Europa

Lewandowski deixa Polônia: Entenda a crise que afastou craque do Barcelona de sua seleção

Atacante anunciou que não defenderá a seleção polonesa enquanto Michal Probierz estiver no comando técnico

A crise interna na seleção da Polônia ganhou um novo capítulo bombástico neste fim de semana. O principal nome do futebol polonês na atualidade, Robert Lewandowski, anunciou publicamente que não jogará mais pela seleção nacional enquanto Michal Probierz for o treinador.

O anúncio foi feito pelo próprio atacante do Barcelona, de 36 anos, nas suas redes sociais no último domingo (8), após semanas de tensão com a comissão técnica e parte do elenco.

A polêmica de Lewandowski na Polônia

O conflito começou em março, quando o centroavante optou por descansar em uma partida contra Malta, gerando insatisfação entre os companheiros. A situação escalou até se tornar insustentável nos bastidores da seleção.

Lewandowski optou por não participar dos compromissos da seleção na Data Fifa deste mês de junho. A Polônia venceu a Moldávia por 2 a 0 em um amistoso disputado em Chorzow, e enfrentará a Finlândia, fora de casa, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

Szczesny avisa a Lewandowski que só assinará pelo Barcelona se for titular
Lewandowski e Szczesny pela Polonią (Foto: Imago)

O atacante alegou que não estava em condições físicas nem mentais para defender o time nestes jogos. Em publicação nas redes sociais, Lewandowski foi direto ao explicar sua decisão:

“Considerando as circunstâncias e a perda de confiança no técnico da seleção polonesa, decidi renunciar a jogar pela seleção até que ele não seja mais o treinador. Espero poder jogar novamente para os melhores fãs do mundo.”

A fala deixou claro que o afastamento é uma resposta direta à permanência de Probierz no cargo. A tensão aumentou gradativamente e teve até episódios de críticas públicas e perda de braçadeira de capitão.

Vestiário dividido e perda da braçadeira

Segundo informações do jornal espanhol “Sport”, que cita o site polonês “Meczyki”, a tensão entre Lewandowski e o técnico teria se agravado após o duelo contra Malta, quando o camisa 9 criticou colegas e o treinador no vestiário, causando grande desconforto no grupo.

A gota d’água veio dias depois, quando Probierz decidiu retirar a braçadeira de capitão de Lewandowski e entregá-la a Piotr Zielinski, decisão que teria sido aplaudida pelos jogadores durante a concentração. Parte do elenco considera o veterano atacante uma influência negativa no ambiente.

Apesar da repercussão do rompimento, a Federação Polonesa de Futebol (PZPN) sinalizou que manterá o apoio a Michal Probierz. A posição oficial é que nenhum jogador está acima da seleção nacional, independentemente de sua trajetória ou importância histórica.

Com isso, cresce a possibilidade de que Lewandowski tenha feito sua última partida pela Polônia, encerrando uma carreira internacional de enorme impacto — foram mais de 150 jogos e 82 gols com a camisa da seleção principal — o maior artilheiro do país.

A expectativa agora gira em torno de como a PZPN lidará com a situação nos próximos meses e se haverá espaço para reconciliação. Por ora, o artilheiro histórico da seleção polonesa está fora dos planos.

Foto de Guilherme Ramos

Guilherme RamosRedator

Jornalista pela UNESP. Escreveu um livro sobre tática no futebol e, na Trivela, escreve sobre futebol nacional, internacional e de seleções. Passagens por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e Premier League Brasil.
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