Balanço do Campeonato Mexicano (II): o meio da tabela

Com a parada dos campeonatos nacionais, a coluna dá seguimento ao balanço da temporada 2012/13, apresentando a segunda parte (confira aqui a primeira parte), com clubes que, se por um lado não sofreram com o risco de descenso, tampouco ameaçaram os grandes na briga pelo título do Clausura.
Como a Liga MX, primeira divisão do campeonato nacional, conta com sistema de mata-mata, além de dois torneios anuais, dividimos os times em três grupos, de acordo com a tabela de rebaixamento, que leva em consideração o desempenho dos clubes nas últimas três temporadas (seis torneos cortos), Confira:
Jaguares
Colocação final no Clausura: 14º colocado, com 17 pontos em 17 rodadas
Liguilla: não participou
Técnico: José Guadalupe Cruz
Maior vitória: Jaguares 2×0 Tijuana (7ª rodada)
Maior derrota: Tigres UANL 3×0 Jaguares (1ª rodada), San Luis 3×0 Jaguares (12ª rodada) e UNAM 3×0 Jaguares (16ª rodada)
Principal jogador: Luis Gabriel Rey (atacante)
Decepção: Miguel Martínez-ARG (defensor)
Artilheiro: Luis Gabriel Rey (9 gols)
Líder em assistências: Edgar Andrade, George Corral e Luis Gabriel Rey (3 passes para gol)
Melhor contratação: David Toledo, meia
Pior contratação: Francisco Javier Dórame, defensor
Time-base: Edgar Hernández, George Corral, Leiton Jiménez, Gerardo Espinoza e Leonardo Bedolla; David Toledo, Jorge Kalú Gastelum, Ricardo Esqueda, Edgar Andrade e Jorge Marcelo Rodríguez; Franco Arizala (Luis Loroña) e Luis Gabriel Rey;
Copa MX: eliminado nas quartas de final, pelo Cruz Azul
Competição continental: nenhuma
Nota da temporada: 5,0
As expectativas geradas pela última boa temporada do Jaguares fez água em 2012/13. Se sob o comando do trio cafetero Martínez-Rey-Arizala, os felinos alcançaram duas vezes seguidas os playoffs e encantaram os aztecas com um futebol ofensivo e envolvente, a venda do primeiro para o Porto (POR) resultou numa queda abrupta dos chiapanecos. Ainda que o experiente Rey tenha mantido a ótima produção ofensiva, Arizala enfrentou uma série de problemas físicos e o uruguaio Rodríguez esteve abaixo do futebol da temporada anterior.
Ao fim da época, uma reviravolta pegou de surpresa os torcedores do Jaguares: a venda da franquia resultou na mudança do clube para Querétaro e, ainda que o San Luis tenha dado origem a uma nova agremiação em Tuxtla Gutiérrez, o novato Chiapas F.C. não contará com a curta, porém rica história felina e nem seu elenco já minimamente entrosado. Começando praticamente do zero, o novo clube não deve empolgar de início e nem tem garantias de permanecer muito tempo por lá. As expectativas de um novo bom momento já não reverberam entre os torcedores.
Toluca
Colocação final no Clausura: 13º colocado, com 18 pontos em 17 rodadas
Liguilla: não participou
Técnico: Enrique Meza
Maior vitória: León 1×2 Toluca (3ª rodada) e Toluca 2×1 Jaguares (8ª rodada)
Maior derrota: Toluca 1×4 Tigres UANL (6ª rodada)
Principal jogador: Lucas Silva-BRA (meia)
Decepção: Juan Carlos Cacho (atacante)
Artilheiro: Lucas Silva-BRA (5 gols)
Líder em assistências: Carlos Esquivel, Héctor Acosta e Lucas Silva-BRA (2 passes para gol)
Melhor contratação: Fausto Pinto, defensor
Pior contratação: Xavier Báez, meia
Time-base: Alfredo Talavera, Héctor Acosta, Diego Novaretti, Francisco Gamboa e Carlos Gerardo Rodríguez (Fausto Pinto); Wilson Mathias, Antonio Ríos, Sinha e Lucas Silva; Carlos Esquivel e Luis Tejada (Edgar Benítez);
Copa MX: não participou
Competição continental: eliminado na fase de grupos da Copa Libertadores
Nota da temporada: 5,0
Mantendo boa parte dos jogadores que levaram o clube ao vice-campeonato e à Superliderança do Apertura 2012, o Toluca vislumbrava voltar a carga na briga pelo título com os grandes em 2013. As esperanças se desfizeram, contudo, logo de cara, com um início decepcionante e um futebol muito aquém do esperado. Com um desempenho pobre mesmo atuando no Nemesio Díez, os Choriceros estiveram no grupo dos classificados em apenas uma das 17 rodadas.
