O Brighton tentou atrapalhar, mas a final da FA Cup terá o seu primeiro clássico de Manchester
O Manchester United enfrentará o Manchester City pela primeira vez na final da competição mais velha do mundo

Pela primeira vez na história, a competição mais velha do mundo será decidida pelos dois principais clubes de Manchester. Após o City carimbar seu passaporte para Wembley no último sábado, com uma vitória tranquila, o United precisou suar muito mais para despachar o excelente Brighton. Após o 0 a 0 com a bola rolando, um pênalti mal batido por Solly March acabou sendo a única diferença entre os dois times, em um jogo bastante animado na tarde deste domingo.
A classificação à decisão da Copa da Inglaterra seria um prêmio merecido para o excepcional trabalho que o Brighton tem feito nos últimos anos, mesmo com menos recursos. Deve fazer uma campanha melhor que o nono lugar da Premier League anterior e chegou pela segunda vez na semifinal da FA Cup desde que subiu em 2017. Sua última final foi em 1982/83, justamente o ano em que foi rebaixado à segunda divisão e deu início a um exílio de mais de três décadas.
Perdeu aquela decisão para o mesmo Manchester United, que agora terá a chance de conquistar seu segundo título sob o comando de Erik ten Hag, depois da Copa da Liga Inglesa. A reação depois da vexatória (pela atuação) derrota para o Sevilla na quinta-feira não foi muito forte, e o Brighton pareceu o melhor time durante boa parte dos 120 minutos. Os Red Devils, porém, conseguiram se segurar até a disputa de pênaltis, na qual foram impecáveis.
Marcus Rashford voltou a ser titular, recuperado de um problema na virilha, mas Ten Hag optou por Anthony Martial no comando de ataque, com Wout Weghorst e Jadon Sancho no banco de reservas. Suspenso contra o Sevilla, Bruno Fernandes retornou no meio-campo e foi um dos destaques do United, que levou um susto logo aos seis minutos, com uma cobrança de falta de Alexis Mac Allister, bem defendida por De Gea. No outro lado, Eriksen encontrou Fernandes na entrada da área. Após o domínio, uma batida colocada com consciência que fez Robert Sánchez se esticar para espalmar.
Cada vez melhor, Julio Enciso recuou ao meio-campo para iniciar a jogada e lançou para Mitoma. O corte para dentro reencontrou o paraguaio na entrada da área, após o desarme de Wan-Bissaka, e o chute levou perigo para De Gea. O United estava dependendo bastante da movimentação de Fernandes buscando espaços para finalizar, como aos 44 minutos, quando ele mandou bem perto da trave.
No começo da etapa final, Eriksen exigiu defesa de Sánchez com os pés, e Enciso pegou o rebote de um corte de Diogo Dalot com muita força. De Gea mandou por cima do travessão. A troca de golpes não era tão constante, mas os dois lados conseguiam fazer os goleiros trabalharem. Antony bateu colocado, Sánchez defendeu. Solly March trouxe da direita para o meio e soltou rasteiro. De Gea defendeu.
O zero nunca foi tirado do placar durante o tempo normal. Rashford quase conseguiu fazê-lo na prorrogação, com uma batida chapada da entrada da área que desviou em Lewis Dunk e quase enganou Sánchez. O goleiro espanhol conseguiu espalmar com a ponta dos dedos. A melhor chance do Brighton foi em uma jogada de Mitoma, que deu o passe para dentro da área, recebeu de volta e dominou limpando a marcação. Mas foi um pouco forte demais. A bola escapou, e De Gea conseguiu cortar.
Os pênaltis foram uma exibição de excelência. Todo mundo bateu bem. O mais próximo de errar foi Sabitzer, que fechou a primeira sequência de cinco cobranças para cada lado. Sánchez acertou o canto e chegou a tocar na bola. Adam Webster abriu as alternadas, Weghorst converteu sem problemas, mas March isolou de perna esquerda. Victor Lindelöf teve a responsabilidade de colocar o Manchester United em sua 21ª final de Copa da Inglaterra.