Invasão de campo massiva rende perda de pontos na Inglaterra
Torcida do Reading foi responsável pelo adiamento do confronto contra o Port Vale há duas semanas
No dia 13 de janeiro, Reading e Port Vale se enfrentaram pela 28ª rodada da League One, a 3ª divisão do futebol inglês. O jogo seguiu normalmente até os 16 minutos da etapa inicial, até que aproximadamente 1.000 torcedores dos Royals invadiram o gramado em protesto à situação do time, que está na 21ª colocação da competição, dentro da zona de rebaixamento e também ao comando do atual mandatário do clube, Dai Yongge.
Com isso, os jogadores do Port Vale e do Reading abandonaram o campo, temendo pela sua segurança e o jogo foi suspenso, sendo remarcado para o dia 20 de fevereiro (terça-feira). Como consequência, a Liga Inglesa (EFL) puniu o Reading com a perda de três pontos na League One, o que foi aceito pela diretoria dos Royals devido à proporção do lamentável comportamento dos seus torcedores, que agora complica ainda mais a situação do time, que luta contra o rebaixamento à quarta divisão do futebol inglês.
EFL explica punição ao Reading em nota
Por meio de nota oficial, a EFL explicou os motivos que fizeram a entidade punir o Reading com a perda de mais três pontos por conta dos acontecimentos do dia 13 de janeiro. A entidade responsável pela organização da League One reconhece os desafios atravessados pelo Reading nesta temporada, mas diante do que aconteceu na partida diante do Port Vale, não pode deixar de punir os Royals, deixando claro que nenhum outro clube dentro da divisão vai escapar de qualquer sanção caso seja registrado algum comportamento inadequado.
Confira o conteúdo da nota da EFL na íntegra abaixo.
“A Liga continua a reconhecer os desafios contínuos para o clube e sua base de torcedores e observa as opiniões expressas na reunião de torcedores realizada com a EFL na semana passada a respeito da imposição de novas deduções imediatas de pontos ao Reading.
Esta abordagem visa equilibrar os requisitos da EFL como organizadora da competição para cumprir os seus regulamentos em nome de todos os clubes membros, ao mesmo tempo que fornece clareza a todas as partes associadas sobre o impacto de qualquer incumprimento futuro de um jogo, vindo como resultado direto de protestos de apoiadores”, explica a nota oficial.
Primeira interrupção devido ao arremesso de bolas de ténis para o relvado, depois veio a invasão de campo. As coisas não estão fáceis para o Reading FC. Dai Yongge que se cuide… https://t.co/0KOpk1cVBZ
— Joaquim Fonseca (@Fonseca71J) January 14, 2024
Reading passa por crise financeira e problemas de gestão
Os problemas do Reading não se limitam ao comportamento de seu torcedor, que diretamente atrapalhou ainda mais o desempenho do time na League One com a invasão de campo no último dia 13 de janeiro. Os problemas financeiros vivenciados pelo clube, por pouco, não fez os Royals serem rebaixados diretamente para a quarta divisão do futebol inglês.
A EFL também tirou pontos do Reading por conta da falta de pagamento de salários de jogadores e funcionários, enquanto o chinês e presidente do clube, Dai Yongge, foi multado pessoalmente por não garantir o pagamento dos ordenados futuros dos atletas e colaboradores. O caso se tornou grave ao ponto da própria Liga solicitar o rebaixamento dos Royals em novembro, mas uma comissão independente da League One rejeitou a decisão e impôs o pagamento da multa no valor de 50 mil libras (mais de R$ 300 mil reais).
Dai Yongge não cobriu os custos de uma conta criada única e exclusivamente criada para garantir o depósito dos salários dos funcionários do Reading. Há mais de quatro meses, jogadores e colaboradores do clube tem trabalhado sem receber nenhum tostão.
Ricky Parry, presidente da EFL disse recentemente ao Ministério da Cultura, Mídia e Esporte que a Liga está preocupada com a situação do Reading, mas que a entidade não pode interferir no caso do clube a ponto de forçar uma venda a outo investidor. Neste momento o que é possível fazer é destituir o atual presidente mediante aos problemas financeiros causados pela atuaç gestão.
“Não queremos perder clubes. Mas não estamos numa posição em que possamos forçá-lo facilmente a se desfazer do clube. É complexo. Temos poderes para potencialmente desqualificar o proprietário, o que não temos poder para fazer é forçar uma venda”, disse o presidente da EFL