Manchester City sofre com contra-ataques do Chelsea e só empata no fim, para sorte de Arsenal e Liverpool
Antes com um jogo a menos e possibilidade de liderar a Premier League, Manchester City empatou com o Chelsea e agora não depende apenas de si
Não foi um Manchester City “comum” contra o Chelsea neste sábado (17) pela 25ª rodada da Premier League. Mesmo no Etihad Stadium, a equipe de Pep Guardiola sofreu para criar – quando conseguiu, Erling Haaland perdeu chances inacreditáveis. Parecia que os Blues, mortais no contra-ataque, venceriam por 1 a 0 com gol de Raheem Sterling, ex-Cityzen. No entanto, pela gigante pressão no fim, Rodri apareceu na área para enviar um canhão nas redes e empatar.
O City, que tem um jogo a menos em comparação aos rivais a ser disputado na próxima terça-feira (20), não pode mais roubar a liderança do Liverpool caso vença. Se superar o Brentford, ultrapassa o Arsenal (55 pontos), chega aos 56 e fica um atrás dos Reds.
Para o Chelsea valeu competir e incomodar o quase insuperável City, como já tinha feito no absurdo 4 a 4 do primeiro turno. O ponto somado não muda a realidade do clube londrino, hoje o décimo com apenas 35 de pontuação, mesmo número de Brighton e Wolverhampton.
Chelsea é mortal no contra-ataque e pune City
Pep Guardiola não pôde contar com os lesionados Josko Gvardiol e Jack Grealish e deixou Bernardo Silva e John Stones no banco de reservas em comparação ao time que venceu no meio de semana pela Champions League. O 3-2-5 característico dos Cityzens contava com Manuel Akanji ao lado de Rodri no meio-campo, enquanto, na linha de cinco atacantes, Jérémy Doku (esquerda) e Phil Foden (direita) davam da amplitude e a dupla Julián Alvarez e Kevin de Bruyne atuavam atrás de Erling Haaland.
O Chelsea de Mauricio Pochettino também não trouxe muita novidade. O 4-2-3-1 (4-4-2 sem bola) ainda estava sem Thiago Silva na defesa, que tinha Ben Chilwell, Levi Colwill, Axel Disasi e Malo Gusto. Do trio de meias, Conor Gallagher era o mais avançado, à frente de Moisés Caicedo e Enzo Fernández. Nas pontas, candidatos a “lei do ex”: Cole Palmer e Raheem Sterling. No comando de ataque estava Nicolas Jackson.
Como esperado, a bola ficou com o City e o Chelsea entendeu bem isso, estava pronto para tentar contra-atacar. No momento defensivo, era interessante ver como os Blues dobravam a marcação em Doku e Foden, com o ponta daquele lado recompondo, para impedir que tivessem jogadas mano a mano. O que não impedia que algum outro meia caísse por ali: Alvarez apareceu na esquerda e cruzou para Haaland, que subiu mais do que Colwill e mandou uma cabeçada por cima do gol. O clube londrino respondeu em um contragolpe finalizado por Sterling as mãos de Ederson.
Mesmo talhado ao contra-ataque, o Chelsea mostrou qualidade para criar desde a defesa. A pressão adversária estava alta, muitos jogadores de azul-claro, e mesmo assim tiveram coragem, Cole Palmer ganhou no corpo e tocou para Malo Gusto nas costas da defesa. O lateral deixou Jackson na cara de Ederson, que saiu no pé do atacante para defender. O time londrino era definitivamente mais perigoso. Enzo Fernández lançou Sterling na cara do Ederson, que se aproveitou da indecisão do atacante e encaixou a bola.
O City tinha mais a bola, ocupava mais o campo adversário, mas faltava algo a mais para conseguir criar uma chance clara. Os Blues, por outro lado, eram velozes e incomodavam. Assim abriram o placar aos 40 minutos, em linda jogada que inicia com um calcanhar de Jackson, que recebeu de volta em profundidade e tocou para Sterling dentro da área. Dessa vez, o inglês fez o certo: cortou para perna direita e deu um chute colocado direto às redes.
Se o Manchester não conseguia criar pelo chão, a bola aérea foi um caminho para responder logo após o gol sofrido. Escanteio na primeira trave, Jackson deu um desvio que ia tomando o rumo do próprio gol, mas Disasi brilhou ao tirar praticamente em cima da linha. Foram mais três de acréscimos e nada do time da casa conseguir furar o bloqueio do Chelsea.
Pressão do Manchester City dá resultado, mas não o suficiente para vencer
Apenas dois minutos de etapa inicial deram uma mostra da pressão que o City exerceria. Em uma falta próxima da área, De Bruyne mandou no canto de Dorde Petrovic, que só observou a bola passar perto do travessão. Na sequência, Kyle Walker recebeu na área e dividiu com Sterling. Apesar da reclamação de pênalti, foi marcada a falta do jogador do time mandante.
O Manchester mostrou também saber contra-atacar antes dos seis minutos. De Bruyne colocou Foden em velocidade. O inglês cruzou na medida para Haaland, que chutou de maneira bizarra, completamente torto, e mandou para fora. A equipe londrina respondeu com Gallagher, outro que ao receber boa chance deu uma finalização bem errada dentro da área. Não foi a única chance blue nesse começo: depois, Palmer deu uma linda caneta no meio e acionou Gusto na direita. O lateral cruzou na medida para Sterling exigir nova defesa de Ederson, que voltou a brilhar em rebote finalizado por Chilwell.
Definitivamente, não era uma boa versão do City. É verdade que o Chelsea se defendeu muito bem, soube bloquear finalizações no momento chave, mas também a equipe de Guardiola penou para criar algo muito claro – quando aconteceu, Haaland canelou ou parou em Petrovic, que fez uma grande defesa mesmo com desvio de Disasi.
Pochettino trocou pela primeira vez aos 17 minutos. Entrou Christopher Nkunku no lugar de Sterling. No City, Bernardo substituiu Alvarez.
Nkunku recebeu a chance de matar o jogo em um contra-ataque. Ficaria na cara do gol, mas desacelerou ao receber na área e quando bateu Akanji bloqueou. Na sobra, Jackson, agora jogando pela esquerda do ataque, teve nos pés a chance, só não contava que Enzo Fernández o atrapalharia no momento de chutar.
Com 25, Pochettino decidiu montar uma linha de três zagueiros ao substituir Palmer por Trevoh Chalobah, que entrou pela direita do trio de zaga.
Era um abafa enorme do City. Rodava bola, buscava espaços em profundidade pelos lados do campo, mas o centro parecia intransponível. Só De Bruyne que conseguia encontrar algo diferente. O belga cruzou na medida para Haaland, sozinho no meio da área, que perdeu outra chance de cabeça.
O garoto Cesare Casadei entrou no lugar de Jackson aos 36 para dar novo gás no ataque dos Blues. No entanto, ir ao ataque virou luxo para o visitante no final. Logo depois da troca, um bombardeio Cityzen deu certo. Bernardo cruzou da esquerda, a bola atravessou toda área e Walker finalizou em cima da defesa. A bola sobrou na medida para Rodri mandar uma bomba, que explodiu em Chalobah e tomou o rumo das redes.
A pressão pela virada continuou até o último minuto de acréscim. Uma cabeçada de Rodri quase tomou o rumo das redes após, de novo, Chalobah desviar a bola e ela passar pertinho da trave esquerda de Petrovic. Acabou mesmo com o ótimo 1 a 1.