Copa Feminina: confira o raio-x da final entre Espanha x Inglaterra
Duelo de estilos e até de clima interno em Espanha e Inglaterra marcam a decisão que vai consagrar uma campeã inédita
A Copa do Mundo Feminina será encerrada neste domingo (20) a partir das 7h (horário de Brasília), com uma promissora final entre Espanha x Inglaterra, no estádio Olímpico de Sydney.
A Trivela, horas antes da definição de um campeão inédito, faz um raio-x para apresentar pontos chaves que podem definir o confronto entre duas escolas da elite do futebol feminino.
De um lado, a Espanha, com base do Barcelona e do Real Madrid e com um estilo de jogo bem alinhado com o que levou a equipe masculina ao topo em 2010. Do outro, a Inglaterra, com uma liga fortalecida e talentos lapidados pela melhor treinadora do mundo (Sarina Wiegman).
Finalizado
1
-0
Espanha (F) - Inglaterra (F)
Women's Copa do Mundo - Stadium Australia
1° Turno
Melhores do mundo
Individualmente, a decisão reúne candidatas ao próximo troféu de melhor do mundo (e de destaque da Copa do Mundo, a curto prazo).
A Espanha tem Aitana Bonmatí, melhor jogadora da Champions e uma das referências da campanha que levou o país pela primeira vez para a decisão do Mundial Feminino.
A Inglaterra conta com Lauren Hemp e Alessia Russo, destaques do ataque e eu se apresentam em grande nível na Copa do Mundo.
Quem vencer pode sonhar também com um troféu individual.
Duelo de estilos
A decisão da Copa do Mundo tem um duelo de estilos frente à frente. A Espanha, com o DNA da escola do país, aposta em um futebol de posse de bola e passes curtos, muitas vezes abdicando de uma possibilidade de finalização para uma ação extra.
Neste sentido, Bonmatí, Teresa e Alexia Putellas, melhor do mundo nos últimos dois anos, controlam o jogo e ditam o ritmo para evitar a pressão adversária. Jenni Hermoso também colabora saindo da referência e participando da construção.
A Inglaterra, em contrapartida, mostra um futebol mais objetivo e que não hesita em se fechar em momentos do jogo para buscar uma ligação mais direta com Alessia Russo, na zona central do ataque.
O time de Sarina atua com três zagueiras e permite forte apoio pelas pontas, especialmente com Lucy Bronze pela esquerda. A eficiência das inglesas tem sido fundamental para a campanha na Oceania.
Sonho x boicote
Além da diferença de estilo, o clima com as comissões técnicas também mostra certa oposição. Enquanto a Espanha chegou ao Mundial sob tumulto, a Inglaterra praticamente vive um sonho com Sarina Wiegman.
A treinadora holandesa assumiu o comando da equipe inglesa depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e perdeu apenas uma partida das 38 jogadas.
Neste meio tempo, a Inglaterra conquistou a Euro e a Finalíssima, apresentando variações de jogos e superando desfalques. Na Copa do Mundo, por exemplo, as ausências de Fran Kirby, Leah Williamson e Beth Mead acabaram relegadas a um último plano diante da campanha vitoriosa.
Na Espanha, em contrapartida, Jorge Vilda sofreu com críticas e até um boicote de mais de dez jogadoras, que se recusaram a seguir trabalhando com o treinador depois da Euro do ano passado.
O clima de dúvida se sustentou até às vésperas da convocação da Copa. Atletas como Putellas e Bonmatí, que apoiaram o protesto, decidiram seguir na seleção e estão a apenas 90 minutos de conquistar um título inédito para o futebol espanhol.