Arteta contratou pickpockets profissionais para roubar seus jogadores (e isso uniu o Arsenal)
A intenção do treinador era ensinar a importância de estar atenta o tempo todo - mesmo que em um simples jantar
E se eu te contar que um assalto (isso mesmo que você leu) pode ter sido o responsável por tornar o Arsenal uma das principais potências do futebol inglês atualmente?
Por mais bizarra que essa história possa parecer, ela é real, e aconteceu durante um jantar promovido pelo técnico Mikel Arteta.
Na equipe desde janeiro de 2019, o espanhol de 42 anos é o principal responsável por uma reformulação da equipe de Londres que foi capaz que recoloca-lá entre os grandes times da Europa.
Ao final do jantar, o treinador pediu que os jogadores pegassem os seus pertences. Foi então que vários deles perceberam que estavam sem os seus itens, mas logo eles ganhariam uma lição de moral que faria a equipe se tornar uma das melhores e mais competitivas da Europa.
A ideia de Arteta era ensinar à sua equipe a importância de estar pronta, alerta e preparada o tempo todo – mesmo que em um simples jantar.
Você, facilmente, poderia dizer que essa cena foi protagonizada pelo icônico personagem Dwight Schrute, da série “The Office“, mas Mikel Arteta foi a mente por trás da ideia. A história foi contada em uma reportagem especial do portal The Athletic sobre o treinador.
Método ‘pouco convencional' de Arteta elevou patamar do Arsenal
Apesar do susto, os jogadores recuperaram os seus pertences e saíram daquela noite com um espírito que, de fato, elevou o patamar do Arsenal, recolocando-o novamente na briga por Champions League e Premier League.
Segundo classificou a reportagem, o treinador “vê em casa ocasião uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento”, o que é visto como inovador para a cúpula do time de Londres.
Na temporada 2023-24, Arteta vai iniciar o seu quinto ano à frente do clube. Nesse período, passou por momentos conturbados até transformar o Arsenal na única equipe que se mostra capaz de brigar com o Manchester City de Pep Guardiola.
Nas últimas duas temporadas, apesar do City ter terminado à frente na tabela, o Arsenal esteve na cola até os últimos momentos, obrigando o time de Manchester a entregar tudo o que tinha.
Essa centralização ao redor de Arteta fez do Arsenal um dos melhores times coletivos do futebol europeu. Mesmo com grandes nomes em seu elenco atual, nenhum deles é mais protagonista que o próprio treinador.
Desempenho e desapego são as principais armas de Arteta na reconstrução do Arsenal
Mikel Arteta é um obcecado por desempenho. Seu espírito competitivo contagiou a todos do clube, não somente os jogadores.
Outro ponto crucial para a reconstrução do Arsenal foi a capacidade de desapego do treinador em relação ao elenco. Se comparado, do elenco atual permanecem apenas três que Arteta herdou em 2019: Bukayo Saka, Gabriel Martinelli e Reiss Nelson.
Arteta é sempre muito claro e objetivo no que deseja de seus jogadores, tanto em atitude quanto em função no campo. E quando isso não é cumprido, não teme mudanças.
O mesmo critério serve para as contratações. Sempre que o treinador identifica um a necessidade de reforçar um setor, fornece uma direção clara sobre quais atributos ele procura no reforço. Esse método garante um processo com menos erros.
Outro fator que diferenciou Arteta dos demais treinadores, incluindo Arsène Wenger em seus últimos anos, foi a intensidade dos treinamentos.
Segundo uma fonte ouvida pelo The Athletic, os treinos sob o comando de Arteta são “muito mais intensos”, o que permitiu um melhor desempenho técnico, tático e físico dos jogadores durante a temporada.
E por falar em temporada, o Arsenal estreia oficialmente no próximo dia 17, contra o Wolves. Antes disso, ainda disputa um amistoso contra o Lyon, no próximo domingo (11), a partir das 10h (horário de Brasília).