Real esbarra de novo na muralha amarela do Dortmund

Imagina só se estivesse 0 a 0. De volta da partida surreal no Signal-Iduna Park, o Real Madrid precisava reverter o 4 a 1 da ida em seus domínios diante de um Borussia Dortmund motivado, na semifinal da Liga dos Campeões. E os 45 minutos iniciais mostraram que se o agregado estivesse zerado, as emoções seriam ainda mais fortes no Santiago Bernabéu. Apenas o 2 a 0 construído por Benzema e Sergio Ramos não foi suficiente.
Com a sua torcida do lado, o Real se mostrou bem mais agressivo e empenhado em mudar a história do confronto. A desvantagem era enorme e o adversário não era qualquer coisa. Consciente e defendendo muito bem, o Dortmund não se limitou a evitar as ofensivas espanholas. Pelo contrário, também ofereceu lances de extremo perigo a Diego López, que precisou trabalhar muito do início ao fim.
Se na semana passada a aula dos alemães girou em torno da eficiência, nesta terça-feira a ofensividade foi a tônica dos 90 minutos. Um jogo franco, aberto e com muita movimentação deixou a torcida presente à beira de um ataque de nervos. Quando os mandantes não estavam com a bola no ataque, sofriam algum golpe.
Em certo ponto, o desespero era visível por parte dos madridistas, que erravam demais em passes curtos e jogadas dentro da área do Dortmund. Ainda que conseguissem, Weidenfeller estava lá para evitar o pior, sempre muito bem colocado e com bons reflexos. Aliás, Diego López também salvou o Real em algumas oportunidades.
Cristiano Pocotó
Cristiano Ronaldo, o personagem da partida, ficou escondido na marcação e na ansiedade para finalizar. Efeitos de uma troca de mensagem com a vice Miss Bumbum que tomou conta da internet na segunda-feira. Se Andressa Urach pudesse avaliar a atuação do português, diria que o tal cavalinho ficou manco. Ronaldo, por sua vez, diria que a defesa aurinegra (tal como o bumbum de Andressa) “tem que ser o diabo”, tamanha resistência.
Özil, também meio atrapalhado em campo, acertou uma assistência que compensou o gol perdido no primeiro tempo, quando saiu mano a mano com Weidenfeller. Benzema precisou sair do banco para o lugar de um desaparecido Higuaín e renovou as esperanças do Real. Ramos aproveitou o pouco espaço dentro da área e mandou um chutaço para ampliar. Por cinco minutos, o tempo correu lentamente para quem acompanhava o duelo nas arquibancadas. Nesse intervalo, tudo podia acontecer.
Necessitando de um gol para se classificar na margem mais estreita e tensa dos últimos anos, o Real esbarrou em Subotic e Hummels, que não erraram o tempo das bolas lançadas no desespero final dos mandantes. No fim, a tradição não prevaleceu perante a ousadia e a tremenda apresentação do Dortmund em seu campo.
Os alemães avançam com muito mérito e caso dê a lógica, devem ficar com o vice contra o Bayern. Lógica que muitas vezes se faz desnecessária num esporte tão intenso quanto esse. O que é derrubar um favorito do jeito que os germânicos conseguiram hoje, não?
Formações iniciais
Destaque do jogo
Diego López foi o salvador do Real nas ofensivas criadas pelo Dortmund. Os alemães estiveram bem menos tempo no ataque, é verdade, mas quando ultrapassaram a linha da grande área, o goleirão que deixou Casillas no banco brilhou e evitou o pior. Se a equipe de Mourinho saiu de campo sem levar gols, é exclusivamente por mérito de Diego López.
Momento-chave
Özil recebe um passe na ponta direita e carrega até dentro da área. Weidenfeller sai para tentar diminuir o ângulo do meia, que puxa para o lado e arrisca. A bola caprichosamente passou ao lado do poste, para agonia do alemão. No primeiro tempo, o placar continuava 0 a 0. E se tivesse parado na rede, a cor da festa no Santiago Bernabéu teria sido outra.
Os gols
38/2T – GOL DO REAL MADRID!
Özil corre pela ponta direita e acha um passe rasteiro para Benzema, que sai do banco para marcar o gol do Real!
43/2T – GOL DO REAL MADRID!
Sergio Ramos para sozinho com a bola no meio do bate e rebate na área aurinegra e manda um canhão para ampliar!
Curiosidade
O Real Madrid cai nas semifinais da Liga dos Campeões pela terceira vez consecutiva. Já havia acontecido entre 1986/87 e 88/89.