Se a defesa continuou segura em grande parte da campanha, o desempenho do setor ofensivo caiu muito de um ano para o outro, com míseroa 14 gols anotados. Tejada e Esquivel deixaram de marcar gols, o paraguaio Benítez não confirmou sua consolidação no time titular e mesmo o veterano Sinha começou a sentir o peso da idade e não dá mais sinais de que possa carregar os Diablos às grandes campanhas. O que não mudou foi o excelente desempenho do volante e agora meia de armação brasileiro Lucas Silva, ex-Botafogo, responsável pelos poucos bons momentos da equipe Escarlata e recém-adquirido pelo Monterrey.
Pachuca
Colocação final no Clausura: 11º colocado, com 20 pontos em 17 rodadas
Liguilla: não participou
Técnico: Gabriel Caballero
Maior vitória: Pachuca 2×0 Atlante (1ª rodada)
Maior derrota: Pachuca 2×4 América (16ª rodada)
Principal jogador: Paulo da Silva-PAR (defensor)
Decepção: Fernando Cavenaghi-ARG (atacante)
Artilheiro: Ángel Reyna e Darío Carreño (5 gols)
Líder em assistências: Daniel Ludueña (3 passes para gol)
Melhor contratação: Ángel Reyna, atacante
Pior contratação: Néstor Vidrio, defensor
Time-base: Rodolfo Cota, Óscar Rojas, Daniel Arreola, Paulo da Silva e Miguel Herrera; Jorge Hernández, Héctor Herrera, Daniel Ludueña e Ángel Reyna; Christian Suárez e Darío Carreño;
Copa MX: eliminado nas quartas de final, pelo Puebla
Competição continental: nenhuma
Nota da temporada: 5,5
As aspirações de um novo projeto baseado em contratações de impacto, grandes estrelas e uma nova sequência de títulos no futebol mexicano ficaram para trás em Hidalgo. Boa parte dos atletas que chegaram para dar forma a essa nova estrutura já se foi e os Tuzos começam a juntar os cacos em busca de montar um novo elenco competitivo o suficiente para alcançar a Liguilla e, partir daí, voltar a brigar pela taça. Mesmo em meio a esse processo, o Decano cumpriu um bom papel no Clausura, brigando pela vaga no mata-mata durante toda a competição. As cinco derrotas em sequência na reta final, todavia, mataram as pretensões dos Mineros.
Referência pela capacidade, liderança e experiência, o paraguaio Da Silva continua como a grande figura do Pachuca, mas duas contratações da janela de janeiro se encaixaram perfeitamente no esquema do técnico Caballero: os ofensivos Reyna e Carreño formaram uma dupla afiada, com ocupando de forma oportuna o vácuo de má fase do equatoriano Suárez no ataque. De positivo, vale dizer que o clube começa dar forma a um novo e competitivo grupo e que pode dar frutos num futuro não muito distante.
