A imagem do dia na Euro: Grande “estreia” da Alemanha

Demorou 90 minutos a mais do que o planejado, mas a Alemanha finalmente estreou na Eurocopa neste sábado, na Allianz Arena, em Munique. Com uma atuação que está mais ou menos de acordo com o que se espera deste time do em breve ex-técnico Joachim Löw, a seleção germânica castigou Portugal com requintes de crueldade e quase impôs uma goleada a Cristiano Ronaldo e seus colegas.
Foi, com tranquilidade, o grande jogo desta primeira fase da Euro, até aqui, não só pelo grande nível apresentado em campo, mas também pela quantidade de gols marcados. Um 4 a 2 estava além da expectativa para esta partida, e serviu para diminuir a insatisfação pela exibição insossa de diversas seleções no torneio, incluindo a própria Alemanha.
Se as rodadas têm deixado a desejar em emoção, vontade e bola na rede, este Alemanha x Portugal trouxe tudo. Trouxe craques dos dois lados, um duelo tático impressionante e jogadas dignas de um grande espetáculo. Portugal chegou a assustar em um contragolpe arquitetado e finalizado por Ronaldo, mas os alemães sabiam o mapa da mina na defesa lusitana: dois gols contra e uma atuação lamentável de Nélson Semedo viraram o placar para os donos da casa, que souberam capitalizar em cima da fragilidade alheia. Destaque para Robin Gosens, Serge Gnabry e Kai Havertz.
O mais importante, se já não ficou suficientemente claro, é que a Alemanha entregou o que foi pedido a ela. Intensidade, talento, inteligência e eficiência, como nos bons tempos. A atuação fraca e entediante contra a França enganou, mas sabemos que isso não era exatamente um trunfo planejado por Löw, já que sua seleção vem devendo há um bom tempo. Trazer de volta Mats Hummels e Thomas Müller também foi um acerto, pois dificilmente um grupo tão jovem saberia responder à pressão imposta pela derrota na estreia.
Portugal, por outro lado, se colocou em uma posição difícil justamente no momento em que encerrará sua participação na fase inicial diante da França, a mais temida da chave. Fernando Santos deve se debruçar nos erros franceses na manhã de hoje contra a Hungria para tentar achar um caminho. Para Ronaldo e seus colegas, é proibido errar na última rodada. Para a Alemanha, o que parecia encaminhado para um vexame agora toma um contorno de promessa.
Se os jogos da Euro tivessem a intensidade e a agressividade de pelo menos 45 dos 90 minutos jogados em Munique, nós não teremos mais do que reclamar até o mata-mata. O futebol sangrou os olhos de seus espectadores do início ao fim da sexta-feira. Neste sábado, graças a alemães e portugueses, a fé no show foi restabelecida.