Mundial de Clubes

Ao se candidatar para receber próximo Mundial de Clubes, CBF deixa mensagem especial à Fifa

Em encontro com lideranças da Fifa, presidente da CBF colocou o Brasil à disposição para receber a edição de 2029 do torneio

No primeiro encontro com a alta cúpula da Fifa, Samir Xaud, novo presidente da CBF, colocou o Brasil à disposição para receber a próxima edição do Mundial de Clubes em 2029. 

Ao se candidatar, a entidade brasileira deixou uma mensagem clara à federação mundial: somos capazes de tratar a competição como ela merece. Na edição atual, nos Estados Unidos, os estádios de capacidade voluptuosa muitas vezes apresentam espaços nas arquibancadas

Até mesmo partidas de alta demanda não preenchem as arenas de forma suficiente. Um exemplo foi o duelo entre Palmeiras e Al-Ahly, do Egito, na segunda-feira (16), que movimentou pouco mais de 35 mil pessoas. 

Ulsan HD v Mamelodi Sundowns FC – FIFA Club World Cup – Inter&Co Stadium
Ulsan e Mamelodi se enfrentaram no estádio do Orlando City para pouco mais de três mil pessoas em um dos fracassos de público do Mundial de Clubes até o momento (Foto: Imago)

O público foi interessante se tratando de um duelo entre uma equipe africana e outra sul-americana em território da América do Norte. Mas frente à capacidade de 82.500 mil lugares no Metlife Stadium, a sensação foi de esvaziamento. Isso é reflexo do desinteresse do público local na competição

Fãs de hóquei, beisebol, basquete e de seu próprio futebol, os americanos estão pouco ligados no “soccer”. Ainda mais em um período em que a NBA, liga do segundo esporte mais popular do país, está em momento decisivo.

Desde 5 de junho, nove dias antes do início do Mundial de Clubes, até domingo (22), são disputadas as finais da competição de basquete entre Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers.

O sétimo e decisivo jogo da final da NBA será a partir de 21h (de Brasília), no Paycom Center, em Oklahoma. O City de Guardiola entra em campo às 22h (de Brasília) no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, no mesmo dia. 

Promoção de ingressos? Aqui não, queridinhos

A baixa demanda dos estadunidenses fez a Fifa apelar para algumas promoções de ingressos. Para estudantes, três bilhetes foram comercializados no preço de um em jogos de pouco apelo em Miami. 

Na véspera da partida de abertura, com um time local envolvido, o Inter Miami, contra os egípcios do Al-Alhy, ingressos chegaram a ser vendidos por 10 dólares. O reflexo do desinteresse também está na baixa promoção do evento. 

Há pouquíssima propaganda nos grandes centros comerciais, como a Times Square, em Nova York. E o maior chamariz ao evento está justamente nas grandes concentrações de torcedores de outros lugares do mundo. A imprensa local também dá pouco espaço para o Mundial de Clubes. 

No dia da abertura do torneio, por exemplo, o “The Wall Street Journal”, um dos principais jornais dos Estados Unidos, estampou a seguinte manchete: “The $2 Billion Club World Cup Is Coming to America. Will Anyone Watch?”, que em tradução livre, diz: “A Copa do Mundo de Clubes de 2 bilhões de dólares está chegando aos Estados Unidos. Alguém vai assistir?”. 

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Jornal norte-americano questiona se público local se interessará pela Copa do Mundo de Clubes realizada nos EUA

Tudo isso definitivamente não seria problema no Brasil. Aqui, o futebol é o esporte com o maior apelo popular. Assim, para além dos deslocamentos dos torcedores de outros países, seria totalmente natural a movimentação da população local para as partidas. 

Com isso, ao oferecer o Brasil como sede da próxima edição do torneio internacional, a CBF dá à Fifa a possibilidade do campeonato ser tratado com o devido carinho. 

A Copa do Mundo de 2014, disputada em território brasileiro, é a segunda com melhor média e maior concentração de público na história. Foram 3.429.883 assistindo às partidas.

Por ironia, o Mundial no Brasil fica atrás apenas da edição de 1994, que foi disputada justamente nos Estados Unidos. Na época, a Major League Soccer estava em vias de criação e o país buscava a popularização do esporte. Trinta e um anos depois, não se nota tanto êxito nisso. 

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Um país tropical, abençoado por Deus

Telão do estádio alerta torcedores sobre condições climáticas durante partida do Palmeiras no Mundial de Clubes. Foto: Imago

As questões climáticas também têm sido problemáticas no Mundial de Clubes nos Estados Unidos. Quatro partidas já foram paralisadas por conta de ameaças de tempestades. Isso mesmo em meio a fortes ondas de calor. Todas elas na Costa Leste do país. 

No Brasil, o calor costuma ser intenso em algumas épocas do ano. Nos meses em que a competição será disputada (junho e julho), porém, as condições são bem mais amenas. Além disso, o país possui protocolos mais flexíveis que não impactam tanto no evento, como acontece no território americano.

Foto de Fábio Lázaro

Fábio LázaroSetorista

Nascido em Santos, criado em São Vicente e entregue a São Paulo. Na Trivela desde junho de 2024, como setorista do Corinthians. Passagem pelo Lance! entre fevereiro de 2020 e maio de 2024, onde cobriu Santos e Corinthians. Por lá, também coordenou pautas e estratégias digitais. Atualmente, também é comentarista no programa Esporte por Esporte, da TV Santa Cecília.
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