Mundial de Clubes Feminino deve virar realidade em breve, diz representante de clubes europeus

O executivo-chefe da Associação Europeia de Clubes (ECA), Charlie Marshall, diz que um Mundial de Clubes Feminino deve começar em breve. A entidade representativa de clubes europeus apresentou pela primeira vez um plano estratégico do futebol feminino e a competição está nos planos, assim como uma Liga Europa em versão feminina.
Embora trabalhe com futebol feminino há alguns anos, a ECA ainda não tinha um planejamento estratégico específico da modalidade. A ideia é ajudar a acelerar o profissionalismo, avançar o desenvolvimento econômico do futebol feminino, identificar novas oportunidades comerciais, facilitar a criação de novos clubes e produzir os primeiros estudos específicos, com uma força-tarefa, para analisar e identificar os potenciais problemas.
Uma das ideias da ECA é propor um torneio global, tal qual o Mundial de Clubes, com os vencedores das competições continentais. Além de pensa ser possível, a ECA acredita que essa é uma competição que pode ser organizada rapidamente e imediatamente e que traria mais igualdade e competitividade à categoria. “É possível desenvolver um jogo de clubes global muito mais rapidamente do que no masculino, onde acredito que a ambição da Fifa na Copa do Mundo de Clubes é provavelmente uma ambição de 50 anos para tentar encontrar esse equilíbrio competitivo, e é realmente difícil”, afirmou Marshall.
“No futebol feminino, há muito mais potencial, muito mais rápido, para desenvolver um equilíbrio global. O prospecto de uma Copa do Mundo de Clubes, muito em breve na categoria, assumindo que o calendário possa ser resolvido e todos esses tipos de coisa, realmente algo empolgante e eu sei que a Fifa está ansiosa para isso também”, declarou ainda o dirigente.
A chefe de futebol feminino da ECA, Claire Blommfield, concorda. “Há empolgação real por isso em toda a comunidade do futebol feminino”, disse. “Nós temos uma responsabilidade de explorar todas as oportunidades que possam ajudar a crescer o cenário da competição, tanto em nível europeu, talvez com uma segunda competição, e muito mais em uma escala global, com um possível Mundial de Clubes. É difícil determinar exatamente o quão rápido isso pode ser feito. Há muitas coisas a considerar, mas estamos muito comprometidos a apresentar uma proposta muito detalhada”.
Marshall ressaltou que a questão de igualdade de gênero no futebol é uma pauta da ECA. “A igualdade de gênero em grande escala no futebol é uma meta ambiciosa, mas que nós abraçamos. Os clubes têm a oportunidade de dirigir isso. Eles têm muito mais em comum um com o outro fora de campo do que eles têm rivalidades em campo, e entende as necessidades, desafios e soluções melhor que qualquer um. É por isso que nós temos que trabalhar como coletivo, de cima para baixo, para sermos os agentes de mudança necessários para permitir que o jogo feminino cresça de forma sustentável, floresça e, em última análise, prospere”.
O presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, é membro do comitê executivo da ECA e também presidente do comitê de futebol feminino da ECA. O clube é o mais bem-sucedido no futebol feminino europeu e tem um projeto consistente na categoria. “Eu estou no esporte há tempo o suficiente para entender completamente as desigualdades que existem e minha capacidade de fazer algo em relação a isso. Eu estou, portanto, orgulhoso como presidente do Comitê de Futebol Feminino da ECA em apoiar a implementação das novas iniciativas ousadas da entidade”, disse o dirigente. “Estou confiante que o futebol feminino de clubes na Europa pode superar todas as expectativas”.