Quantidade de faltas sofridas por Bakayo Saka faz Arsenal apelar ao corpo de arbitragem da Premier League

Bakayo Saka é o 3º jogador que mais sofreu faltas entre todos os atletas da Premier League em 2023. Ao todo, o ponteiro sofreu 87 infrações e fica atrás de Jordan Ayew, do Crystal Palace que sofreu 112 e do brasileiro Bruno Guimarães, do Newcastle, com 92. O número alarmante tem preocupado a diretoria do Arsenal, que apelou junto ao corpo de arbitragem do torneio, solicitando soluções para haver uma punição mais severa aos defensores da liga.

Na opinião da diretoria dos Gunners, os jogadores de defesa agem de modo mais violento em campo e não tem recebido a punição correta dos árbitros, o que incentiva os jogadores de maior porte físico chegarem nos atletas mais habilidosos de forma faltosa, sem o receio de tomar um cartão amarelo ou mesmo serem expulsos de campo. No começo do ano, a comissão de arbitragem e os clubes da Premier League fizeram algumas reuniões para tratar sobre o assunto e têm debatido sobre o tema com bastante frequência.

Geralmente os árbitros têm “deixado passar” uma primeira chegada mais forte sobre Saka e apelado para uma punição mais dura após uma segunda infração, o que tem preocupado a comissão técnica do time londrino, tendo em vista o histórico recente de lesões do atacante de 22 anos. No dia três de outubro, por exemplo, o jogador foi sacado de campo após uma entrada mais forte e ficou algumas semanas fora de combate.

Em fevereiro de 2023, Arteta chegou a alertar Saka sobre o tipo de conduta mais violenta dos zagueiros e orientou o jovem a jogar de uma maneira diferente, para evitar ainda mais desgastes em relação à arbitragem.

“Ele (Saka) precisa aprender quando pegar certas bolas, o que fazer com aquela bola, como usar o corpo, quando pular. Há muitas coisas que podemos treinar, mas obviamente é muito difícil entender o que o adversário vai fazer”, afirmou o treinador espanhol em entrevista.

Além de Saka, pontas de outras ligas reclamam sobre faltas sofridas

O cenário atravessado pelo jovem inglês é vivido por outros jogadores da posição, que sofrem com as chegadas mais fortes dos adversários e pela intensidade da marcação dos defensores. Em um jogo cada vez mais físico e menos técnico, atletas que nascem com o dom de driblar e tentam usufruir de sua capacidade criativa acabam sendo alvos de jogadores mais fortes, que apelam para a violência para evitar uma jogada mais perigosa contra seu time.

Neymar, Vinicius Júnior e Bellingham são exemplos de jogadores “caçados” em campo, e de certa forma punidos pela sua habilidade fora de série. Takefusa Kubo, da Real Sociedad da Espanha, foi outro jogador a levantar a bandeira da preocupação com relação à violência dos desarmes e a falta de uma punição mais severa aos defensores da La Liga. O japonês é um dos pontas mais habilidosos da seleção japonesa e um dos maiores dribladores do Campeonato Espanhol.

Kubo reclamou da perseguição sofrida pelos zagueiros em campo e apelou para que a arbitragem tomasse medidas mais drásticas a fim de punir entradas mais fortes. Assim como a diretoria do Arsenal em relação à Saka, o japonês acredita que os defensores na Espanha se sentem confortáveis em fazer faltas mais fortes, já que os árbitros não costumam punir determinados lances com maior rigor.

Com o apelo feito pelo time londrino e a repercussão do caso de Kubo na La Liga, a Europa deve tomar atenção a determinados tipos de ações em campo, a fim de tentar mudar o critério para aplicação de cartões e diminuir a quantidade de faltas mais duras em jogadores com maior habilidade.

Uma coisa sempre foi certa no futebol, quem tem mais habilidade, naturalmente sofre uma maior quantidade de faltas, porém, se a intenção dos responsáveis pelo esporte bretão é tornar o jogo cada vez mais dinâmico e menos burocrático, talvez tenha chegado o momento dos times abrirem mão do resultado para proporcionar um espetáculo maior.