Ter uma identidade fez a diferença para o Liverpool se impor sobre o Tottenham

O pesadelo certamente voltou à mente dos torcedores do Tottenham. Os encontros com o Liverpool na última Premier League tinham sido terríveis para os londrinos, com a goleada por 5 a 0 em White Hart Lane e os 4 a 0 na visita a Anfield. O placar desta vez foi um pouco menos elástico. Mesmo assim, para os Spurs ficarem com dor de cabeça. Apesar de um bom primeiro tempo, os anfitriões foram engolidos pelos Reds no triunfo por 3 a 0 em Londres. Uma partida que diz um pouco sobre as perspectivas dos dois times para a temporada.
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O Liverpool passou por mudanças delicadas. Sobretudo, por conta da venda de Luis Suárez para o Barcelona. Porém, por mais que o craque tenha saído, o conjunto de Brendan Rodgers é mais forte atualmente, com reforços para diversas outras posições. Algo que precisa de tempo, é claro, como a própria derrota para o Manchester City na última semana mostrou. Mesmo assim, os Reds parecem ter força suficiente para outra temporada consistente. Talvez não tão explosiva e baseada na boa fase de seu protagonista, como a passada, mas com qualidade para se manter na zona de classificação à Liga dos Campeões sem grandes sobressaltos.
Afinal, o atual time do Liverpool possui uma clara identidade. É uma equipe que sabe trabalhar a bola, mas que tem como principal características as subidas fulminantes ao ataque. E, como neste domingo, letais. A linha ofensiva com Sterling, Sturridge e o estreante Balotelli ressaltava esse traço, combinando velocidade e mobilidade. A atuação de Sterling, sobretudo, acabou ajudando bastante na construção do resultado, com ótimos dribles e visão de jogo na ligação do ataque. Após passe de Henderson, o garoto abriu o placar e poderia ter feito também o quarto, não fosse o preciosismo após fazer fila na zaga dos Spurs.
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Por mais que o Tottenham privilegiasse mais a posse de bola, o domínio de jogo foi do Liverpool, em especial no segundo tempo. O pênalti contestável que o árbitro viu sobre Joe Allen, logo aos quatro minutos da etapa complementar, permitiu que Gerrard ampliasse a diferença. A tranquilidade que os Reds precisavam para se garantir um pouco mais na defesa e tentar marcar mais gols na mínima falha dos londrinos.

Balotelli foi bem em sua estreia. Não marcou gol e nem foi decisivo, mas participou bastante do jogo. Foi o homem que chama a responsabilidade, como se espera, finalizando e abrindo espaço para os companheiros. Contudo, acabou ofuscado por outro dos reforços de Brendan Rodgers. O lateral Alberto Moreno não teve uma boa jornada contra o City, mas fechou o placar em jogada de totais méritos individuais. Roubou a bola de Andros Townsend e atravessou metade do campo para vencer Lloris. Um nome que promete muito em Anfield.
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Já o Tottenham permanece cercado de interrogações. Os Spurs contam com um elenco numeroso, mas com uma equipe ainda perdida entre as possibilidades. E basta um jogo fraco como este domingo para que as opções do técnico Mauricio Pochettino sejam questionadas. No papel, o clube conta com força suficiente para disputar vaga nas competições europeias. Em campo, se perde principalmente nos confrontos diretos, o que já começa a minar suas chances. A qualidade existe, mas a falta de sequência e de um encaixe coletivo prejudica.
O Tottenham tem mais duas rodadas para tentar engrenar até o próximo grande desafio. Depois de Sunderland e West Bromwich, faz o clássico contra o Arsenal em White Hart Lane. Pouco menos de um mês para achar o ritmo certo da equipe. Na mesma data, o Liverpool também encara o Everton no clássico local. Para mostrar que mantém mesmo a força para permanecer no topo da tabela e, quem sabe, brigar pelo título em mais uma temporada.