Europa

Para forçar saída do Royal Antwerp, Lamkel Zé tentou entrar no CT do clube com a camisa do rival Anderlecht

Há pelo menos uma temporada, Didier Lamkel Zé, ponta esquerdo do Royal Antwerp, tem alternado entre a equipe A e a equipe B do clube belga. O jogador parece ter chegado ao seu limite e teve uma ideia criativa e provocativa para protestar contra a situação. Na segunda-feira (4), o camaronês apareceu no centro de treinamento da equipe vestindo a camisa do rival Anderlecht – e, é claro, foi impedido de entrar.

A cena de Lamkel Zé sendo barrado por um segurança, que segurava a porta do lado de dentro enquanto o jogador tentava abri-la do lado de fora, foi registrada em fotografias e viralizou na Bélgica. Segundo a imprensa local, o jogador teria sido barrado não apenas por vestir a camisa do rival, mas também por fazer atualmente parte da equipe B, enquanto a única atividade programada para o dia era um treinamento da equipe A.

Há meses, Lamkel Zé está na equipe B do Royal Antwerp e tem feito de tudo para se desligar do clube. Em suas redes sociais, publicou montagens em que aparece vestindo a camisa de outros clubes. Desta vez, para aumentar o tom de seu protesto, levou a brincadeira para a vida real ao colocar a camisa do rival Anderlecht com o nome de Yannick Bolasie, que jogou pelo rival do Royal em 2019, às costas.

Após o episódio no CT do clube, o jogador publicou uma mensagem nas redes sociais, afirmando que no dia seguinte vestiria a camisa do Beerschot, outro clube da Antuérpia e rival local do Royal. “Eu quero ir para a Grécia, é simples! Tenho um acordo, ninguém brinca com a minha carreira”, escreveu o jogador em referência ao Panathinaikos, treinado por seu ex-técnico László Bölöni, que estaria interessado em contratá-lo.

Na terça-feira (5), Lamkel Zé publicou um vídeo em que pede desculpas à torcida do Royal e se coloca à disposição do técnico Franky Vercauteren, recém-contratado para substituir Ivan Leko, treinador com quem o jogador começou a ter problemas no ano passado.

“Quero me desculpar ao clube e aos torcedores do Royal Antwerp, porque eles são torcedores magníficos e maravilhosos, que sempre me apoiaram. Se agi assim, foi porque minha cabeça estava em outro lugar (a possível transferência), não foi fácil para mim. Quero pedir desculpas por esse gesto”, afirmou o camaronês.

“Não esqueço nenhum dos meus companheiros de time no vestiário, ou os membros da comissão técnica que me apoiaram desde minha chegada aqui. Estou disponível ao clube se o novo treinador precisar de mim. Espero reencontrar muito em breve os torcedores no campo”, encerrou.

A mensagem, no entanto, talvez não seja suficiente para acalmar os ânimos. Desde o protesto na segunda-feira, Lamkel Zé tem sido ameaçado por torcedores do Royal Antwerp, e a polícia local, por meio do porta-voz Willem Migom, afirmou, nesta quarta-feira (6), estar acompanhando a situação com atenção para evitar incidentes.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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