Itália

Federação italiana segue tendência de outros países e promete duras punições contra Superliga

Novo manual de licenciamento dos clubes italianos para 2024/25 indica compromisso de não participação em competições fora da aba de Uefa e Fifa

Nos últimos dias, a discussão sobre o projeto de uma Superliga europeia de futebol voltou à tona, graças a luz verde do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). Com isso, diversos clubes, agentes e órgãos se manifestaram contra a ideia. Na última quinta-feira (28), foi a vez do futebol italiano assumir uma posição formal em relação ao tema.

Em reunião realizada com o intuito de definir as normas de licenciamento dos clubes para a temporada 2024/25, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) aprovou por unanimidade um novo documento, que entrará em vigor a partir do dia 4 de junho de 2024. Nele, entre outras obrigações formais, consta uma cláusula dedicada especialmente à Superliga, deixando claro a postura contrária do órgão. Abaixo, confira um trecho do documento:

“As sociedades devem apresentar junto da Liga Profissional, através de correio electrónico (e-mail) certificado, o pedido de admissão no campeonato da Série A 2024/25, que contenha a solicitação de concessão da licença nacional e o compromisso de não participarem de competições organizadas por associações privadas não reconhecidas pela FIFA, pela UEFA e pela FIGC.”

Apesar de não citar nominalmente a Superliga, a Federação Italiana claramente faz uma referência indireta ao projeto, que agora terá legitimidade para avançar. A pauta, no entanto, está longe de conseguir reunir o interesse de um grupo significativo de clubes grandes do velho continente. Após o anúncio da decisão da justiça europeia, apenas Real Madrid e Barcelona reiteraram a vontade de fazerem parte do novo torneio. Em contrapartida, dezenas de times que habitualmente disputam a Champions League e/ou a Liga Europa rejeitarem a ideia.

Premier League, Bundesliga, La Liga, Ligue 1 e Liga Portuguesa… todos são contrários a Superliga

Antes do futebol italiano, a Premier League reagiu de forma contrária à possível criação da Superliga Europeia de clubes. Além da instituição inglesa, a Bundesliga (Alemanha), La Liga (Espanha) e a Ligue 1 (França) também emitiram posicionamentos repudiando a realização do torneio.

Por fim, mas não menos importante, Portugal foi outro a assumir uma posição de distanciamento e rejeição em relação a Superliga. Manifestada pelas declarações dos três habituais candidatos ao título (Benfica, Porto e Sporting), pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Mas afinal, o que é a Superliga Europeia?

Em abril de 2021, poderosos clubes da Europa, encabeçados pelo Real Madrid, tentaram lançar um novo torneio continental, fora da aba de Uefa e Fifa, em oposição à Champions League. Inicialmente, o ambicioso projeto ruiu, em virtude sobretudo dos protestos, pressão de jogadores, torcida e da opinião pública. Mais de dois anos se passaram, e agora a ideia ganhou novo fôlego. Até o momento, ela só existe no papel.

Quem defende a Superliga?

Eram 12 clubes no começo: Chelsea, Arsenal, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham, Atlético de Madrid, Barcelona, Real Madrid, Internazionale, Juventus e Milan. Contudo, a pressão popular fez os seis ingleses pularem fora primeiro. Posteriormente, vieram mais desistências e, hoje, apenas Barcelona e Real Madrid defendem a Superliga publicamente. 

A empresa “A22 Sports Management” foi criada com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento do torneio que, como citado, até então só existe no imaginário daqueles que desejam sua criação.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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