Fifa visita o Brasil em processo de escolha da sede para Copa do Mundo Feminina

Em exatamente sete dias, a Fifa vai iniciar a inspeção das instalações que o Brasil apresentou na candidatura da Copa do Mundo Feminina de 2027. As visitas in loco aos países candidatos, que iniciaram no dia 30 de janeiro, são a segunda etapa do processo de elegibilidade. A delegação da entidade máxima do futebol estará em solo brasileiro entre os dias 20 e 23 de fevereiro.

– Vai ser uma visita curta. Em um dia de visita, a equipe da Fifa visita estádios, mas também visita outras instalações, como centro de treinamento, hotel de delegação… Então não fica nem perto de meio período do dia em um único lugar. É uma visita que não é de minúcia, mas é uma visita pra entender se aquilo que a gente colocou no livro de candidatura se reflete na realidade, se o local tem de fato condição de receber a Copa do Mundo – afirmou Manuela Biz, gerente de comunicação da candidatura.

Os Estados Unidos e o México confirmaram  uma candidatura conjunta para sediar o torneio. Há também uma candidatura tripla na Europa, com Bélgica, Alemanha e Holanda. O Brasil foi o último país a apresentar uma proposta oficial antes do prazo final de 8 de dezembro.

A Fifa confirmou que “também realizará reuniões” com as respectivas confederações “para avaliar certos aspectos técnicos incluídos nos livros de candidatura e discutir os planos globais para desenvolvimento do futebol feminino nos respectivos países”, o famoso legado da Copa. Todas as visitam devem ser concluídas até 29 de fevereiro.

Agora é hora de as mulheres fazerem a bola rolar no Brasil!

⚽ Vamos mostrar ao mundo que somos apaixonadas por #FutebolFeminino e queremos ser a sede da próxima #CopaDoMundoFeminina FIFA em 2027.

🇧🇷 Poste seu vídeo de apoio a nossa candidatura e use #2027noBrasil. pic.twitter.com/YRDTM5pPWc

— fwwcBR2027 (@fwwcBR2027) November 12, 2023

Brasil já tem infraestrutura de Copa pronta, mas e os gramados?

A equipe que coordena toda a candidatura do Brasil nesse processo de sediar a Copa do Mundo Feminina está muito positiva em relação às notas de infraestrutura. Afinal, o país foi sede do Mundial masculino, em 2014, após uma grande operação do Governo para transformar antigos estádios em arenas modernas – e, inclusive, levantar boa parte deles do zero. Ou seja, esse ponto estrutural é a bola de segurança da CBF. 

– Uma coisa que facilita muito pra gente é que escolhemos estádios que são operacionais, então eles estão sendo cuidados, não tem nenhum que tá abandonado, alguma coisa assim… Todos eles já foram remodelados antes de 2014, pensando num padrão de Copa do Mundo, no padrão que a entidade procura e que eles mesmos já conhecem, né? Muito provavelmente, essas pessoas que vão visitar os estádios, alguns deles já tiveram aqui em 2014, 2013, no Brasil. Então, a gente está bastante tranquilo em relação à estrutura, principalmente dos estádios – disse Manu.

Agora, muita gente pode se perguntar: mas e os gramados? Afinal, essa tem sido uma preocupação constante dos clubes e federações ao redor do país. Bom, existe, sim, uma exigência da Fifa, mas ela não é exatamente com os gramados esburacados de algumas arenas ou com o problema da grama detonada. Esses são problemas contornáveis e que podem ser facilmente resolvidos. 

– Gramado não é uma coisa que preocupa, até porque em três anos você consegue crescer um gramado. Eles conseguem crescer um gramado em um mês, ou seja, é uma coisa que você consegue resolver num curto espaço de tempo. Então, não é algo que preocupa. A única questão em relação ao gramado é que a gente não pode apresentar, por exemplo, um gramado sintético. Tem que ser um gramado natural – completou a executiva.

As conclusões do processo de inspeção serão comunicadas pela Fifa ainda neste primeiro semestre de 2024, após a conclusão do relatório de “Avaliação de Propostas”. Os anfitriões deverão então ser nomeados por meio de uma votação aberta em congresso, no dia 17 de maio, em Bangkok, na Tailândia.

Brasil seria o primeiro país a sediar Copa Feminina na América do Sul

Os EUA sediaram o torneio em 1999 e 2003, enquanto a Alemanha foi o país anfitrião em 2011. A Copa do Mundo de 2023 – organizada pela Austrália e pela Nova Zelândia e vencida pela Espanha – foi o primeiro torneio feminino realizado em dois países, mas uma competição na Bélgica, Holanda e Alemanha seria a primeira realizada em três países.

Já o Brasil faria história se fosse selecionado, já que a Copa do Mundo Feminina nunca havia sido sediada na América do Sul.