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Di María estreou em um jogo em que ninguém mais parecia se conhecer no United

Ángel Di María esteve longe de fazer a estreia de seus sonhos pelo Manchester United, ou mesmo do sonho dos torcedores. A contratação mais cara da história do futebol inglês apareceu pouco no decepcionante resultado contra o Burnley. Deu algumas escapadas pela ponta esquerda e ajudou na distribuição de jogo, mas não pôde fazer o time ir além do empate por 0 a 0. Normal, já que o meio-campista mal teve tempo de treinar e não conseguiu se encaixar no time. O problema dos Red Devils é que ninguém parece adaptado ao esquema de Louis van Gaal. E, quatro jogos sem vitória na temporada, o clube caminha a lugar nenhum.

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Na visita ao Burnley, o United até dominou a bola, mas não sabia muito o que fazer com ela. O time finalizou apenas sete vezes o jogo todo, menos que o time da casa, e ainda foi ameaçado por um chute contra o travessão de David De Gea. É verdade que o Burnley se fechou na defesa durante boa parte do tempo, o que não é muita desculpa para os visitantes, tão acostumados com rivais defensivamente postados na Premier League – quase sempre passando por cima, ao menos nos tempos de Alex Ferguson.

O United parece totalmente alheio ao novo sistema de jogo que Van Gaal tenta implantar. Faltam jogadas em profundidade, Robin van Persie esteve isolado no ataque em muitos momentos e Wayne Rooney errou demais. Jogadas perigosas, na maioria das vezes, em bolas cruzadas a esmo. A criatividade foi praticamente nula, dependente da força de Antonio Valencia na ala direita quando se tinha Juan Mata e Di María a maior parte do tempo na faixa central do campo.

MERCADO: Di María é a reafirmação de grandeza que o United precisava

Se o ditado afirma que treino é bem diferente de jogo, o que Van Gaal vem trabalhando no cotidiano dos Red Devils, definitivamente, não está funcionando. E o técnico não mostra tanta aptidão para mexer na forma do time jogar durante as partidas. Neste sábado, por exemplo, Anderson e Danny Welbeck foram dois que saíram do banco, sem acrescentar muito. Por mais que o holandês tenha ótimos trabalhos como técnico, e o resultado recente da Holanda na Copa do Mundo mostra isso, ele começa a passagem pelo United engessado nas ideias.

O problema é que os pontos perdidos se acumulam. São três rodadas sem vitória na Premier League, somadas ao vexame contra o MK Dons na Copa da Liga Inglesa. Margem para crescer, o United tem de sobra. Mas Van Gaal precisa trabalhar forte, não só esperar os reforços chegarem. Quando demitiu David Moyes e contratou o holandês, a diretoria certamente esperava uma mudança radical nos métodos de trabalho em Old Trafford. Mas não que isso também tirasse ainda mais o clube da posição dominante em que esteve nas últimas duas décadas.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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