Ligue 1

Grupo de Textor quase dobra prejuízo em um ano, e Lyon vê risco de rebaixamento próximo

Eagle Football divulga dados financeiros pouco animadores para clube francês

Rebaixado provisoriamente na Ligue 1 caso não apresente garantidas financeiras à Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) até o fim da atual temporada, o Lyon não recebeu boas notícias sobre suas contas.

Um relatório divulgado pela Eagle Football, empresa de John Textor que administra o clube francês e o Botafogo, mostrou que o conglomerado de times atingiu um prejuízo de 117 milhões de euros (cerca de R$ 723 milhões) em 31 de dezembro de 2024. No mesmo período de 2023, a marca era de 66,6 milhões de euros negativos (R$ 414 milhões na cotação de hoje), ou seja, um aumento de 75%.

O OL é parte importante nesses números negativos. A equipe não conseguiu negociar atletas como fez no ano passado, com uma queda no faturamento de vendas de todo a Eagle Football de 54,4 milhões de euros (R$ 338,5 milhões).

— [O resultado é] impactado por um declínio na atividade de negociação de jogadores nos primeiros seis meses do ano fiscal e por mudanças no escopo vinculadas às vendas de ativos durante o ano fiscal anterior [como a venda do time francês feminino e de uma arena multiuso] — disse a rede multiclubes em comunicado.

John Textor fez uma reclamação formal contra o PSG no Lyon
John Textor com chapéu de cowboy em jogo do Lyon (Foto: IconSport)

A situação do Lyon é muito complexa. O patrimônio líquido chegou aos 78 milhões de euros negativos (R$ 485,3 milhões) — no ano passado era 46,7 milhões de euros (R$ 286,2 milhões).

Segundo o jornal “L'Équipe”, os Gones precisam apresentar 175 milhões de euros (R$ 1 bilhão) “novos” até o fim da temporada para DNCG e evitar a queda à Ligue 2 em 2025/26.

Bolsa de valores e Champions League podem salvar Lyon

Além dos 175 milhões do DNCG, a instituição do empresário americano também precisa se preocupar em arrecadar até mais do que isso porque viu o fluxo de caixa cair pela metade entre junho e dezembro de 2024 e o aumento nos gastos com a estrutura da equipe para 14,7 milhões de euros (R$ 91 milhões).

Desde a pedida do órgão regular do futebol francês, o Lyon já arrecadou 60 milhões de euros (R$ 374 milhões) só em vendas e empréstimos de jogadores, como Orban, Caqueret, Benrahma, Adryelson e até Luiz Henrique, rumo ao Zenit após passagem pelo Botafogo.

Eles também conseguiram mais 83 milhões de euros (R$ 517 milhões) vindos direto da Eagle, além de economizar em um plano de demissão voluntária que deve diminuir em 70 a 90 funcionários.

Agora, os dois grandes objetivos da gestão de Textor para evitar o rebaixamento vem de três mercados distintos. No primeiro, a ideia é fazer uma operação na bolsa de valores e vender ações do clube (esperam conseguir 150 milhões de euros).

A outra, depende do resultado esportivo. O Lyon é o quinto no Campeonato Francês e está a apenas dois pontos do Monaco, o terceiro, posição que dá vaga na próxima Champions League. Apenas participar da fase de liga do torneio garante 18,6 milhões de euros, um sonho aos cofres dos Gones.

O OL também pode se classificar para principal competição de clubes do mundo via Liga Europa, pois está nas quartas de final e enfrenta o Manchester United nos dias 10 e 17 de abril.

Ainda é certo que, no meio do ano, jogadores do Lyon serão negociados, especialmente os valorizados Rayan Cherki e Malick Fofana.

Talvez a única grande boa notícia do relatório para o grupo do Botafogo foi a queda da dívida para 445,5 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) agora, ainda um número muito alto.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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