante Washington. O time paulista já cobiçava esses jogadores desde a Libertadores, não?
Sempre houve especulações de clubes daqui e de fora, só agora se concretizou, mas já se falava desse interesse naquela época.
Lá se vão seis meses, mas a derrota para a LDU, do Equador, na final da Libertadores ainda dói?
Claro, entramos confiantes, todos nós estávamos confiantes, mas no jogo de ida tivemos aquela desatenção no primeiro tempo e tomamos aqueles gols. Infelizmente no jogo de volta não deu. Nos pênaltis um dos dois tinha que perder.
O que você projeta para sua carreira?
Continuar meu trabalho, tenho dois anos de contrato com o Hertha, mas não descarto nada, se pintar um clube de outro país vou ver o que é melhor para mim.