Dividindo o bolo
Na última quinta-feira a Uefa realizou o sorteio dos grupos para a próxima edição da Liga dos Campeões, que começa em setembro. O evento, realizado em Mônaco, contou com personalidades do futebol e também escolheu o melhor jogador da temporada no continente – Lionel Messi, só para constar.
O milionário torneio é o ápice técnico para os jogadores, e vital para o planejamento do clube. Os números explicam. A edição passada distribuiu incríveis quantias aos participantes (especialmente aos que foram mais longe). Veja alguns dados e entenda porque a Champions é sucesso também fora do gramado.
– €13.3 milhões distribuídos entre os participantes eliminados em uma das três fases qualificatórias.
– €2.1 milhões para cada um dos eliminados nos playoffs (10 clubes) pré-fase de grupos.
– €69.9 milhões entregues à não participantes do campeonato para ser aplicados em programas de categorias de base.
Mas as cifras ficam ainda mais impressionantes quando falamos dos grandes.
– O Manchester United não levantou a taça, mas foi o líder na premiação e arrecadou €53,197 milhões, entre prêmios pelo desempenho, acordos de televisão e outros fatores que variam entre as federações nacionais.
– Com €51.025 milhões em premiação além do troféu, o Barcelona não pode reclamar. Mais uma temporada de sucesso.
– É possível observar a força da liga inglesa tanto em desempenho quanto nos acordos televisivos. Na lista das 10 equipes que mais faturaram estão Man.United, Chelsa, Tottenham e Arsenal.
– A cada vitória, empate ou classificação para a fase seguinte, o clube arrecada um bônus pré-estabelecido. E na pior das hipóteses, €7.2 milhões já está garantido à cada participante.
Números que mostram a importância do torneio no caixa das agremiações. Agora você entende o drama que é ficar de fora. Certo, Juventus e Liverpool?
Pitacos sobre as greves
Associação de jogadores e Liga profissional de futebol chegaram a um acordo na quarta feira na Espanha. Entretanto a greve dos jogadores, que exigem melhores condições de trabalho e garantias financeiras, conseguiu barulho ao adiar a primeira rodada. Os profissionais italianos aproveitaram o embalo e também impactaram no calendário: por motivos parecidos, a série A não tera início nesse fim de semana, como previsto.
Em uma análise rápida e superficial, apesar do motivo ser o mesmo, as crises tem algumas diferenças. Na Espanha, a disparidade abissal entre os gigantes Real Madrid e Barcelona tem efeito em campo há algum tempo. Agora, começam a fazer efeito fora dele. E se lembrarmos que as negociações com a televisão são individuais (os dois gigantes ganham fortunas enquanto os outros recebem quantias bem mais modestas), não há perspectivas de mudanças imediatas no cenário.
Na Itália, a crise é geral. Estádios não lotados, clubes italianos sem grandes contratações e baixa qualidade no campeonato. A liga da bota que já foi considerada a melhor do mundo, vive crise financeira e técnica. Infelizmente, a perspectiva também não é das melhores.
Em tempo: há quem aproveite a crise nesses dois lugares para elogiar o momento do futebol brasileiro. Nem cá, nem lá. Sim, os clubes nacionais conseguiram verdadeiras engenhocas financeiras nos últimos anos que tiveram impacto no mundo da bola. Mas o modelo de administração ainda não parece saudável financeiramente e se não corrigido, pode resultar em problemas daqui alguns anos. Além disso, vimos que o último modelo adotado nas negociações televisivas foi o individual, tal qual na Espanha.
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