León
Colocação final no Clausura: 15º colocado, com 16 pontos em 17 rodadas
Liguilla: não participou
Técnico: Gustavo Matosas-URU
Maior vitória: León 2×0 San Luis (7ª rodada)
Maior derrota: Santos 2×0 León (4ª rodada)
Principal jogador: Matías Britos-URU (atacante)
Decepção: Nelson Sebastián Maz-URU (atacante)
Artilheiro: Matías Britos-URU (6 gols)
Líder em assistências: Luis Montes e Eisner Loboa-COL (3 passes para gol)
Melhor contratação: Rafael Márquez, defensor
Pior contratação: Nery Castillo, meia
Time-base: Christian Martínez (William Yarbrough), Jonny Magallón, Ignacio González, Rafael Márquez e Edwin Hernández; Juan Vázquez, Carlos Peña, Hernán Darío Burbano, Eisner Loboa e Luis Montes; Matías Britos;
Copa MX: não participou
Competição continental: eliminado na primeira fase (Pré-Libertadores) da Copa Libertadores, pelo Deportes Iquique (CHI)
Nota da temporada: 5,5
Mesmo mantendo a mesma base que surpreendeu o México com um ataque demolidor em seu retorno à elite do futebol azteca, os Panzas Verdes não mantiveram a mesma toada na sequência da temporada. Ainda que não esteja ameaçado pelo descenso, a campanha no Clausura mostrou que nem tanto ao céu nem tanto à terra. O elenco é bom, capaz de se manter na Liga MX, mas ainda sem muitas expectativas de brigar pelo título. O insaciável setor ofensivo, capaz de garantir a melhor produção do Apertura, sumiu, ostentando a pior marca do Clausura, com míseros 14 gols e insuficientes 3 vitórias. Logo de cara, foram sete derrotas nas 10 primeiras rodadas, o que impediu a briga pela Liguilla mesmo com a invencibilidade nos últimos sete duelos.
Entre os erros cometidos, mesmo que com boas intenções, estiveram a chegada de medalhões como o zagueiro Rafa Márquez e o meia-atacante Nery Castillo. O primeiro não se destacou tanto, mas ainda assim se impôs como um dos líderes do elenco e comandou a segura defesa. Já o segundo, gabaritado por uma passagem pela Premier League, não rendeu tecnicamente e ainda conturbou o tranquilo ambiente Esmeralda. Outro que ficou devendo foi o ídolo uruguaio Maz, em má fase técnica que sobrecarregou seu conterrâneo e colega de posição Matías Britos. Gozando ainda de muito apoio da direção leonina, Matosas terá mais uma temporada para consolidar o León de vez na elite nacional.
Tijuana
Colocação final no Clausura: 10º colocado, com 21 pontos em 17 rodadas
Liguilla: não participou
Técnico: Antonio Mohamed
Maior vitória: Tijuana 4×0 Chivas Guadalajara (17ª rodada)
Maior derrota: Cruz Azul 5×0 Tijuana (14ª rodada)
Principal jogador: Duvier Riascos (atacante)
Decepção: Leandro Augusto (meia)
Artilheiro: Duvier Riascos-COL (5 gols)
Líder em assistências: Alfredo Moreno (3 passes para gol)
Melhor contratação: Daniel Márquez
Pior contratação: Noé Maya, meia
Time-base: Cirilo Saucedo, Juan Carlos Núñez, Javier Gandolfi, Pablo Aguilar e Edgar Castillo; Richar Ruiz (Joe Corona), Cristian Pellerano, Fernando Arce e Fidel Martínez; Raúl Enríquez (Alfredo Moreno) e Duvier Riascos;
Copa MX: não participou
Competição continental: eliminado nas quartas de final da Copa Libertadores, pelo Atlético-MG (BRA)
Nota da temporada: 6,5
Um título nacional logo em sua segunda temporada na elite nacional e com pouco tempo de existência deu uma motivação a mais para o complemento da temporada dos Xolos em 2013. E a direção do clube fronteiriço preferiu canalizar essa energia para a disputa da Copa Libertadores, principalmente quando notou que a vaga na Liguilla dificilmente chegaria com a série de derrotas na reta final do Clausura.
