Cádiz se recusa a ceder estádio para jogo de futebol feminino
Equipe andaluz, que luta contra o rebaixamento, alega logística e cuidados com o gramado para a rodada de La Liga

No dia 26 de dezembro, a Federação Espanhola (RFEF) divulgou os locais e as datas das semifinais da Liga Feminina das Nações. A partida entre Espanha e Holanda, marcada para o dia 23 de fevereiro, seria no estádio Nuevo Mirandilla, pertencente ao Cádiz. O clube, que está na zona de rebaixamento de La Liga, se recusou a ceder o local por ter uma partida contra o Celta de Vigo, no dia 25, pelo espanhol – mais de 40 horas depois da semi feminina.
Por conta disso, cerca de 15 dias antes da seleção espanhola entrar em campo em seu próprio país, e já com ingressos à venda, a entidade precisou alterar o local do jogo decisivo para o Estádio de La Cartuja, em Sevilha, que fica a cerca de 120 km de distância do primeiro. A venda de ingressos já estava acontecendo desde o dia 31 de janeiro.
? Two huge matches in the semi-finals ?#UWNL pic.twitter.com/bs7pf7eb8a
— UEFA Women's Nations League (@WEURO) December 11, 2023
Federação Espanhola faz lambança na organização
De acordo com a RFEF, que organiza a Liga Feminina das Nações juntamente com a Uefa, o acordo para realizar as semifinais era com a Junta de Andaluzia, órgão do governo espanhol, que propôs o Nuevo Mirandilla como sede da semi e La Cartuja para a final ou terceiro e quarto lugar.
Segundo a administração, o mesmo protocolo é seguido em todos os eventos esportivos realizados pelo órgão governamental de Andaluzia. Primeiro é fechado o acordo com a empresa ou instituição organizadora, depois há a conversa entre os prefeitos das cidades escolhidas e, posteriormente, os clubes proprietários dos estádios entram na jogada.
Neste caso, segundo fontes do site Relevo, que são ligadas ao governo andaluz o presidente do Cádiz, Manuel Vizcaíno havia concordado com a realização do jogo, no qual a seleção espanhola, atual campeã mundial, vai disputar a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris, em julho.
No entanto, o clube alega ter feito uma exigência que não foi levada em consideração pelas entidades. Para receber a partida em seu estádio, ela teria que ser segunda-feira, após a rodada de La Liga. Caso o jogo da Liga Feminina das Nações fosse no fim de semana, as duas partidas não poderiam acontecer, e a preferência seria do Cádiz. O clube alega que o tempo é necessário para adaptar a logística do estádio e realizar os reparos necessários no gramado entre os eventos.
Para a partida do dia 25, especificamente, a preocupação com as condições do campo são ainda maiores, uma vez que o embate crucial será contra um adversário direto na luta contra o rebaixamento, o Celta.
A Federação Espanhola não admite que errou na organização, enquanto time andaluz se mantém firme em recusar ceder o estádio. Desta forma, não sobrou outra opção a não ser alterar o local.
Diante da multidão de torcedores que compraram os ingressos para a semifinal em Nuevo Mirandilla, além de reservas de hotel, passagens de trem ou avião, a RFEF divulgou um comunicado anunciando a mudança de local, além reembolso do valor dos tickets e, por fim, uma nova promoção para os torcedores que desejarem ir ao La Cartuja.
– A recusa de Cádiz em receber a seleção nacional, devido à manutenção do gramado, obriga o Governo andaluz a propor um novo estádio à RFEF – escreveu.