Clube que revelou Pirlo na Itália perde licença por falência e é vetado da Serie C
Com 114 anos de história, Brescia enfrenta diversos problemas financeiros após rebaixamento na Serie B, mas ainda há esperança
Responsável por revelar Andrea Pirlo para o futebol, o Brescia foi vetado pela Federação Italiana de Futebol (FIGC) de disputar a Serie C por perder sua licença profissional em meio a problemas financeiros.
Nesta quinta-feira (3), a entidade comunicou oficialmente que o clube do norte da Itália “não cumpriu todas as condições e requisitos necessários para obter a licença”. Como consequência, o Brescia foi impedido de disputar a terceira divisão após o rebaixamento na Serie B em 2024/25.
Com 114 anos de história, a equipe também já foi a casa de nomes importantes do futebol, como Sandro Tonali, Pep Guardiola, Mario Balotelli, Gheorghe Hagi e Roberto Baggio — o último inclusive se aposentou no Brescia em 2004.
Por que Brescia declarou falência?
No dia 6 de junho, o Brescia declarou falência após não conseguir pagar parte de sua dívida no valor de 3 milhões de euros (cerca de R$ 19 milhões na cotação atual), do total de 8 milhões de euros (em torno de R$ 50,8 milhões).
O caso explodiu em fevereiro, quando Massimo Cellino, presidente e proprietário do clube italiano desde 2017, tentou pagar obrigações fiscais com uma linha de crédito que, posteriormente, foi considerada inexistente.
O órgão de controle econômico da FIGC comunicou a Receita Federal da Itália, que só constatou a irregularidade em maio — isso em meio à campanha do Brescia contra o rebaixamento na segunda divisão.
Como os documentos apresentados por Cellino não foram aceitos pela federação, o clube foi punido com a perda de quatro pontos no campeonato. O Brescia então terminou a Serie B com 39 pontos e na 19ª posição, sendo rebaixado automaticamente para a terceira divisão italiana.
Por outro lado, a Sampdoria, que ficou na berlinda do Z-3, foi beneficiada com a perda de pontos do rival e subiu uma colocação na tabela, ganhando a chance de disputar o playoff de rebaixamento. No final, quem acabou caindo para a Serie C junto com Brescia, Citadella e Cosenza foi a Salernitana.
A longa lista de problemas financeiros
No comunicado oficial da Federação Italiana de Futebol, a justificativa para o veto da participação do Brescia na Serie C 2025/26 foi “incumprimento dos critérios legais e econômico-financeiros para a obtenção da Licença Nacional”.
Só que a situação financeira do clube do norte da Itália é bem mais complexa. Entre as diversas acusações contra o Brescia, há a falta de pagamento de 1,1 milhão de euros (aproximadamente R$ 7 milhões) à Serie B, que deveria ter sido quitada até 31 de janeiro.
Além de indenizações devidas a membros, funcionários e colaboradores do setor esportivo referentes aos meses de março e abril. A FIGC também destacou o saldo devedor do clube de Massimo Cellino junto à Receita Federal da Itália
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O que acontece agora?
Segundo o jornal “Gazzetta dello Sport”, a prefeitura de Brescia interviu convocando dirigentes dos outros clubes da região, Ospitaletto, Lumezzane e FeralpiSalò, na tentativa de criar uma nova equipe.
O Grupo Feralpi, empresa fabricante de aço, está próxima de um acordo para assumir o projeto. A ideia é se juntar ao FeralpiSalò, que disputa a Serie C, para jogar no estádio do Brescia, o Rigamonti.
Não é a primeira vez que um clube tradicional italiano declara falência. Parma, Torino, Napoli e Fiorentina já viveram situações semelhantes e foram refundados. A expectativa é que o mesmo aconteça com o Brescia.
Em 2000/01, o clube do norte da Itália conquistou sua melhor colocação na Serie A ao terminar em 8º. A última vez que o Brescia esteve na elite do futebol italiano foi em 2019/20, quando ficou na penúltima posição e caiu para a segunda divisão.
