Copa do Mundo Feminina

Copa Feminina: confira o raio-x da final entre Espanha x Inglaterra

Duelo de estilos e até de clima interno em Espanha e Inglaterra marcam a decisão que vai consagrar uma campeã inédita

A Copa do Mundo Feminina será encerrada neste domingo (20) a partir das 7h (horário de Brasília), com uma promissora final entre Espanha x Inglaterra, no estádio Olímpico de Sydney.

A Trivela, horas antes da definição de um campeão inédito, faz um raio-x para apresentar pontos chaves que podem definir o confronto entre duas escolas da elite do futebol feminino.

De um lado, a Espanha, com base do Barcelona e do Real Madrid e com um estilo de jogo bem alinhado com o que levou a equipe masculina ao topo em 2010. Do outro, a Inglaterra, com uma liga fortalecida e talentos lapidados pela melhor treinadora do mundo (Sarina Wiegman).

20/08/23 - 07:00

Finalizado

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Espanha (F) - Inglaterra (F)

Women's Copa do Mundo - Stadium Australia

1° Turno

Melhores do mundo

Individualmente, a decisão reúne candidatas ao próximo troféu de melhor do mundo (e de destaque da Copa do Mundo, a curto prazo).

A Espanha tem Aitana Bonmatí, melhor jogadora da Champions e uma das referências da campanha que levou o país pela primeira vez para a decisão do Mundial Feminino.

A Inglaterra conta com Lauren Hemp e Alessia Russo, destaques do ataque e eu se apresentam em grande nível na Copa do Mundo.

Quem vencer pode sonhar também com um troféu individual.

Duelo de estilos

A decisão da Copa do Mundo tem um duelo de estilos frente à frente. A Espanha, com o DNA da escola do país, aposta em um futebol de posse de bola e passes curtos, muitas vezes abdicando de uma possibilidade de finalização para uma ação extra.

Neste sentido, Bonmatí, Teresa e Alexia Putellas, melhor do mundo nos últimos dois anos, controlam o jogo e ditam o ritmo para evitar a pressão adversária. Jenni Hermoso também colabora saindo da referência e participando da construção.

A Inglaterra, em contrapartida, mostra um futebol mais objetivo e que não hesita em se fechar em momentos do jogo para buscar uma ligação mais direta com Alessia Russo, na zona central do ataque.

O time de Sarina atua com três zagueiras e permite forte apoio pelas pontas, especialmente com Lucy Bronze pela esquerda. A eficiência das inglesas tem sido fundamental para a campanha na Oceania.

Sonho x boicote

Além da diferença de estilo, o clima com as comissões técnicas também mostra certa oposição. Enquanto a Espanha chegou ao Mundial sob tumulto, a Inglaterra praticamente vive um sonho com Sarina Wiegman.

A treinadora holandesa assumiu o comando da equipe inglesa depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e perdeu apenas uma partida das 38 jogadas.

Neste meio tempo, a Inglaterra conquistou a Euro e a Finalíssima, apresentando variações de jogos e superando desfalques. Na Copa do Mundo, por exemplo, as ausências de Fran Kirby, Leah Williamson e Beth Mead acabaram relegadas a um último plano diante da campanha vitoriosa.

Na Espanha, em contrapartida, Jorge Vilda sofreu com críticas e até um boicote de mais de dez jogadoras, que se recusaram a seguir trabalhando com o treinador depois da Euro do ano passado.

O clima de dúvida se sustentou até às vésperas da convocação da Copa. Atletas como Putellas e Bonmatí, que apoiaram o protesto, decidiram seguir na seleção e estão a apenas 90 minutos de conquistar um título inédito para o futebol espanhol.

Foto de Livia Camillo

Livia Camillo

Livia Camillo é jornalista multimídia e videomaker. Foi colunista de esportes femininos por um ano e meio no Nós, vertical de diversidade do Terra, portal onde também foi repórter de vídeo na editoria de games e eSports. Tem passagem pelo hard news do UOL Esporte e por outras redações de São Paulo.
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