Botafogo é uma das armas de John Textor para salvar Lyon na França; entenda
Clube francês será rebaixado para segunda divisão caso não arrume as contas, que pode contar com ajudinha do Glorioso
A temporada da Ligue 1 2024/25 nem acabou, mas o torcedor do Lyon já sabe: se a gestão não arrumar as finanças, o clube será rebaixado ao fim da competição.
A decisão partiu da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França (LFP) que ouviu os argumentos do proprietário da equipe, o americano John Textor, também dono da SAF do Botafogo, mas não se conveio com o que foi dito, segundo o jornal francês L'Equipe.
Era esperado pelo órgão regulador que a gestão dos Gones apresentasse pelo menos 100 milhões de euros de garantias financeiras, coisa que não aconteceu.
Vale citar que, ao fim da última temporada, a Eagle Football Group, rede multiclubes que gere o Botafogo, o Lyon e outras equipes, registrou déficit de 25,7 milhões de euros (cerca de R$ 157 milhões) e hoje a dívida é de 500 milhões de euros (R$ 3 bilhões).
— Os comissários locais apenas olharam para o clube de futebol francês e não consideraram as centenas de milhões de dólares que virão de diferentes partes da nossa organização. Não estamos nada preocupados com a nossa sustentabilidade — reclamou Textor.
Além da questão do rebaixamento, o clube francês está proibido de contratar na próxima janela de transferências no inverno europeu, marcada para janeiro, e terá a folha salarial monitorada pelo DNCG.
Agora, o que resta para o Lyon? Informações vindas da mídia francesa e falas de Textor apontam que a solução está aqui no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro.
Botafogo pode ser forçado a vender jogadores para salvar Lyon
Líder do Campeonato Brasileiro e na final da Libertadores, o Botafogo tem o elenco completamente valorizado neste momento, com jogadores brilhando também por seleções, como Igor Jesus e Luiz Henrique no Brasil, Almada na Argentina e Savarino na Venezuela.
O natural assédio do exterior que virá ao término das competições deve tirar boa parte do time, mas pode ser maior, já que uma das estratégias de Textor para salvar o Lyon é justamente vender jogadores no Brasil, como relatou o jornal Le Parisien.
O próprio americano disse à RMC Sport que o “caixa” da Eagle Football Group é geral. Ou seja, o dinheiro faturado no Brasil pode ir para França e vice-versa.
— Todo o dinheiro dos nossos sucessos em outros lugares vai para o mesmo cofre e às vezes um pode ajudar o outro, o que realmente acontecerá nos próximos meses. Não deveríamos olhar apenas para o Lyon, mas para o fato de que somos um grupo com vários clubes. — afirmou.
— É a vantagem de ser uma multipropriedade que divide liquidez e recursos entre todos os clubes. É um relacionamento de compartilhamento, uma família, e ambas as partes se beneficiam à medida que subimos nas tabelas, de baixo para cima, em todos os mercados em que operamos. — finalizou.
No entanto, o Botafogo não é o único caminho para o empresário salvar seu clube na França.
O Parisien destacou que o dono da rede multiclubes também pode vender sua participação de 45% no Crystal Palace ou negociar jogadores do próprio Lyon, como os promissores Rayan Cherki, avaliado pelo Transfermarkt em 20 milhões de euros (R$ 122 milhões), e Malick Fofana, apontado em 15 milhões de euros (R$ 91 milhões).
Os maiores esclarecimentos por parte de John Textor virão neste sábado (16), quando promete fazer uma apresentação pública sobre o assunto.