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Kanté escreveu uma carta para se despedir do Chelsea: “Vocês me ajudaram a realizar meus sonhos”

O volante que conquistou todos os principais títulos em Stamford Bridge acertou com o Al-Ittihad, da Arábia Saudita

Campeão inglês, da Copa da Inglaterra, da Liga Europa, da Champions League e do Mundial de Clubes, N’Golo Kanté marcou época durante os sete anos em que vestiu a camisa do Chelsea. Conquistou todos os principais títulos e encantou com uma energia inesgotável, qualidade técnica e sempre muita humildade. Ele acertou com Al-Ittihad, da Arábia Saudita, na última terça-feira e, para se despedir, escreveu uma carta aos torcedores em que tocou em diversos pontos da sua trajetória pelo clube que o permitiu realizar todos os seus sonhos.

A transferência perfeita

Eu me lembro de como aconteceu a transferência para o Chelsea muito claramente.

Eu estava no Leicester e tivemos uma temporada incrível. Pouco depois de ganharmos o título, meu empresário me ligou e disse que o Chelsea estava interessado em me contratar.

Logo de cara, tive uma boa química com Antonio Conte. Ele foi o treinador que me contratou e eu senti que ele sabia o que queria de mim e o que queria, e esperava, do clube.

Então, a partir daí, eu decidi jogar pelo Chelsea e nunca me arrependi dessa escolha. Foi perfeita para mim.

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Deixando minha marca

Lembro com carinho o meu primeiro jogo com o Chelsea. Foi um jogo grande, em um dérbi de Londres contra o West Ham.

Eu lembro que recebi um cartão amarelo e acho que até tive sorte de não ser expulso! Eu já havia sido advertido e fiz uma falta em seguida, mas por sorte o árbitro não me puniu com outro amarelo.

Foi minha estreia, um momento especial e minha primeira vez jogando em Stamford Bridge com a camisa azul.

Ver a torcida e jogar diante deles como jogador do Chelsea pela primeira vez foi muito especial e algo que eu sempre lembrarei com muito carinho.

Crescendo com o Chelsea

Durante minha passagem pelo Chelsea, trabalhei com alguns técnicos incríveis que me ajudaram a desenvolver meu jogo.

Trabalhar com técnicos de primeira linha me ajudou a entender o jogo de maneiras diferentes – as fases ofensivas e defensivas, coesão de time, como pressionar na hora certa – coisas assim.

Quando todos jogam unidos com a mesma mentalidade, ajuda a formar um coletivo e isso é algo que eu realmente senti no Chelsea. Desde 2016, quando cheguei, até agora, eu me desenvolvi tanto como jogador e isso foi porque o clube me deu a oportunidade de fazê-lo.

Aquela noite na Cidade do Porto

Tive tantos bons momentos no Chelsea, mas, claro, vencer a Champions League se destaca. Na verdade, eu diria que as últimas fases daquela jornada como um todo foram muito especiais.

Tivemos algumas atuações muito boas contra grandes times para chegar à final e, então, claro, terminou conosco comemorando com o troféu, que foi um sentimento incrível.

Foi a primeira vez que eu cheguei às quartas de final e à semifinal de um torneio tão importante. Estivemos lá antes na Liga Europa, mas a Champions League é ainda mais bonita, é especial.

Chegar à final foi honestamente um sentimento maravilhoso, mas, uma vez que você está lá, todo o seu foco está em querer ganhar o jogo.

Havíamos ido tão bem para chegar a essa partida, jogando bem contra grandes times, e vocês precisam lembrar que mesmo na final não éramos favoritos para vencer. Então, claro, ganhar a final foi ótimo.

O troféu foi um bônus porque, na verdade, o principal foi a jornada que percorremos e isso é algo de que sempre me lembrarei. O sentimento daquela noite ficará conosco por muito tempo. Mesmo agora, quando falo sobre aquela noite, eu sorrio.

O espírito do Chelsea

Sempre que vejo imagens, eu sorrio e, quando ganhamos, eu quero apenas aproveitar o momento e comemorar com os torcedores. Certamente fizemos isso naquela noite na Cidade do Porto.

Desde que fui contratado, a necessidade de vencer esteve aqui. É o espírito do Chelsea e você o sente logo de cara.

Os jogadores sentem e todos os treinadores que tivemos compartilharam de um desejo ardente de conquistar títulos e troféus.

Eu sempre quis chegar ao topo e estar no Chelsea. Eles me ajudaram a alcançar meu sonho. Aqui, comemorei grandes vitórias, grandes troféus e consegui crescer como jogador.

Sendo N’Golo

As pessoas muitas vezes perguntam como, e por que, eu me mantenho tão humilde. Para mim, não é necessariamente sobre ser humilde, é só ser eu mesmo e lembrar a jornada que percorri.

Para chegar ao Chelsea e à seleção francesa, foi uma jornada tão longa para mim, com muitos, muitos obstáculos.

Desde jovem, muitos centros de treinamento não me aceitaram e eu falhei em várias tentativas de me juntar a um clube profissional. Esses obstáculos formam quem você é e servem de lembrete para mim todos os dias.

Sou apenas grato pela minha jornada. Acho que por todas as pessoas que conheci ao longo do caminho, pessoas que compartilharam do mesmo sonho que eu de se tornar um jogador profissional, de chegar ao topo.

Nem todo mundo pôde realizar seus sonhos. Tenho sorte. Eu tive sucesso e tomei a decisão de sempre lembrar o quão longe cheguei e aproveitar o trajeto.

Obrigado, Chelsea

Como disse antes, meu sonho era me tornar jogador de futebol e tentar conquistar títulos. Chegar ao Chelsea foi o arranjo perfeito para realizar esses sonhos.

No primeiro dia que cheguei ao Chelsea, me disseram logo no começo que o objetivo aqui é sempre conquistar troféus. Sempre.

Consegui fazer isso e sou muito grato a meus treinadores, meus companheiros e aos torcedores do Chelsea por me ajudarem a conquistá-los.

Os últimos anos neste clube foram ótimos para mim e, espero, para os torcedores do Chelsea também.

NG.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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