Dirigente europeu se inspira na MLS e sugere mudança no futebol do continente
Presidente do Bayern de Munique afirma que os clubes precisam adotar medidas para manter a saúde de suas finanças
O teto salarial é uma das principais regras da Major League Soccer (MLS). Em média, cada atleta da liga não pode ultrapassar os 650 mil dólares (R$ 3,6 milhões) em ordenados por temporada.
Preocupado com a saúde financeira dos clubes, o presidente do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, sugeriu que todo o continente europeu implemente esta restrição.
Em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o dirigente afirmou que os custos para manter um clube estão aumentando de maneira nociva.
Jogadores e agentes ganham cada vez mais, fato que, segundo o dirigente, prejudica as contas dos times, que sofrem para montar elencos enquanto tentam evitar punições.
— Está na hora (de uma mudança), o aumento dos custos é uma loucura. O futebol precisa de um teto salarial. Os custos estão aumentando, o que é insano, mesmo para jogadores regulares e seus agentes. Agora é a hora de agir — afirmou Rumennigge.
O Brasileirão se fortaleceu (salários, contratações, nível de competição) e os clubes médios e pequenos da Europa estão com o poder aquisitivo limitadíssimo. https://t.co/3GcTh0Cj5A
— Mundinho Miguel Monsalve (@_nicolasmuller) August 17, 2024
Regra do ‘Jogador Designado' abre margem para maiores salários na MLS
Há uma exceção para o teto salarial nos Estados Unidos. Desde 2007, a MLS implementou a regra do “Jogador Designado” para atrair estrelas do futebol mundial e aumentar a competitividade do cenário.
O primeiro beneficiado pela norma foi David Beckham, estrela da seleção inglesa, que defendeu o Los Angeles Galaxy.
Cada clube da MLS pode incluir até três jogadores que estejam fora do teto salarial estipulado pela liga, e a medida viabiliza contratações de maior destaque sem afetar a estrutura financeira do futebol dos Estados Unidos.
Liga norte-americana domina os maiores salários da América
Um levantamento realizado pelo site Capology, especializado em finanças do futebol mundial, apontou que, dos dez jogadores com maiores salários das Américas, seis disputam a MLS.
Lionel Messi é mais bem pago no continente, com US$ 8,1 milhões (R$ 41 milhões) mensais. Além do craque argentino, Lorenzo Insigne e Federico Bernardeschi, do Toronto FC; Xherdan Shaqiri, do Chicago Fire, Sebastian Driussi do Austin FC, e Héctor Herrera do Houston Dynamo estão entre os mais bem pagos da lista.
O único brasileiro deste top 10 é o atacante Dudu do Palmeiras, que recebe US$ R$ 5,4 milhões (R$ 2,3 milhões) por mês.
No futebol brasileiro também está o colombiano Rafael Santos Borré, do Internacional. O atacante ganha cerca de R$ 2 milhões de reais mensais.
Os dez jogadores mais bem pagos das Américas
- Lionel Messi (Inter Miami): US$ 20,4 milhões (R$ 103,2 milhões);
- Lorenzo Insigne (Toronto FC): US$ 15,4 milhões (R$ 77,9 milhões);
- Xherdan Shaqiri (Chicago Fire): US$ 8,1 milhões (R$ 41 milhões);
- Federico Bernardeschi (Toronto FC): US$ 6,3 milhões (R$ 31,9 milhões);
- Dudu (Palmeiras): US$ 5,4 milhões (R$ 27,3 milhões);
- Héctor Herrera (Houston Dynamo): US$ 5,2 milhões (R$ 26,3 milhões);
- Sergio Canales (Monterrey): US$ 5 milhões (R$ 25,3 milhões);
- André-Pierre Gignac (Tigres): US$ 4,6 milhões (R$ 23,2 milhões);
- Rafael Santos Borré (Internacional): US$ 4,6 milhões (R$ 23,2 milhões).
Teto salarial faria futebol europeu mais competitivo
As regras de fair play financeiro das ligas europeias visam diminuir a discrepância entre os times mais ricos e os menos favorecidos do cenário.
Nesta janela de transferências, foi possível observar um posicionamento mais conservador de alguns clubes de peso.
O investimento crescente para trazer jogadores causa temor nos dirigentes das equipes, mesmo os mais abastados, já que gastar muito não é sinônimo de sucesso no futebol.