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O domínio do Celtic na Escócia é impressionante: cinco Tríplices Coroas nacionais em sete anos

Com oito no total, o Celtic superou o recorde do Rangers, com sete desde a última em 2002/03

O Celtic derrotou o Inverness, sexto colocado da segunda divisão, na final da Copa da Escócia por 3 a 1, um resultado normal, sem surpresas, esperado do gigante do país. Ao mesmo tempo, histórico: com o título, os Bhoys completaram a quinta Tríplice Coroa nacional em apenas sete anos e a oitava no geral, superando o Rangers. Um feito incrível para a história do clube e para o currículo do técnico Ange Postecoglou. Talvez um presente de despedida porque o australiano está na mira do Tottenham.

Nem todo país realiza duas competições de mata-mata para acompanhar a liga nacional. A França fazia isso e permitiu que o PSG fechasse a tripleta quatro vezes, durante a Era Catar. Em 2018/19, o Manchester City conseguiu a primeira da Inglaterra. O Porto nunca conseguiu fechar a série em Portugal. Ficou próximo em 2019/20, quando perdeu a final da Taça da Liga para o Braga. O Benfica conseguiu em 2013/14, sob o comando de Jorge Jesus.

O Celtic soube aproveitar o intervalo em que era na prática o único clube grande da Escócia, enquanto o Rangers se recuperava da falência. Começou o seu domínio recente assim que o adversário retornou à primeira divisão. Foram quatro tripletas consecutivas entre 2016 e 2020, duas com Brendan Rodgers, que também participou de metade da terceira, antes de sair para o Leicester e deixar Neil Lennon terminar o trabalho. No passado, os Bhoys tiveram duas com Jock Stein, incluindo a de 1966/67 que foi acompanhada pela Copa dos Campeões da Europa, e outra, em 2000/01, com Martin O’Neill.

As do Rangers são mais espaçadas. A primeira chegou logo depois da Segunda Guerra, em 1948/49. Houve outra, em 1963/64, antes do Celtic de Stein começar a ganhar tudo. Após duas na década de setenta, a lenda Walter Smith retomou a tradição em 1992/93. Dick Advocaat acrescentou outra antes da virada do milênio e Alex McLeish foi responsável pela última dos Teddy Bears, em 2002/03.

O Celtic entrou em campo com as conquistas do Campeonato Escocês e da Copa da Liga Escocesa asseguradas. O japonês Kyogo Furuhashi, que havia feito dois gols na vitória sobre o Rangers na decisão do outro torneio de mata-mata escocês, chegou a 34 tentos por todas as competições nesta temporada ao abrir o placar no Hampden Park. Liel Abada ampliou no começo da etapa final, mas o Inverness conseguiu descontar, com Daniel MacKay. Jota fechou a conta nos acréscimos.

O Rangers se recuperou a tempo de impedir que outro recorde ficasse com o Celtic. Sob o comando de Steven Gerrard, conquistou o Campeonato Escocês de 2020/21, e o rival não conseguiu emendar dez títulos consecutivos. Ficou com nove, igualando os Teddy Bears dos anos noventa. Após aquela decepção, o Celtic contratou Ange Postecoglou, um ex-treinador da seleção australiana que estava no futebol japonês, para recuperar a hegemonia na Escócia.

Postecoglou cumpriu a missão: em dois anos, conquistou cinco dos seis títulos nacionais disponíveis. A única decepção foi na Copa da Escócia da temporada passada, quando perdeu do Rangers na semifinal. Não à toa, está na mira do Tottenham, em busca de um novo treinador após a saída de Antonio Conte. Desde que os rumores começaram, ele tem evitado dar uma resposta direta ao ser questionado sobre os Spurs. Voltou a fazer isso após o grande feito do último sábado.

“Você está falando sobre coisas que vão atrapalhar que eu aproveite este momento e não vou deixar que isso aconteça. Estou apenas aproveitando isso e vou fazê-lo o quanto puder, antes das pessoas me arrastarem para falar de outras coisas. Eu não queria falar sobre isso antes e não disse que falaria sobre isso depois. O que eu quero é aproveitar isto. As pessoas podem achar que é egoísta da minha parte, mas não estou pensando em falar sobre mais nada. Fazer o que fizemos, conseguir um pedacinho de história neste clube de futebol incrível, eu devo à minha família e aos meus entes queridos aproveitar o momento e não vou falar sobre outras coisas. Haverá um momento para isso e não é agora”, encerrou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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