Eliminado após desperdiçar um pênalti já nos acréscimos na competição continental (e para um dos favoritos ao título), o Tijuana nem fez uma campanha tão ruim na Liga MX, estando próximo da briga pela vaga em todos os momentos da competição. O entrosamento continuou sendo a grande arma do clube, mas duas perdas significativas podem significar um baque para a próxima temporada: assim como o comandante argentino “Turco” Mohamed voltou ao seu país natal, o insinuante e goleador colombiano Riascos fez as malas e rumou para o Pachuca. Resta saber como o Tijuana irá se comportar com essas perdas para 2013/14.
Pumas UNAM
Colocação final no Clausura: 7º colocado, com 29 pontos em 17 rodadas
Liguilla: eliminado nas quartas de final, pelo América
Técnico: Juan Antonio Torres Servín
Maior vitória: Monterrey 3×0 UNAM (12ª rodada)
Maior derrota: UNAM 3×0 Jaguares (16ª rodada)
Principal jogador: Javier Cortés (meia)
Decepção: Luís García-ESP (meia)
Artilheiro: Javier Cortés (7 gols)
Líder em assistências: Javier Cortés (3 passes para gol)
Melhor contratação: Robin Ramírez-PAR, atacante
Pior contratação: Ignacio González, defensor
Time-base: Alejandro Palacios, Luis Fernando Fuentes, Marco Antonio Palacios, Darío Verón e Efraín Velarde; David Cabrera, Martín Romagnoli e Javier Cortés; Martín Bravo, Robin Ramírez e Eduardo Herrera;
Copa MX: eliminado na fase de grupos (2º colocado no grupo 4, atrás do Puebla)
Competição continental: nenhuma
Nota da temporada: 6,0
Já é praxe na Cidade Universitária o Pumas começar cambaleante a campanha no torneio nacional e, com uma arrancada fulminante, garantir a vaga nos playoffs na reta final. Invariavelmente, contudo, a queda é precoce no mata-mata. Tanto que, no Clausura, ainda que tenha atuado bem na primeira etapa no Azteca, ficou claro que os felinos não tinham elenco suficiente para superar o rival América.
Os atacantes Bravo, Ramírez e o experiente espanhol Luís García não entregaram o prometido, e a UNAM só garantiu a vaga por meio da excelente fase do meia Javier Cortés, que se consolidou no Pumas como artilheiro, armador e maestro do clube. Isso tudo com apenas 23 anos. Tendo um setor defensivo de desempenho sólido, com peças experientes e seguras, os universitários fazem de tudo para manter a base atual, ganhar ainda mais com entrosamento e reforçar apenas setores pontuais.
Curtas
– Antes da estreia com derrota na Copa das Confederações para a Itália, a seleção azteca voltou a tropeças nas Eliminatórias da Concacaf, empatando em casa sem gols com a Costa Rica, alcançando sua quinta igualdade em seis partidas e caindo para o terceiro lugar, com oito pontos;
Costa Rica
– Com o empate obtido no Azteca e a vitória sobre o Panamá, com gols de Bryan Ruíz e Celso Borges, os Ticos mantiveram a frente sobre a Tricolor e a vice-liderança do qualificatório para o Mundial, com 11 pontos conquistados, apenas dois atrás dos Estados Unidos;
Guatemala
– Líder e vice-líder da fase regular, Comunicaciones e Heredia farão a decisão do torneio Clausura da Liga Nacional. Os Albos venceram o Marquense, de virada, em casa, apó empate na duelo de ida, enquanto o Jaguares reverteu o revés por 2×0 no primeiro jogo com uma sonora goleada por 4×1 em Heredia;
– Enquanto o Comunicaciones busca seu 26º título nacional, o Heredia, comandado pelo experiente meia brasileiro Igor de Souza, disputa sua primeira final na elite guatemalteca;
Honduras
– Com gols de Roger Rojas e Óscar Boniek García, Honduras bateu a Jamaica, em casa, mas a derrota para os norte-americanos longe de seus torcedores manteve os Catrachos na quarta posição, com sete pontos em seis jogos;
Panamá
– Superados por norte-americanos e costarriquenhos nas últimas rodadas, os Canaleros perderam a invencibilidade e caíram para o quinto lugar, fora da zona de classificação das Eliminatórias, com seis pontos em seis partidas.