Suíça passeia em campo, encerra jejum histórico e obriga Itália a repensar o futuro
Com um gol marcado em cada tempo, equipe treinada por Murat Yakin domina do início ao fim

A Suíça demonstrou a sua força e eliminou a Itália, atual campeã da Eurocopa, após vencer por 2 a 0 na tarde deste sábado (29), em jogo válido pelas oitavas de final.
Ruben Vargas, jogador do Augsburg, foi o grande destaque do jogo com uma assistência e um gol durante o confronto em Berlim.
Foi do ponteiro esquerdo o passe para Remo Freuler abrir o placar aos 37 minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa, o jogador acertou um lindo chute do bico da grande área, acertando o ângulo do goleiro Donnarumma.
Com o resultado, o time suíço segue em frente na disputa da Eurocopa, e volta a se classificar para as quartas de final da competição.
Em 2020, a equipe bateu a favorita França nas oitavas de final após empate sem gols nos pênaltis, e vitória por 5 a 4.
De quebra, os suíços ainda encerraram um tabu de 31 anos sem vencer a Itália em competições oficiais. A última vez, em 1993, foi pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Itália vai precisar repensar o futuro
A eliminação nas oitavas de final é mais um resultado decepcionante da Azzurra que, embora seja a atual campeã europeia, ficou de fora das duas últimas edições de Copa do Mundo.
Além do resultado, o desempenho foi ainda mais frustrante. O time só se classificou ao mata-mata graças a um lampejo de inspiração do zagueiro Ricardo Calafiori, no último minuto do duelo contra a Croácia. Calafiori, aliás, foi desfalque nas oitavas.
Fora isso, só ganhou da Albânia, de virada. E ainda fez um jogo muito fraco contra a Suíça, sem conseguir ameaçar o gol adversário mesmo quando estava atrás do placar.
Caberá aos italianos refletirem sobre o fracasso para não repetir o mesmo no Mundial, daqui a dois anos. A geração não é das mais brilhantes, mas a Itália já provou em outros tempos que pode competir baseada no esforço coletivo e nas obrigações táticas — e nada disso foi visto nessa Euro.
Resta o trabalho para Luciano Spalletti — isso se o treinador continuar após a eliminação.
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Domínio suíço no primeiro tempo
Dez finalizações, 58% de posse de bola, e ao menos duas grandes chances criadas. Este foi o nível de produção suíça no primeiro tempo de jogo diante da Itália.
Intensa nos 45 minutos iniciais, a equipe treinada por Murat Yakin encurralou o time italiano. Modificada em praticamente todos os setores, o time de Luciano Spalletti não conseguia marcar o toque de bola da Suíça.
Fagioli, Mancini e El Sharaawy entraram na equipe titular, mas pouco fizeram. Foi no setor do meio-campista da Juventus inclusive que saiu o primeiro gol do jogo.
Freuler teve liberdade para começar a jogada na intermediária, e se movimentar nas costas da defesa da Itália. Fagioli não acompanhou a jogada, e viu o meia do Bologna receber livre após passe brilhante de Vargas, para tocar no canto de Donnarumma para abrir o placar aos 37 minutos do primeiro tempo.
Meia hora antes, Embolo ainda perdeu um gol feito ao receber mais um passe em profundidade, mas parou em boa defesa do goleiro do Milan.
No mais, a Suíça aproveitou a má escalação do time italiano, para se impôr em campo, e virar o primeiro tempo em vantagem de dois gols.
Itália até pressiona, mas não consegue marcar e sai da Euro
A Itália não tinha outra alternativa a não ser atacar no segundo tempo. Spalletti subiu a equipe italiana para tentar marcar um gol logo no começo do segundo tempo, mas acabou cedendo espaços generosos nas costas de sua defesa.
Num deles, Vargas concluiu um chute no ângulo de Donnarumma e carimbou a classificação suíça.
A Itália não conseguiu nem chegar perto do empate, mesmo com as alterações de Spalletti e a urgência do resultado. No fim, a classificação do time vermelho foi concluída sem muito esforço.