Mestre Telê
Talvez os mais jovens achem que Telê Santana sempre foi um mito, e que sua chegada ao São Paulo ocorreu em caminhão de bombeiros e com 120 mil pessoas lotando o Morumbi. Claro, é o que teria acontecido se se imaginasse o impacto que teria no clube a passagem do mineiro. Não era assim, porém, em 1990. Com a fama de “pé-frio” adquirida nas Copas de 82 e 86, Telê vivia um momento de sua carreira em que até os relativos sucessos (a ótima Copa União do Atlético-MG) eram considerados fracassos.
Se enganará, também, quem imaginar que Telê logo conquistou a torcida. Não custa lembrar que era ele no banco do Tricolor quando a equipe foi derrotada por um Corinthians muito inferior na final do Brasileiro de 90. Eram outros tempos, entretanto, ou não eram, mas por algum motivo astral a diretoria do São Paulo manteve Telê no leme. E foi recompensada por isso.
Telê não foi só bicampeão da Libertadores e do Mundial Interclubes pelo São Paulo. Foi também o primeiro campeão brasileiro em 1971, pelo Galo. Quebrou, em 1977 pelo Grêmio, uma longa hegemonia de títulos do Inter, que ganhara oito Gaúchos seguidos. Além de ter sido campeão carioca pelo Flu, mineiro pelo Galo e paulista pelo São Paulo.
Com tantas vitórias, qual outro treinador seria lembrado, e positivamente, por uma derrota? O multicampeão Telê certamente tem entre seus maiores méritos a montagem da Seleção de 1982, que encantou e encanta o mundo como o Brasil não fazia desde 1970. Que, como brincava Jô Soares em seu humorístico à época, não tinha ponta. E não tinha (na direita, na esquerda tinha o Éder) porque tinha que acomodar Cerezo, Falcão, Júnior, Zico, Sócrates. Telê acomodou, e como acomodou.
Assim como uma boa parte dos que integram essa lista, Telê Santana chegou lá dando lições que extravasavam o futebol. De paciência, de obstinação, dedicação. Que se preocupava com o que o jogador jovem fazia com seu dinheiro. Que socorreu um ex-jogador (Rojas) considerado pária no Brasil por considerar que ninguém pode pagar a vida toda por um só erro. Que criou e moldou mais de uma geração de jogadores. E outras tantas de torcedores.
2º – Telê Santana
Confira abaixo os demais citados no ranking dos Maiores Técnicos da história, elaborado pela Trivela:
3º – Herbert Chapman
4º – Alex Ferguson
5º – Helenio Herrera
6º – Brian Clough
7º – Sepp Herberger
8º – Matt Busby
9º – Béla Guttman
10º – Vittorio Pozzo
11º – Luiz Felipe Scolari
12º – José Mourinho
13º – Arrigo Sacchi
14º – Carlos Bianchi
15º – Rubens Minelli
16º – Fabio Capello
17º – Bill Shankly
19º – Valeriy Lobanovskyi
20º – Ênio Andrade
21º – Lula
22º – Ernst Happel
25º – Arsène Wenger