Experiência do Bayern ajuda a Alemanha a superar traumas

A Alemanha fez o que dela se esperava e sem dificuldades garantiu sua vaga à Copa do Mundo de 2014. Depois de tanto bater na trave nos últimos torneios importantes que disputou, a tricampeã tem bons motivos para acreditar que o próximo Mundial será sua grande redenção. Base da seleção alemã, o Bayern Munich “aprendeu” recentemente o caminho da conquista, após também chegar perto em temporadas anteriores, e a experiência dos bávaros pode ajudar diretamente a seleção. A consolidação de uma base também dá mais consistência aos comandados de Joachim Löw, fortes candidatos a levantar a taça no Brasil.
Começando por 2002, quando foi derrotada por 2 a 0 pelo Brasil na final da Copa do Mundo, a Alemanha passou a viver uma sequência de quase conquistas. A equipe fez grandes torneios desde então, mas chegou apenas muito perto de conquistá-los, sendo derrotada em três semifinais e uma final. O revés mais doloroso sem dúvidas foi o da Copa de 2006, da qual era sede e foi eliminada pela Itália, que viria a ser a campeã.
Principalmente a partir de 2008, a seleção alemã parecia mais que pronta para conseguir uma grande conquista. No caminho, no entanto, estava a Espanha, no ápice de seus “anos dourados”. A Roja bateu os alemães na final da Euro naquele ano e tirou os comandados de Löw da Copa de 2010 na semifinal.
A superação de Real Madrid e Barcelona (que formam a base dos espanhóis) por Borussia Dortmund e Bayern Munich na última Champions indica que esse trauma pode ser superado. A última empreitada mal sucedida dos alemães foi no ano passado, quando foram mais uma vez desqualificados pela Itália, também em uma semifinal.
Paralelamente a todo esse insucesso da seleção, o Bayern Munich também chegou muito perto do título da Liga dos Campeões nos últimos anos e colecionou fracassos de última hora. O time, no entanto, conseguiu quebrar essa marca este ano, com uma conquista incontestável sobre o Borussia Dortmund após eliminar o Barcelona na semifinal com um placar agregado de 7 a 0. Antes disso, foi vice-campeão em 2010 e 2012. Neste último, inclusive, sendo derrotado em sua própria casa para o Chelsea, assim como aconteceu com a seleção na Copa em 2006.
As histórias recentes da principal equipe do país e da seleção são bastante semelhantes, e os jogadores do atual campeão europeu representam grande parte do time nacional (seis titulares na vitória sobre a Irlanda eram dos bávaros). O caminho para superar os traumas e dar a volta por cima já é conhecido dentro do elenco liderado por Löw. Há ainda quem diga que a final disputada por dois times alemães tenha representado a tomada de supremacia por parte da Alemanha, em detrimento dos espanhóis, dominantes nos últimos anos. Resta saber se essa experiência adquirida recentemente será convertida para a seleção e fará a diferença em campo. Talento, entrosamento e cicatrizes a Alemanha tem.