Especial: Inter bicampeão – Parte II

Parte I
A Copa do Mundo veio e foi, sem deixar saudades para o torcedor brasileiro. Se um colorado, Dunga, foi o maior derrotado do torneio, o Internacional não ficou assistindo a competição. No final de maio, o Inter perdeu para o São Paulo no Beira Rio, mas, ao mesmo tempo, obteve duas importantes vitórias: Fossati caiu, e Ricardo Gomes acabou com moral, e mantido no rival.
Ao Beira Rio chegou logo Celso Roth, de longo currículo, mas sob forte preconceito. Injusto, diga-se. É só ver o que aconteceu com os doois times que dirigiu nos últimos anos depois de sua saída: o Atlético contratou Vanderlei Luxemburgo e seu bando de assessores, e briga para não cair. Para o Grêmio, entretanto, a dor é muito maior. Também briga para não cair, e ainda vai ouvir a “flauta” pelo menos até dezembro.
Roth era, parece óbvio, responsável pelas boas fases, mas elas nnao duravam não por sua responsabilidade. O gaúcho de Caxias do Sul pagava com má fama por fazzer times ruins jogarem bem. Quando eles inevitavelmente embicavam para baixo, esquecia-se seus méritos para culpá-lo pelo que deveria ter acontecido muito antes.
O título continental consagra Roth não só pelo título, mas pela forma como veio. O Inter pós-Copa foi impecável desde o primeiro momento. Ainda que não tenha conseguido fazer mais do que um gol no São Paulo em Porto Alegre, dominou aas duas partidas jogando bem, Roth uniu as melhores características de um treinador: montou a tática adequada, motivou seus jogadores e tirou o melhor da cada jogador. Quando errou, como no caso da entrada de Everton no primeiro joo da final, teve humildade para corrigir o erro assim que foi possível.
Se Roth é herói fora de campo, dentro dele quem brilhou mais foi Giuliano. Foram dele, sempre entrando no segundo tempo, o último e os mais importantes gols da campanha. Foi Giuliano que tirou o Inter do aperto em Quilmes; foi Giuliano que fez o gol contra o São Paulo em Porto Alegre; foi Giuliano quem começøu a virada no México.
O gol do título, entretanto, foi de um herói mais antigo: Rafael Sóbis empatou o jogo final, talvez apenas para lembrar o torcedor dos dois gols no Morumbi em 2006. Assim como Sóbis, outro herói de 2006 foi importante, assim como Sóbis, jogando pouco tempo. Tinga estava suspenso na primeira semifinal, foi expulso na segunda, ficou fora, por isso, da primeira final, mas, mais uma vez, simbolizou a conquista ao deixar o campo de jogo sangrando.
Tinga não jogou muito tempo, mas foi, como de costume, o coração do time no jogo do Morumbi em que, não tivesse sido injustamente expulso, teria sido unanimemente o melhor em campo. Junto aos dois, quem também retornou no meio do ano foi Renan. Renan falhou, é verdade, principalmente no Morumbi. Fosse ali Abbondanzieri, entretanto, teria o Colorado chegado lá?
Inter x Inter
O time era bom, a base do Inter mais uma vez estava lá quando foi necessária, mas os que chegaram no intervalo da Copa foram a diferença entre ser muito bom e ser campeão. Ponto, mais um, para a direção colorada.
No final do ano, mais uma vez nos Emirados Árabes, tem Inter x Inter. Em títulos de relevo, Inter e Grêmio neste momento mais ou menos se equivalem: um tem mais Brasileiros, outro, mais Copas do Brasil. Libertadores são duas para cada lado. Mundial, por enquanto, cada time tem um.
O Inter, que chegou a mais de 50 mil sócios em 2006, agora quer ter mais de 100 mil. Caminha a passos largos para se firmar como um dos principais times do país. O mais importante, entretanto, ninguém se iluda, é poder tocar a flauta em cima dos gremistas. O que vai vender de camisa da