Futebol feminino
Tendência

Após 11 meses fora, Marta precisou de quatro minutos para decidir a vitória sobre o Japão

Marta passou por uma cirurgia no joelho e enfrentou longa recuperação, mas, na SheBelieves Cup, saiu do banco e precisou de pouquíssimo tempo para desequilibrar, com a assistência no 1x0 contra o Japão

A seleção brasileira feminina abriu seus trabalhos em 2023, um ano fundamental, com a realização da Copa do Mundo. E a estreia da canarinha na temporada teve bom resultado, com a vitória por 1 a 0 sobre o Japão em Orlando, pela SheBelieves Cup. A grande atração do Brasil foi a volta de Marta ao time, após quase um ano afastada, enquanto se recuperava de uma cirurgia no joelho. Pois a Rainha fez a diferença: saiu do banco e deu a assistência para Debinha anotar o gol decisivo durante o segundo tempo. A camisa 10 também se emocionou depois do duelo, com uma sensação de redenção após o período de trabalho intenso para voltar aos gramados.

O Brasil começou bem a partida. Conseguia exercer uma pressão sem a bola no início do primeiro tempo e criava boas oportunidades. Foram duas chegadas perigosas do time nos primeiros 20 minutos, ambas com Bia Zaneratto. Porém, o Japão cresceu com o passar dos minutos. Atacou especialmente pelos lados e tentou um abafa, mesmo sem criar grandes chances para abrir o placar.

O segundo tempo começou movimentado, com o Brasil arriscando mais. Nycole e Kerolin exigiram boas defesas da goleira Momoko Tanaka antes dos dez. Já a entrada de Marta aconteceu aos 22, no lugar de Bia Zaneratto. Quatro minutos bastaram para a camisa 10 desequilibrar. O gol saiu numa jogada com a assinatura da Rainha: recebeu na esquerda, pedalou diante da marcação e deu um passe rasteiro na medida para Debinha, que encheu o pé no chute de primeira dentro da área. A estrela da lenda brilhava. O Japão tentou responder depois e, depois de uma defesaça de Lorena, Maika Hamano carimbou o travessão aos 37. Entretanto, as brasileiras preservaram o triunfo.

Aos microfones do SporTV, Marta se emocionou ao comentar sobre sua volta: “Foi um desafio pra mim, dia após dia. Foi complicado. Eu tenho 22 anos jogando profissionalmente e é a primeira vez que eu fico bastante tempo longe. Sofri muito, mas a recompensa é sempre maior quando você se dedica. Não poderia ter sido diferente. Entrar no jogo, a gente precisava da vitória. Deus me abençoou e eu encontrei essa garotinha aqui pra colocar a bola pra dentro. Tô muito feliz pelo retorno, é só um começo. Um recomeço. Tem muita coisa pela frente, eu sei que eu tenho que trabalhar muito pra voltar a ser aquela Marta que tem uns piques muito mais rápidos do que esses”.

O Brasil tem mais dois jogos pela SheBelieves Cup: pega o Canadá em 19 de fevereiro e os Estados Unidos em 22 de fevereiro. Outro compromisso antes da Copa do Mundo é a Finalíssima: como campeã da Copa América, a Seleção vai encarar a Inglaterra, vencedora da Eurocopa, em Wembley. Já a estreia na Copa do Mundo está marcada para 24 de julho, contra um time que virá da repescagem intercontinental – Taiwan, Paraguai, Papua Nova Guiné ou Panamá. O grupo do Brasil também reúne a França e a Jamaica.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo