Eurocopa 2024

Guia da Euro 2020: Bélgica

Bélgica chega como uma das seleções mais fortes em busca do seu primeiro título

Este texto faz parte do Guia da Euro 2020.

Como foi o ciclo desde a Copa de 2018

Depois de um bom início na Liga das Nações 2018/19, vencendo duas vezes a Islândia e uma vez a Suíça, a Bélgica acabou goleada pelos suíços na rodada final de seu grupo, por 5 a 2, e sequer avançou para a fase final da primeira edição da competição. A resposta, no entanto, foi positiva, e a equipe de Roberto Martínez passeou por seu grupo nas eliminatórias para a Euro: dez jogos, dez vitórias, 40 gols marcados, apenas três sofridos. Com a campanha, terminou à frente de oponentes como a Rússia e a Escócia.

Diferentemente de dois anos antes, os belgas começaram bem sua campanha na Liga das Nações 2020/21, liderando o Grupo 2 da Liga A com cinco vitórias e uma derrota em seis jogos e despachando Dinamarca, Inglaterra e Islândia no caminho. Na semifinal, em outubro, enfrentará a França.

No início das eliminatórias da Copa de 2022 em março deste ano, a Bélgica fez um duelo parelho com a República Tcheca e empatou em 1 a 1, mas venceu tranquilamente País de Gales (3 a 1) e Belarus (8 a 0). Por fim, nos amistosos de preparação para a Euro, vem de um empate com a Grécia e uma vitória magra, por 1 a 0, sobre a Croácia.

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Como joga

A Bélgica tem como formação principal o 3-4-3, que vira um 5-2-3 na fase defensiva. A equipe de Roberto Martínez privilegia a saída com a bola no chão, com paciência, e os meias, normalmente Tielemans e Witsel, voltam para oferecer opções de passe e conduzir a transição ofensiva. Os alas sobem bastante ao ataque e dão largura ao jogo ofensivo dos Diabos Vermelhos, e os zagueiros pelos lados também costumam conduzir mais a bola para se apresentarem como opções de passe em trocas rápidas com o ala, um meia e o atacante, Romelu Lukaku.

O artilheiro da Internazionale, além de contribuir para a construção mais lenta das jogadas, se oferece como pivô para bolas longas e dá opções de passe aos companheiros com corridas para receber a bola em posição de finalizar. O centroavante combina bem sobretudo com De Bruyne, que ocupa uma posição um pouco à direita, na linha anterior ao atacante, e costuma buscar o companheiro com cruzamentos ou então flutuando mais centralmente, em posições em que pode quebrar a defesa com a qualidade de seu passe. Tielemans, por fim, é outra boa opção ofensiva com suas subidas ao ataque.

O craque

Kevin De Bruyne

De Bruyne, da Bélgica (Foto: Danny Gys/Imago/One Football)

Desde a sua transferência para o Manchester City em 2015, Kevin De Bruyne foi se firmando não só como um dos melhores de sua posição na Premier League como também como uma referência de sua geração. Dono de uma inteligência tática e de posicionamento singular, o meio-campista é capaz de desencadear jogadas perigosas com um simples passe aos companheiros. Se em outros momentos foi um coadjuvante ao lado de um Eden Hazard que vivia seus melhores anos na carreira, hoje é indiscutivelmente o grande craque da forte seleção belga.

Bom coadjuvante

Romelu Lukaku

Romelu Lukaku, da seleção belga (Foto: Getty Images)

Ao longo de suas passagens por Chelsea, Everton, West Bromwich e Manchester United, Romelu Lukaku se destacou como um dos principais centroavantes da Premier League. Ainda assim, seus 113 gols na mais forte liga nacional do mundo não foram suficientes para que ele tivesse o reconhecimento que merecia. A mudança para a Internazionale dois anos atrás, por fim, lhe trouxe a aclamação devida.

O atacante foi o principal nome da Internazionale que quebrou a supremacia da Juventus na Serie A ao conquistar o scudetto em 2020/21 e foi premiado como o melhor jogador do Campeonato Italiano. Pela seleção, em 93 partidas, o centroavante já soma 60 gols, o que faz dele o maior artilheiro da história dos Diabos Vermelhos com alguma distância (Eden Hazard, segundo colocado, tem 32 tentos).

A promessa

Jérémy Doku

Jérémy Doku, da Bélgica (Foto: Virginie Lefour/Imago/One Football)

 

Dono de um enorme potencial, Jérémy Doku conseguiu sua primeira convocação para a seleção belga com apenas 18 anos, quando ainda defendia o Anderlecht. Já em sua segunda partida pelos Diabos Vermelhos, marcou seu primeiro gol. Veloz, habilidoso e vertical, pode atuar pelas duas pontas, embora seu lado preferido seja o direito. Na temporada 2020/21, Doku conseguiu dar um salto ao se transferir para o Rennes, mas teve uma primeira campanha difícil, tentando se adaptar a um campeonato mais forte e em uma equipe que deixou a desejar. Na seleção, o jogador deverá ser apenas opção de banco, mas tem aquela habilidade especial capaz de causar impacto mesmo com poucos minutos em campo.

O veterano

Jan Vertonghen

Vertonghen, da Bélgica (Foto: Yorick Jansens/Imago/One Football)

Desde sua estreia pela seleção belga em 2007, quando defendia o Ajax e tinha apenas 20 anos, Jan Vertonghen atuou em 126 partidas pelos Diabos Vermelhos, o que o torna o recordista de aparições pela equipe nacional. Aos 34 anos, o seu auge técnico e físico já ficou para trás, como evidenciado pela transferência do Tottenham ao Benfica em 2020. Ainda assim, o zagueiro mantém seu espaço na equipe de Roberto Martínez como uma importante liderança, contando com uma experiência extensa tanto a nível de clubes quanto de seleção.

Técnico

Roberto Martínez

Roberto Martínez, técnico da Bélgica (Photo by David Rogers/Getty Images)

O catalão Roberto Martínez construiu sua boa reputação como técnico no Reino Unido, começando no Swansea e subindo degraus até treinar o Everton entre 2013 e 2016. O bom trabalho nos Toffees lhe rendeu uma chance à frente da seleção belga, que comanda desde setembro de 2016. Ao longo desses quase cinco anos, Martínez se estabeleceu com sucesso nos Diabos Vermelhos, levando a equipe ao terceiro lugar da Copa do Mundo de 2018 e mantendo um retrospecto invejável de apenas quatro derrotas em 55 jogos, duas delas sendo o amistoso de estreia contra a Espanha em 2016 e a semifinal do Mundial na Rússia, caindo para a França, que viria a levantar o troféu.

Retrospecto na Eurocopa

Participações: cinco (1972, 1980, 1984, 2000 e 2016)
Melhor campanha: 2º (1980)

A história da Bélgica na Eurocopa é pequena e marcada pelas suas grandes gerações. Após a primeira participação, em 1972, disputaria as edições da década de oitenta, liderada por Eric Gerets, Jean-Marie Pfaff e Jan Ceulemans. Veio um grande hiato, interrompido apenas pela Euro de 2000, que o país sediou ao lado da Holanda. Por méritos próprios, retornou apenas em 2016, já embalada por De Bruyne, Hazard e Lukaku.

Elenco

Pos NAME IDADE JOGOS Gols ClubE
1 GK Thibaut Courtois 29 anos 84 0 Spain Real Madrid
2 DF Toby Alderweireld 32 anos 109 5 England Tottenham Hotspur
3 DF Thomas Vermaelen 35 anos 80 2 Japan Vissel Kobe
4 DF Dedryck Boyata 30 anos 23 0 Germany Hertha BSC
5 DF Jan Vertonghen 34 anos 127 9 Portugal Benfica
6 M Axel Witsel 32 anos 110 10 Germany Borussia Dortmund
7 M Kevin De Bruyne 29 anos 80 21 England Manchester City
8 M Youri Tielemans 24 anos 39 4 England Leicester City
9 A Romelu Lukaku 28 anos 93 60 Italy Internazionale
10 M Eden Hazard (C) 30 anos 107 32 Spain Real Madrid
11 M Yannick Carrasco 27 anos 46 6 Spain Atlético Madrid
12 G Simon Mignolet 33 anos 31 0 Belgium Club Brugge
13 G Matz Sels 29 anos 1 0 France Strasbourg
14 A Dries Mertens 34 anos 98 21 Italy Napoli
15 D Thomas Meunier 29 anos 47 7 Germany Borussia Dortmund
16 M Thorgan Hazard 28 anos 35 6 Germany Borussia Dortmund
17 M Hans Vanaken 28 anos 10 2 Belgium Club Brugge
18 D Jason Denayer 25 anos 25 1 France Lyon
19 M Leander Dendoncker 26 anos 17 0 England Wolverhampton Wanderers
20 A Christian Benteke 30 anos 39 16 England Crystal Palace
21 D Timothy Castagne 25 anos 14 2 England Leicester City
22 M Nacer Chadli 31 anos 64 8 Turkey İstanbul Başakşehir
23 A Michy Batshuayi 27 anos 34 22 England Crystal Palace
24 A Leandro Trossard 26 anos 7 2 England Brighton & Hove Albion
25 A Jérémy Doku 19 anos 8 2 France Rennes
26 M Dennis Praet 27 anos 11 1 England Leicester City
Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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