
Samuel Lino foi um dos melhores jogadores do Valencia na caótica temporada 2022/23. Contratado pelo Atlético de Madrid após se destacar no Gil Vicente, mas logo repassado aos valencianos por empréstimo, o andreense revelado pelo São Bernardo era um dos raros respiros no Mestalla. Diante dos bons serviços prestados, o brasileiro voltou com moral ao Atleti. E faz um início de campanha muito positivo em La Liga, aproveitado por Diego Simeone como ala esquerdo. A veia ofensiva do jovem de 23 anos se destaca e ele já tinha sido um dos melhores em campo na vitória sobre o Real Madrid, no final de semana. Já nesta quinta-feira, participou de ambos os gols e auxiliou os colchoneros a desamarrarem o duro 2 a 0 sobre o Osasuna em El Sadar.
Não seria uma partida tão calma ao Atlético de Madrid. A equipe conseguiu seu primeiro gol rapidamente, mas tomou pressão desde o fim do primeiro tempo e viveu um drama na segunda etapa. O Osasuna era empurrado pela torcida e bombardeava a meta adversária, mas não conseguiu seu gol – quando balançou as redes, o tento foi anulado numa decisão contestada da arbitragem. E nesse momento em que o resultado parecia lucro ao Atleti, Samuel Lino apareceu para desafogar a equipe e garantir a assistência no gol que fechou o placar. Foi um ótimo sócio a Antoine Griezmann.
Diego Simeone escalou o Atlético de Madrid com Samuel Lino e Nahuel Molina nas alas de seu 5-3-2. O meio tinha Koke, Saúl Ñíguez e Marcos Llorente. Já na frente, a dupla composta por Antoine Griezmann e Álvaro Morata. No bom Osasuna de Jagoba Arrasate, David García liderava a defesa e Lucas Torró era o esteio no meio-campo, com a criatividade de Aimar Oroz vestindo a camisa 10. O trio de frente era composto por Chimy Ávila, Ante Budimir e Johan Mojica.
Primeiro tempo do Atlético
O Atlético de Madrid conseguiu estabelecer seu ritmo de início. Contava com as boas participações de Samuel Lino pela esquerda, além da grande fase de Griezmann. Morata também deu o primeiro aviso, com uma batida para fora. Após o início positivo dos colchoneros, o Osasuna passou a distribuir as cartas a partir dos dez minutos. José María Giménez precisou bloquear Ante Budimir na hora exata e Lucas Torró mandou um tiro rente à trave de Jan Oblak. Entretanto, a resposta do Atleti veio com o gol aos 20. Samuel Lino cruzou e Morata não pegou em cheio. Contudo, a sobra ficou com Griezmann e, mesmo com pouco ângulo, o francês guardou.
A partir de então, o Atlético poderia defender sua vantagem mais recuado. O Osasuna tomou a iniciativa e adiantou suas linhas, mas esbarrava numa marcação segura dos colchoneros. A equipe de Diego Simeone fechava os espaços e trocava passes com calma. Aos 30 minutos, o jogo precisou ser interrompido por um choque entre Budimir e Oblak. Quando a partida foi retomada, os Rojillos insistiam no empate. Johan Mojica acertou uma estilingada na trave e os navarros buscavam uma solução, mas a eficiência do Atleti prevalecia em Pamplona.
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O drama do segundo tempo
O segundo tempo ganhou nova cara em El Sadar. Muito porque o Atlético de Madrid recuou demais e chamou o Osasuna para seu campo. Os Rojillos também aumentaram a intensidade e Chimy Ávila perdeu grande chance aos quatro minutos. Aimar Oroz era quem elevava os navarros. As ameaças dos anfitriões eram constantes e o Atleti não tinha um respiro. Não à toa, Simeone reforçou a marcação com César Azpilicueta no lugar de Nahuel Molina. Nascido em Navarra e formado pelo próprio Osasuna, o veterano seria aplaudidíssimo pelos torcedores adversários.
O Atlético podia se dizer com sorte pela vantagem parcial. O Osasuna dava um abafa imenso, sobretudo nas bolas cruzadas, mas não conseguia converter. Budimir e Ávila não estavam no dia mais afiado, enquanto Oblak foi muito bem para bloquear um chute de Torró na pequena área. E não demorou para a partida se incendiar. Aos 30 minutos, depois de um escanteio, David García marcou de cabeça. No entanto, a arbitragem anulou o gol por uma falta sobre Axel Witsel. Foi uma decisão bastante contestada de Juan Martínez Munuera, em que as imagens exibidas pela transmissão não deixaram tão clara a cotovelada – que existiu. Por reclamação, o técnico Jagoba Arrasate foi expulso.
O Osasuna virou uma pilha de nervos. E sem aproveitar seus momentos, tomou um gol no contragolpe, aos 36. Griezmann mais uma vez fez a diferença, com uma enfiada linda para Samuel Lino. O ala também caprichou no passe cruzado e encontrou sozinho na área Rodrigo Riquelme, que tinha vindo do banco. O jovem não perdoou. Já os minutos finais foram mais de briga do que de bom futebol. Sobrariam cartões, inclusive vermelhos, para Morata e Chimy Ávila. Nem foi um lance explícito, mas a arbitragem tentava esfriar os ânimos. David García quase descontou na sequência, para fora. Já nos acréscimos, Samuel Lino tentou oferecer sua segunda assistência, mas Azpilicueta parou numa defesa de Aitor Fernández. Ao apito final, aplausos da torcida da casa à luta de seu time, mesmo que em vão.
O Atlético de Madrid fecha a rodada na quinta colocação. Chega aos 13 pontos, um abaixo do G-4. Já são seis pontos a menos que o líder Osasuna, mas com um jogo a menos dos colchoneros. O Osasuna, por sua vez, vive um início de temporada ruim. Soma apenas sete pontos em sete rodadas, no 14° lugar. Após uma temporada de sonho em 2022/23, o time de Jagoba Arrasate caiu nas preliminares da Conference League e acumula tropeços neste início de La Liga. Desta vez, só o empenho não bastou.