Aqui demais, lá de menos: Howard Webb quer que o VAR intervenha mais na Premier League

Um dos muitos problemas da arbitragem no Brasil é o excesso de intervencionismo do VAR, mas na Inglaterra o problema é inverso e isso também se tornou um problema grave. Se aqui se peca por intervir até quando não se deveria, na Inglaterra os árbitros do VAR são muito lenientes com as marcações em campo. Por isso, a ideia do chefe de arbitragem da Premier League, o ex-árbitro Howard Webb, é que haja mais intervenção dos árbitros de vídeo.

A PGMOL, órgão responsável pelos árbitros na Inglaterra, deram instruções depois que foi marcado um pênalti para o Newcastle de forma muito controversa em jogo contra o Wolverhampton, no mês de outubro. Fabian Schar caiu na área depois de dividida com Hwang-Hee Chan, e foi marcado um pênalti mesmo depois do vídeo mostrar que houve pouco ou mesmo nenhum contato entre os dois. Foi mantida a decisão de campo de Anthony Taylor e o lance não foi revisado.

Falando ao programa de arbitragem da Premier League chamado Mic’d Up, que vai ao ar na Sky Sports no Reino Unido, admitiu que aquela decisão foi errada e quer que os árbitros que trabalharam no VAR questionem mais os árbitros de campo para garantir que o que eles viram é o que a imagem mostra.

“Estamos pedindo aos VARs, a partir de agora, olhar para isso e se eles não gostam da decisão em campo, perguntar ao árbitro o que eles viram e se for significativamente diferente do que foi mostrado no vídeo, então recomendar uma revisão para que o árbitro vá até o monitor e olhe por si mesmo”, disse Webb.

“Não queremos interferência demais. Mas reconhecer essas situações claras é importante. Esta situação (em Newcastle x Wolverhampton) atinge esse limite e é esse o Caselho que demos aos nossos VARs no futuro”.

Apesar de criticar a falta de intervenção do VAR na Premier League, o chefe de arbitragem defendeu a atuação no polêmico Newcastle x Arsenal, quando o técnico Mikel Arteta ficou furioso pelo gol validado dos Magpies.

Nem interferência demais, nem interferência de menos

É curioso ver como a Inglaterra sempre ter uma interpretação bastante particular das regras do jogo, o que não é sempre bom. Na América do Sul, o VAR tem levado a intervenções excessivas e quase uma revisão de todos os lances possíveis, até alguns que são bem questionáveis. O Brasil tem uma arbitragem particularmente intervencionista desde antes do VAR e o uso da ferramenta só piorou isso.

Se por um lado a Inglaterra é referência em muita coisa no futebol, até na arbitragem, esse aspecto da falta de intervenção é uma ponta oposta ao que acontece no Brasil e também nociva. É importante que o VAR revise os lances, especialmente parta checar com a arbitragem o que está sendo visto pelo árbitro de campo.

O caso do gol mal anulado de Luis Díaz em um Liverpool e Tottenham é um caso que mostra como o VAR é tão reticente em intervir que acabou validando uma decisão que eles mesmos entenderam ser errada, por um problema de comunicação que se origina justamente na equipe do VAR não se impondo quando há uma clara e evidente decisão errada.