Champions League Feminina

Chelsea teve um pesadelo de primeiro tempo, Barcelona aproveitou e conquistou a Champions League pela primeira vez

O Barcelona goleou por 4 a 0 e se tornou o primeiro clube espanhol a conquistar a Champions League feminina

Você sabe que não é o seu dia quando antes do primeiro minuto do jogo mais importante da sua vida uma das suas principais jogadoras acerta a companheira e a bola encobre a sua própria goleira. O gol contra de Melanie Leupolz que abriu os trabalhos da final da Champions League feminina foi o prenúncio de uma demolição. O Barcelona sentiu o cheiro de sangue no ar e atacou, atacou, atacou e atacou para matar a parada ainda no primeiro tempo. Uma goleada por 4 a 0 sobre o Chelsea na Suécia que consagra um dos melhores times femininos no momento.

Porque não tem sido muito fácil vencer o Barcelona. Ou sequer empatar com o Barcelona. O Campeonato Espanhol tem 34 rodadas, e o Barça já é o campeão, apesar de ter jogado 26 vezes contra 29 ou 30 do resto da tabela, porque ganhou todos esses 26 jogos, marcando 128 gols e sofrendo apenas… cinco. Tudo bem que o Chelsea também entrou em campo tendo comemorado o título da Superliga Inglesa, mas acabou não sendo páreo.

Quando o jogo começou com o gol contra de Melanie Leupolz, carimbada por Fran Kirby, o Chelsea não tinha motivo para se desesperar. O sofrimento vinha sendo a tônica da campanha. Nas oitavas de final, pegou o sorteio mais difícil, contra o Atlético de Madrid, e precisou que as adversárias perdessem três pênaltis para passar. Foi dominado pelo Wolfsburg e ainda conseguiu ganhar por 2 a 1 fora de casa. Perdeu o jogo de ida para o Bayern de Munique, antes de golear na Inglaterra.

O Barcelona também teve os seus percalços, embora tenha passado pelas quartas de final com mais folga do que o placar agregado de 4 a 2 contra o Manchester City indica. Na semifinal, contra o PSG, que havia eliminado o poderoso Lyon, empatou na França antes de vencer por 2 a 1 em casa, com dois gols de Martens. As espanholas, porém, estavam mordidas. Sentiram muito a pesada derrota para o Lyon dois anos atrás, na primeira vez que chegaram à decisão, e se fecharam dentro do grupo para não deixar a próxima oportunidade passar.

Bom… não deixaram. O Chelsea até teve uma boa chance de empatar pouco depois do primeiro gol, quando Kerr deu um belo passe para deixar Pernille Harder na cara do gol. Marta Torrejón apareceu como um foguete para bloquear na hora certa. Aos 14 minutos, mais problemas. Caroline Hansen chegou pela direita e tocou para trás. A mesma Leupolz, em um dia ruim, digamos assim, cometeu pênalti em Jennifer Hermoso. As inglesas contestam a marcação, mas Alexia Putellas fez 2 a 0.

Putellas tirou da cartola um lindo passe para acionar Aitana Bonmatí dentro da área. Bonmatí errou o domínio, o que todo bem porque Jess Carter errou o desarme, e o Barcelona abriu 3 a 0 em 20 minutos. Aos 35, Martens fez o que quis pela ponta esquerda, deixou Niamh Charles comendo poeira e cruzou rasteiro para Hansen completar na boca do gol: 4 a 0. O resto do jogo foi uma futilidade. O Barcelona ficou com a bola e nem se preocupou em fazer a goleira Ann Katrin Berger trabalhar novamente.

O título estava assegurado. O primeiro de um clube espanhol na Champions League feminina. E o primeiro de um time que não é o Lyon desde 2015, quando o Frankfurt derrotou o Paris Saint-Germain em Berlim. A Espanha é o quinto país a conquistar a competição, ao lado de Alemanha (9 títulos), França (7, todos do Lyon), Suécia (2) e Inglaterra (1).

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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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