Serie A

Osimhen provocou a Juventus lembrando do 5 a 1 em janeiro, mas está na hora do Napoli viver do presente

Na derrota do Napoli para a Juventus em Turim, Victor Osimhen provocou torcedores adversários relembrando a goleada da temporada passada

A realidade da temporada 2023/24 do Napoli é bem diferente da criada com o excelente desempenho na anterior. Pouco mais de seis meses depois da conquista do último Scudetto, que encerrou um jejum de 33 anos do clube, os Partenopei aparecem na quinta colocação da Serie A com 14 pontos de diferença para a líder Internazionale. Para piorar, vem numa sequência de três derrotas consecutivas somando todas as competições, a última delas na sexta-feira (8) por 1 a 0 para a Juventus, em Turim.

Um dos destaques do Napoli na vitoriosa temporada passada, o atacante Victor Osimhen até chamou a atenção diante da Velha Senhora, mas não pelo que fez com a bola rolando. Em campo, o nigeriano foi muito bem marcado por Bremer e apareceu pouco, vendo seu companheiro de ataque Khvicha Kvaratskhelia desperdiçar uma grande chance que criou na única vez que o zagueiro brasileiro não esteve em sua cola. Fora dele, o camisa 9 provocou os torcedores adversários após o término do jogo fazendo sinais com as mãos que relembraram a goleada por 5 a 1 em janeiro no Estádio Diego Armando Maradona. Na ocasião, anotou dois gols.

Não tem nada demais na provocação feita pelo centroavante, que provavelmente alegrou seus torcedores com o gesto para os Bianconeri. Por outro lado, dá indícios de que o Napoli ainda não entendeu que não poderá viver da brilhante temporada 2022/23 para sempre e que está na hora de olhar para o presente. Por mais que tenha perdido Kim Min-jae para o Bayern de Munique e o técnico Luciano Spalletti para a seleção italiana, a queda de desempenho coletivo e individual da equipe é muito maior do que se esperava.

Osimhen, inclusive, exemplifica bem essa derrocada. Nesta temporada, o nigeriano soma seis gols em 14 partidas. Na anterior, ele balançou as redes adversárias dez vezes no mesmo número de jogos. Atualmente, o atacante ainda vive um jejum de quatro confrontos sem marcar, mas aí é preciso dar um desconto já que ele recentemente retornou de uma lesão muscular que o afastou dos gramados por um mês.

Não é que o Napoli precise ser o mesmo da última Serie A, até porque é muito difícil atingir o nível e o domínio apresentados na competição, mas não era para estar fora da zona de classificação para a próxima Champions League e podendo ser ultrapassado por Fiorentina e Bologna ao fim da 15ª rodada. O elenco napolitano é bom o suficiente para estar numa situação mais confortável.

Em meio ao momento ruim, Osimhen é eleito o melhor da temporada 2022/23

Talvez o Napoli ainda esteja com a cabeça no passado porque premiações válidas pela temporada anterior ainda não acabaram. Na última segunda-feira (4), foi realizada em Milão a Gran Galà del Calcio (Grande Gala do Futebol, na tradução livre) de 2023, evento organizado pela Associação Italiana de Futebolistas para premiar os melhores da última Serie A.

Como era de se esperar, os Partenopei foram os mais contemplados da noite. Kvaratskhelia recebeu o troféu de gol mais bonito da temporada pelo tento marcado na vitória por 2 a 0 sobre a Atalanta, em março. Spalletti, por sua vez, foi eleito o melhor treinador. Já Victor Osimhen ficou com o principal prêmio: o de melhor jogador. O nigeriano foi o artilheiro da Serie A 2022/23 com 26 gols e ainda deu quatro assistências em 32 jogos.

Além de Kvaratskhelia e Osimhen, outros três jogadores napolitanos integraram a seleção da competição: o lateral-direito Giovanni Di Lorenzo, o zagueiro Kim Min-jae e o meio-campista Stanislav Lobotka. O Napoli ainda foi eleito o clube do ano, com o presidente Aurelio De Laurentiis recebendo o troféu. Aliás, o discurso do mandatário prova que a parte do presente da equipe ainda está atrelada ao recente passado glorioso.

— Fiquei impressionado com o facto de as celebrações se prolongarem durante meses no nosso país, envolvendo também aqueles que nos seguiram no exterior. Em outras cidades, mal duravam um dia — declarou De Laurentiis.

Foto de Felipe Novis

Felipe NovisRedator

Felipe Novis nasceu em São Paulo (SP) e cursa jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Antes de escrever para a Trivela, passou pela Gazeta Esportiva.
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