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Defesa histórica, mordida e gols: Suárez se despede do Uruguai com título e polêmicas

Atacante de 37 anos anuncia aposentadoria da Celeste como o maior artilheiro da história da seleção

Aos 37 anos, Luis Suárez anunciou a sua aposentadoria da Seleção Uruguaia. 17 anos após a sua estreia com a camisa celeste, o atacante deixa a equipe como o maior artilheiro da história.

Com um faro de gol implacável desde que surgiu no futebol, Suárez também acumulou momentos históricos defendendo o seu país dentro das quatro linhas.

Por isso, a Trivela reuniu jogos que ficaram gravados na memória não apenas dos uruguaios, mas também de todos que amam o futebol e se identificam com a paixão do histórico atacante celeste.

Suárez anuncia aposentadoria do Uruguai aos 37 anos

Luis Suárez se despede da Seleção Uruguaia em setembro de 2024. Foto: Icon Sport
Luis Suárez se despede da Seleção Uruguaia em setembro de 2024. Foto: Icon Sport

A última partida de Suárez será diante do Paraguai, na próxima sexta-feira (06), às 20h30 (horário de Brasília), num muito provavelmente abarrotado Estádio Centenário, em duelo válido pelas Eliminatórias do Copa do Mundo de 2026.

“É algo que vinha pensando, vinha analisando. Eu estava analisando isso. É a hora certa, é muito difícil. […] Sempre me ensinaram a me entregar pela minha seleção. Quero agradecer a todos, à torcida, pelas várias mensagens.”

Ao todo, Suárez disputou 144 jogos, com 21 assistências e 69 gols, o maior artilheiro da história da seleção celeste. Em 2011, foi campeão da Copa América.

Apesar de ter uma trajetória de sucesso por clubes gigantes como Barcelona e Liverpool, Suárez nunca deixou minguar o laço que construiu com a seleção de seu país.

Raça, dedicação, catimba, frustração. Suárez sempre foi decisivo por onde passou.

Copa do Mundo de 2010: A maior defesa de um atacante

A "Mão de Deus" de Luis Suárez salvou a eliminação do Uruguai nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Foto: Icon Sport
A “Mão de Deus” de Luis Suárez salvou a eliminação do Uruguai nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Foto: Icon Sport

Na Seleção Uruguaia, o camisa 9 protagonizou episódios que impressionaram o mundo pela traquinagem e amor à camisa do seu país.

O primeiro deles foi em 2010, quando na África do Sul, Luis Suárez protagonizou a conhecida “Mão de Deus 2.0” diante de Gana pelas quartas de final da Copa do Mundo daquele ano.

Em um jogo complicado, que já estava na prorrogação após o empate em 1 a 1, Suárez salvou a sua equipe com uma defesa de mão em cima da linha do gol.

Após uma bola parada, Muslera saiu mal, e Dominic Adiyiah completou para o gol. No entanto, Suárez, que estava na linha do gol, defendeu com as mãos. Pênalti para os ganeses e cartão vermelho para o camisa 9.

Luis Suárez foi expulso das quartas de final da Copa após "defender" a cabeçada de Dominic Adiyiah. Foto: Icon Sport
Luis Suárez foi expulso das quartas de final da Copa após “defender” a cabeçada de Dominic Adiyiah. Foto: Icon Sport

No corredor para os vestiários do estádio FNB, em Joanesburgo, Suárez conseguiu ouvir a celebração dos uruguaios, pois Gyan, o destaque ganês daquela Copa, havia acertado o travessão na cobrança de pênalti.

O empate seguiu no placar e a disputa foi para os pênaltis. Os uruguaios avançaram às semifinais com uma cavadinha histórica do também icônico Louco Abreu.

Apesar de terminar com a quarta colocação na Copa de 2010, Suárez tornou-se um símbolo de raça e superação para os uruguaios dentro de campo. E o resultado veio no ano seguinte, na Argentina.

Pela Copa América de 2011, o camisa 9 foi decisivo para a equipe de Óscar Tabárez, anotando quatro gols no torneio – incluindo um na final, quando os uruguaios venceram o Paraguai por 3 a 0.

Suárez foi eleito pela Conmebol o melhor jogador do torneio e coroou a sua campanha histórica da África do Sul com um título inédito para a carreira com a Celeste.

A mordida polêmica em Chiellini na Copa de 2014

Luis Suárez e Chiellini na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Foto: Icon Sport
Luis Suárez e Chiellini na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Foto: Icon Sport

Em alta no futebol europeu e a caminho do Barcelona, Suárez chegou à Copa do Mundo de 2014, no Brasil, como o grande protagonista da equipe celeste.

A campanha não foi das melhores, e o time de Tabárez acabou sendo eliminado nas oitavas para a Colômbia, com o gol mais bonito da competição, anotado por James Rodriguez.

No entanto, Suárez protagonizou um lance bizarro ainda na fase de grupos. No jogo contra a Itália, ele mordeu o zagueiro Giorgio Chiellini, um incidente que teve repercussão mundial.

Suárez foi suspenso por nove jogos internacionais e banido de atividades relacionadas ao futebol por quatro meses, o que prejudicou tanto sua carreira quanto a Seleção Uruguaia.

Luis Suárez provou seu amor pelo país em toda passagem pela seleção

Luis Suárez. Foto: Icon Sport
Luis Suárez. Foto: Icon Sport

Em 2018, na Rússia, Suárez mais uma vez desempenhou um papel vital para o Uruguai. Ele marcou dois gols na fase de grupos e foi crucial na vitória sobre Portugal nas oitavas, com uma assistência para Cavani.

O Uruguai foi eliminado pela França nas quartas de final, mas o camisa 9 mostrou mais uma vez sua importância para a equipe, que começava a dar sinais de um início de transição de gerações.

No Catar, em 2022, sob o comando do jovem Diego Alonso, Luis Suárez foi reserva na maior parte da competição – mas mesmo assim exerceu a sua influência na nova geração de talentos do seu país.

A campanha foi ruim, culminando com uma eliminação ainda na fase de grupos, e o camisa 9 dava adeus à sua última edição de Copa do Mundo com a camisa do seu país.

Polêmico, goleador e, sobretudo, apaixonado pelo seu país e pelo futebol. Luis Suárez deixa aos uruguaios um legado histórico e é visto pelos novos atletas como uma referência na seleção.

Foto de Lucas Gervazio

Lucas GervazioRedator de esportes

Jornalista pela Unesp. Antes da Trivela, contribuiu para os portais Guia do Boleiro, Quinto Quarto e FNV Sports.
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