Inglaterra

Ex-Chelsea se aposenta do futebol para seguir carreira surpreendente

Goleiro ficou entre 2017 e 2020 nos Blues e também atuou pelo Vitória de Guimarães, de Portugal

A carreira de um jogador de futebol nem sempre será linear. Um atleta pode começar a trajetória nas categorias de base em um gigante do futebol mundial e mesmo assim não conseguir trilhar o caminho de sucesso e glórias que muitos têm.

Foi exatamente o que aconteceu com um goleiro que passou pela base do Chelsea e abriu mão dos gramados para atuar em outra área.

Nicolas Tié, que passou pelos times sub-18, 20 e 23 dos Blues entre 2017 e 2020, revelou que se juntou ao Primeiro Regimento de Hussardos Paraquedistas, ala do Exército da França, em entrevista ao jornal francês “Ouest France”.

O ex-arqueiro, que também defendeu o Vitória de Guimarães, de Portugal, da saída do time inglês até 2023, estava sem atuar há um ano e finalmente conseguiu se tornar um militar em 1º de abril deste ano.

— Fiz alguns bons testes e consegui o regimento que pedi. Estou pronto, estou treinando todos os dias para isso. […] Perdi o gosto pelo futebol. Sou atlético, não me imaginava trabalhando em escritório. Sempre gostei de carreiras militares, então pensei: ‘Por que não entrar para o exército?' — detalhou.

Com raízes na Costa do Marfim, Tié viu seu padrasto servir às forças armadas do país africano, o que serviu como inspiração. Agora, ele aguarda iniciar os trabalhos e se colocar à disposição do exército para lutar na guerra da Ucrânia contra a Rússia (iniciada em 2022 após invasão russa), caso seja chamado.

— Meu padrasto é paraquedista na Costa do Marfim. Eu costumava ir ao quartel para observar, isso me inspirava. […] Eu não faço política. Estou comprometido a tratar o problema na fonte. Se uma operação externa na Ucrânia for lançada, vamos lá. Isso não me assusta — disse.

Nicolas Tié, ex-goleiro do Chelsea
Nicolas Tié, ex-goleiro do Chelsea (Foto: Imago)

A trajetória de Tié, ex-Chelsea, até virar militar

Nascido em Lille, o goleiro teve seus primeiros passos no futebol em modestos times franceses, como Clairefontaine e o Stade Poitevin FC. Nesse período, inclusive, chegou a atuar ao lado de Benoit Badiashile, ex-Monaco e hoje no Chelsea, Sofiane Diop, do Lille, e Lorenz Assignon, do Rennes.

Após chegar ao clube londrino, ele fez partidas nas categorias abaixo da Premier League e na Uefa Youth League, a Champions League do sub-19. Enquanto esteve nos Blues, o time principal contou com Courtois, Kepa e Mendy como goleiros, o que dificultou qualquer chance no profissional.

— [No Chelsea] Sempre fui tratado como o filho do clube. Fui promovido em todas as categorias, até chegar à Premier League 2. […] Mas vi todos os meus amigos do Clairefontaine, Diop, Badiashile e Assignon estreando na Ligue 1, o que me fez querer tentar a sorte naquele nível. Eu não queria ser aquele jogador que foi emprestado por alguns meses para clubes da Championship [segunda divisão inglesa] — disse, também ao “Ouest France”.

Quando foi contratado pelo Vitória da Guimarães, em 2020, esperava mais minutos, só que não aconteceu. Nessa mesma época, recebeu a convocação para seleção sub-23 da Costa do Marfim para disputar as Olimpíadas, mas não entrou em campo em Tóquio.

Após passar pelo time sub-23 e B do time português, ele jogou três vezes como profissional, insuficiente para convencê-lo de encerrar a carreira ao ficar um ano parado com o fim do contrato com o clube, em 2023.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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