Campeonato Brasileiro Feminino

Gramado da Fonte Luminosa pode ter sido um dos motivos do empate? Para Arthur Elias, sim

Técnico do Corinthians e prestes a assumir a Seleção, Arthur Elias fez duras críticas ao gramado da Fonte Luminosa, palco do jogo de ida da final do Brasileirão

De Araraquara

A primeira partida da final do Campeonato Brasileiro Feminino entre Ferroviária e Corinthians não chegou nem perto de atender às expectativas de torcedores, das jogadoras e da comissão técnica. A expectativa era grande por uma bela apresentação das equipes, principalmente por conta do histórico de ambas, que além de colecionarem títulos no futebol para mulheres também mantinham uma boa média de gols no retrospecto da competição.

No entanto, o empate sem gols foi especialmente indigesto para Arthur Elias, que elevou o tom ao criticar a arbitragem da partida e a qualidade do campo da Fonte Luminosa, estádio da Locomotiva, em Araraquara. 

Campo com grama alta, seca e cheia de buracos

O Corinthians não ficava sem balançar as redes desde a primeira fase do Campeonato Brasileiro, quando foi derrotado por 1 a 0, pelo Avaí/Kindermann, mas isso não foi um problema para Arthur, que elogiou o desempenho das suas comandadas ao conseguiram furar a linha de cinco no meio campo das donas de casa.

Um dos problemas mesmo para o técnico pode ter sido determinante para que a bola não entrasse: o Gramado. 

Segundo o treinador corintiano, a grama da Fonte Luminosa estava alta e muito seca. Dois fatores que atrapalharam a bola de rolar de forma rápida e o mais precisa possível.

– Quando a gente vem jogar em um gramado muito melhor, mas o adversário faz questão de não cuidar do gramado, deixar a grama alta, deixar a grama seca, isso faz com o que o jogo fique mais lento. Cada um joga com as suas armas. Mas quando a gente vê o futebol de alto nível é tudo padronizado a grama, o corte da grama, a hidratação, então acho que isso deixa o futebol menos bonito, do que pode ser uma final dessa.

Dentre as jogadoras que passaram pela zona mista, a escolhida pela assessoria para falar à imprensa foi a lateral Tamires, que corroborou com seu treinador. A jogadora do Timão, ressaltou que esse tipo de gramado alto e seco, pode ter sido uma estratégia da Ferroviária:

– A questão do campo tem que ser olhada com carinho, se é um padrão ou não, o campo estar molhado, acho que a gente valoriza nosso futebol, um futebol mais rápido, mais vistoso e você deixar o campo na forma que estava, com a grama alta e seco, isso faz com que o jogo fique mais preso. Tem que se pensar, porque às vezes a gente acha que pode ser estratégia do adversário, por saber que o Corinthians joga intenso e rápido. Mas isso a gente vai ver lá na arena, que o gramado vai estar cuidado e rápido.

Assim que acabaram as entrevistas, a equipe da Trivela passou pelo gramado e constatou o que havia sido dito pelo comandante alvinegro. Além do aspecto ressecado da grama, o campo apresenta muitos buracos, grandes o suficiente para ocasionar uma lesão, por exemplo. .

Não foi só o gramado que segurou o jogo, a arbitragem também 

Outra reclamação da comissão foi em relação a arbitragem da partida, que parou por diversas vezes a partida, deixando o jogo travado e sem dinâmica. 

A mesma reclamação aconteceu depois do jogo da semifinal contra o Santos na Fazendinha, a árbitra daquele jogo foi Charly Wendy Straub Deretti, que na partida desta quinta-feira, estava na equipe do VAR. 

Arthur Elias fez questão de reforçar o que vem dizendo há algum tempo: 

– Hoje foi uma arbitragem mais uma vez que para o jogo a todo momento, e deixa o jogo menos interessante e isso não é culpa dos atletas que estão em campo. São pontos que a gente precisa refletir principalmente nesse momento, porque poderíamos ter mais qualidade não só das jogadoras que estão em campo.

Logo depois da coletiva, a Trivela conversou com diretora do futebol feminino do Corinthians, Cris Gambaré, que reforçou o que foi dito pelo treinador. O incômodo era grande em relação às condições do campo. A dirigente também disse estar confiante para o jogo de volta e projetou o que será mais uma partida histórica para a modalidade no país.

– Em casa, a história é outra. Quando a bola rola, nós sabemos que temos totais condições de superar a Ferroviária. Deve ser mais um recorde de público na Neo Química Arena, e lá a gente sabe que a nossa velocidade sobressai – disse Cris.

 

Foto de Jade Gimenez

Jade GimenezSetorista

Jornalista, fascinada por esporte desde a infância e transformou a paixão em profissão. Além do futebol, se mantem por dentro de outras modalidades desde Fórmula 1 até NFL. Trabalhou como repórter em TV e rádio cobrindo partidas de futebol, futsal e basquete.
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