O plano de John Textor que pode causar mais de 70 demissões no Lyon
Com déficit de R$650 milhões na última janela, Eagle Football Group planeja ajustar contas do clube francês
Nesta última segunda-feira (23), o Eagle Football Group, controlado por John Textor, divulgou um relatório que expõe as dificuldades financeiras do Lyon e revela a possível implementação de um plano de demissões voluntárias.
Segundo a imprensa francesa, diante do grande déficit no balanço financeiro após o último mercado de transferências, o clube pode desligar mais de 70 funcionários para ajustar suas contas.
A Trivela conferiu o relatório da Eagle Football Group e explica abaixo quais são os planos traçados pelo grupo que pertence ao dono da SAF do Botafogo para a encarar a atual realidade financeira do sexto maior campeão francês de futebol.
O que diz o relatório do Eagle Football Group sobre a situação do Lyon
A saúde financeira é um problema antigo do Lyon. Segundo o L'Ouest France, o clube francês acumula um déficit de 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão) nos últimos cinco anos.
No relatório, o Eagle Football Group informa que, durante a janela de verão, o clube arrecadou aproximadamente 39 milhões de euros (R$ 240 milhões) com a venda de jogadores.
Por outro lado, investiu cerca de 145 milhões de euros (R$ 894 milhões) em novas contratações, resultando em um déficit de mercado de aproximadamente 106 milhões de euros (R$ 650 milhões).
Em nota, o grupo afirma que o clube francês não atingiu a meta de vendas do mercado, mesmo após o saldão promovido no final da janela, em agosto.
Além disso, a nova distribuição de direitos de TV na temporada 24/25, acordada com a Dazn (TV) e a LFP (Liga Francesa), provocou uma queda nas receitas de transmissão do clube em relação ao ano passado.
Os valores das receitas de transmissão não foram divulgados no relatório do Eagle Football Group.
Qual é o plano de Textor para ajustar as contas do Lyon?
A ideia do Eagle Football Holdings (a empresa holding) é, antes de mais nada, injetar cerca de 40 milhões de euros (R$ 246 milhões) em capital de giro no Eagle Football Group (a entidade operacional).
Esse valor, segundo aponta o relatório do grupo de John Textor, deve ser gerado por meio da venda de sua participação de 45% no Crystal Palace, que está prevista para acontecer até dezembro de 2024.
No mesmo relatório emitido pelo Eagle Football Group, é informado que o clube pretende implementar um plano de racionalização de custos internos para enfrentar suas dificuldades financeiras.
Uma das principais medidas que afetam quem já trabalha no Lyon inclui a possibilidade de demissões voluntárias no clube, que está sendo discutida internamente com os funcionários.
O jornal francês L'Équipe apurou que o clube, que conta atualmente com cerca de 600 funcionários, planeja reduzir esse número para cerca de 500, com 73 demissões e 20 realocações.
Grupo dono do Lyon pode entrar na Bolsa de Valores de NY
O grupo também está buscando novas fontes de capital, como o lançamento de um IPO na Bolsa de Valores de Nova York, que poderá contribuir para essa injeção financeira e redução das dívidas.
Um IPO é o processo onde uma empresa vende ações ao público pela primeira vez, permitindo que investidores adquiram participações de terceiros e captem recursos.
Além disso, o Lyon já deu início a uma estratégia de venda de ativos não essenciais, como parte de um esforço para focar exclusivamente no futebol masculino.
Nos últimos meses, o time negociou a LDLC Arena, complexo que era utilizado pelo clube em Lyon (França), e a equipe do OL Reign, que disputa a NWSL, liga estadunidense de futebol feminino.