Inglaterra

O conselho de Guardiola que pode mudar a carreira de Haaland

Pep Guardiola falou da postura corporal do comandando Erling Haaland, que viveu seca de gols até marcar no último final de semana

Desde que chegou ao Manchester City, Erling Haaland sustenta números impressionantes de gols. No entanto, nos últimos meses da temporada 2023/24, viveu momento de seca, que também coincidiu com uma lesão no pé que o tirou 56 dias dos gramados. Antes de se machucar já somava dois jogos sem balançar as redes, ao retornar do problema físico somou outros dois, até que, enfim, no último sábado (10), foi decisivo ao marcar os dois da vitória por 2 a 0 sobre o Everton. Porém, Pep Guardiola não gostou da postura do norueguês até fazer os gols.

Na entrevista coletiva prévia ao confronto das oitavas de final da Champions League contra o Copenhagen nesta terça-feira (13), o técnico catalão reclamou que a postura corporal de Haaland “não foi boa” na etapa inicial, quando o City nem ao menos conseguiu finalizar em direção à meta de Jordan Pickford. Guardiola ainda deixou um recado para o atacante, que precisa entender que, mesmo não marcando gols, tem que ter uma boa postura corporal nos jogos.

– Esses dois gols vão ajudá-lo muito, a clarear a mente. A linguagem corporal dele no primeiro tempo não foi boa. O segundo tempo foi muito, muito melhor. Para ele, quando marca um gol, seu humor é diferente. Depois ele faz mais movimentos e tudo mais. Ele está melhor. Ele tem que aprender que se não marcar tem que ter a linguagem corporal certa. Tem que ter esse humor onde ele é positivo e diz: ‘OK, isso [gols] vai acontecer, isso vai acontecer.'

Pep deixou claro que não está reclamando de Haaland, destacando que o norueguês, quase sempre, marca gols em jogos do City – hoje, a média geral é 0,93 (73 em 78 partidas). Mas, como um jovem, precisa saber se manter positivo quando as coisas estão dando errado. Por fim, falou do quanto o centroavante ajuda mesmo sem balançar as redes, seja nas movimentações às costas da defesa adversária ou quando prende dois zagueiros apenas por estar em campo.

– Parece que estou reclamando de Erling, mas foi em geral [que quis dizer]. Quantos jogos Erling jogou e quantos gols? Sua linguagem corporal não é um problema. Erling é jovem, joga na posição mais difícil do campo, rodeado de quatro ou cinco jogadores com pouco espaço. No primeiro tempo talvez não tivéssemos jogadores especiais, como Kevin [De Bruyne, que entrou aos 25 do segundo tempo], que pudessem encontrá-lo.

– Ele é tão jovem, naquele momento [de dificuldade] ele tem que ser positivo. Quando marcou um gol, ele reagiu, mas não precisa marcar porque nos ajuda em muitas coisas. Não apenas marcar um gol. Ele é um grande competidor que quer fazer gols. OK, eu sei disso, nós sabemos disso; então [ele pode] relaxar. Se não marcarmos hoje ou se ele não marcar em 10 minutos, está tudo bem, mas no processo ele tem que tentar ser ‘vamos lá’ porque o time sempre vence quando supera momentos ruins.

Sedento por gols, Haaland encontra adversário que não joga há dois meses

As falas de Guardiola comprovam como Haaland está incomodado com a fase recente. O centroavante demonstra estar sedento por gols e, provavelmente como titular hoje, terá um adversário que não joga oficialmente há dois meses, desde a última rodada da fase de grupos da Champions, em 12 de dezembro. Pela paralisação de inverno do Campeonato Dinamarquês, o Copenhagen tem que se contentar em atuar pela Atlantic Cup, torneio amistoso entre times que tem a liga pausada no meio da temporada.

Um adversário já abaixo tecnicamente também estará sem ritmo de jogo, encontrando um centroavante, de 23 anos, que tem 40 gols em 35 jogos de Champions. Números que nem Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo tinham nesta idade, como comparou o próprio Guardiola na coletiva, que também falou que não terá tarefa fácil, mesmo com a inatividade do rival.

– Haverá momentos [no jogo] em que sofreremos. Nestes momentos ficaremos tristes e deprimidos ou reagiremos? Temos que entender que [para] os adversários todo jogador tem mãe e pai, então eles merecem jogar bem. – finalizou.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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