Ligue 1

Em crise financeira, Lyon de Textor consegue segunda vitória para evitar rebaixamento

Clube francês de mesmo dono do Botafogo precisa apresentar garantias financeiras até o final da temporada para não cair à segunda divisão

O Lyon, clube que tem como proprietário o empresário John Textor, também dono do Botafogo, sabe que precisará arrumar as finanças até o fim da atual temporada para que não seja rebaixado na Ligue 1, conforme decisão da Liga de Futebol da França (LFP) em novembro.

Por isso, agora com a abertura da janela de transferências de janeiro, o clube francês é praticamente obrigado a vender seus principais jogadores. O primeiro a estar de saída, confirmado nesta quarta-feira (1º) pelo jornal francês “L'Équipe”, é Gift Orban.

Lyon lucrará 12 milhões de euros por Orban, mas ainda é pouco

Fora dos planos do técnico Pierre Saga, sem ser relacionado há semanas, o ponta nigeriano de 22 anos será negociado para o Hoffenheim por 12 milhões de euros (R$ 76,7 milhões), incluindo bônus. O valor é dois milhões de euros abaixo do que o próprio clube francês pagou para contratá-lo do Gent em janeiro de 2024.

Jeffinho, de volta ao Botafogo por 5,3 milhões de euros (R$ 34 milhões), foi a “primeira vitória” para que o OL não seja rebaixado.

A exigência da regulação do futebol francês é que a Eagle Football Group, de Textor, apresente 100 milhões de euros (R$ 639 milhões) de garantias financeiras. Ou seja, a tendência é que aconteçam mais saídas, definido pelo “L'Équipe” como “grande liquidação do inverno“.

Os promissores Rayan Cherki, avaliado pelo Transfermarkt em 20 milhões de euros (R$ 122 milhões), e Malick Fofana, apontado em 15 milhões de euros (R$ 91 milhões), são outros que devem ser negociados.

Ainda a chegada de Luiz Henrique deve obrigar os Gones a vender alguém entre Abner, Tessmann ou Maitland-Niles porque a Ligue 1 permite a inscrição de apenas quatro jogadores extra-comunitários e o argentino Thiago Almada ocupará a quarta vaga.

Além de vender jogadores do Lyon, a ideia de Textor para cobrir o rombo dos franceses é negociar sua participação de 45% no Crystal Palace ou vender jogadores do Botafogo.

Por que o Lyon foi punido com rebaixamento?

A Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), da LFP, não se convenceu com as justificativas de Textor e decidiu punir o clube, além de proibi-los de contratar e monitorar a folha salarial do elenco.

À época, Textor criticou a decisão porque o órgão não considerou o caixa da Eagle Football Group, rede multiclubes que gere o Botafogo, o Lyon e outras equipes e teve déficit de 25,7 milhões de euros (R$ 157 milhões) ao fim da última temporada e atualmente registra dívida de cerca de 505 milhões de euros (R$ 3 bilhões).

— Os comissários locais apenas olharam para o clube de futebol francês e não consideraram as centenas de milhões de dólares que virão de diferentes partes da nossa organização. Não estamos nada preocupados com a nossa sustentabilidade — reclamou o empresário.

Em uma coletiva no dia seguinte do parecer da DNCG, o americano garantiu que o rebaixamento não acontecerá.

— Nas projeções temos muito mais dinheiro do que precisamos. Essa decisão da DNCG não tem impacto em transferências. A lacuna que tem que ser coberta entre agora e o final do ano é de 100 milhões de euros. Até lá não teremos problemas com a DNCG — disse.

— Quero dizer ao mundo: o Lyon não será rebaixado. Não há chance disso. A DNCG não trabalhou com o nosso modelo de rede multiclube e com o nosso futuro. Nós temos recursos, e se falharmos em tudo, temos acionistas. Ninguém vai deixar o clube ser rebaixado — finalizou.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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