Agora com confirmação oficial, família Glazer começará a ouvir propostas para vender o Manchester United
Os norte-americanos disseram que começaram um processo de "explorar alternativas estratégicas" e escalaram o banco que conduziu a venda do Chelsea para lidar com interessados
No mesmo dia em que rescindiu contrato com Cristiano Ronaldo, o Manchester United foi colocado à venda. Em um comunicado publicado no site oficial, a família Glazer anunciou que está começando um processo para “explorar alternativas estratégicas para melhorar o crescimento do clube”, o que em português não significa que necessariamente venderá, mas que está aberto a propostas. Escalou o Raine Group, mesmo banco norte-americano que conduziu a venda do Chelsea, para sondar interessados.
O comunicado diz que, como parte deste processo, a diretoria considerará “todas as alternativas estratégicas, incluindo novos investimentos no clube, uma venda, ou outras transações envolvendo a companhia”. Essa notícia chega cerca de um mês depois de uma reportagem da Bloomberg afirmar que os Glazers estavam dispostos a vender ações minoritárias do clube, com possibilidade de abrir mão do controle. Levou até Elon Musk, novo dono do Twitter, a brincar que compraria o Manchester United.
Torcedor do United, o bilionário Jim Ratcliffe, CEO da gigante petroquímica Ineos e um dos homens mais ricos do Reino Unido, expressou interesse, mas afirmou que ouviu da família Glazer que os Red Devils não estavam à venda. “Se o clube estiver à venda, Jim é definitivamente um comprador potencial”, disse um de seus porta-vozes, antes de ele mesmo confirmar o interesse em uma entrevista ao The Times.
Nessa conversa, afirmou que se o United estivesse à venda durante o verão, pouco depois de ter uma proposta de última hora pelo Chelsea rejeitada, a história seria diferente, mas que ele não “poderia ficar sentado esperando que um dia o Manchester United fique disponível”. Pareceu interessado, porém, em entrar na Premier League, embora tenha dito recentemente que sua posição sobre isso mudou.
Quando saíram as primeiras notícias de que a Fenway Sports Group estaria disposta a receber novos investimentos ou mesmo vender o Liverpool, Ratcliffe disse que “sua posição havia se desenvolvido” e que preferia focar seus esforços no Nice, do Campeonato Francês, no qual é o principal investidor. A possibilidade de ser dono não apenas de um integrante da liga mais rica do mundo, mas do seu clube de coração, porém, pode ser uma história diferente.
Interessados não devem faltar. O Manchester United é uma das marcas mais fortes do mundo, tornou-se uma máquina de fazer dinheiro e está entre os principais faturamentos. Também está em um momento de baixa, sem ser campeão inglês desde a aposentadoria de Alex Ferguson, em 2013. Como o torcedor sabe muito bem, existe um espaço gigantesco para crescer, pelo menos dentro de campo. É provável que uma possível venda arrecade mais que os £ 4,25 bilhões da venda do Chelsea.
“A força do Manchester United é a paixão e a lealdade da nossa comunidade global de 1,1 bilhão de torcedores e seguidores. Buscando continuar a construir a história de sucesso do clube, a diretoria autorizou uma avaliação metódica de alternativas estratégicas. Vamos avaliar todas as opções para garantir o melhor aos nossos torcedores e para o Manchester United maximizar as significativas oportunidades de crescimento disponíveis para o clube, agora e no futuro”, disse Avram Glazer e Joel Glazer, os dois membros da família que cuidam do Manchester United.
Se a coisa andar e os Glazers realmente venderem o clube, muitos torcedores do Manchester United farão festa nas ruas da cidade. A compra em 2005 foi altamente controversa porque os norte-americanos endividaram os Red Devils no processo. Desde então, a relação não melhorou, com acusações de que os donos pensam apenas na geração de receitas e negligenciam a parte esportiva, o que não é assim a acusação mais sem fundamento do mundo considerando que o maior campeão da Inglaterra não consegue nem brigar direito pelo título da Premier League há dez anos, desde que parou de depender de Alex Ferguson para tomar as decisões.